Segunda-feira, 27 de Agosto, perfaz 50 anos que Salazar morreu. Depois de alguns dias de agravamento da doença que o acometia desde o Outono de 1968, Salazar entregava a alma ao Criador, em Quem acreditava.
A imprensa da época mostrou uma reverência genuína e excepcional para com o falecido que deixara de exercer funções em finais de Setembro de 1968. Era mantido em suposta ignorância de tal substituição desde essa altura, embora fosse tratado como se ainda continuasse a ser um presidente do Conselho, honorário, por respeito profundo de toda a classe política para com a figura de Salazar.
O país político, ainda não democrático, respeitava Salazar pelo que tinha feito e representava no país, durante quase 40 anos de Estado Novo.
As cerimónias fúnebres foram de Estado mas acompanhadas pelo povo em geral. Nenhuma ditadura conseguiria impingir a um povo as imagens e reportagens sem ponta de cinismo que então foram publicadas e mostradas.
Por isso estes recortes são o testemunho de tal fenómeno, porventura único durante o século XX e que não voltou a repetir-se do mesmo modo consensual até hoje.
Os jornais da época, no Norte, não deixam mentir:
As revistas ilustradas da época, a Flama e o Século Ilustrado e também a Vida Mundial dedicaram números especiais ao assunto,.
O Século Ilustrado, saído em 1 de Agosto tinha já uma reportagem ( assinada entre outros, por Maria Antónia Palla) desenvolvida do funeral que se realizou no dia 30 de Julho de 1970, tendo o féretro saído dos Jerónimos e percorrido a distância até Santa Comba Dão em combóio especialmente fretado para o efeito e depois conduzido ao cemitério da freguesia do Vimieiro e cujo percurso demorou cerca de cinco horas.
A reportagem, com texto escorreito e fotos a condizer mostram o que eram os funerais de então, na generalidade, mesmo este que foi de Estado: à cerimónia de intimidade que ocorreu no velório do falecido, no próprio quarto em que tal ocorreu, seguiu-se a exposição com a urna aberta e à vista de todos. As orações da praxe e a manifestação religiosa devida aos mortos também foi a usual.
Quem não perceber isto não entende o contexto dessa época e não perceberá sequer o que foi a figura de Salazar. As filhas do pirata não entendem isto, pela certa...tal como outros.
A Flama de 7 de Agosto, na sequência do número anterior dedicava novamente parte substancial ao assunto:
A sepultura é outro sinal do que fora Salazar: uma pessoa religiosa com grande ligação ao povo e à terra e costumes.
Amanhã, Domingo dia 26 de Julho haverá uma homenagem no Vimieiro e em Santa Comba Dão que eventualmente reunirá algumas dezenas de pessoas que não se esqueceram de Salazar e do que representou para o nosso país.
O Sol de hoje mostra como será:
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