No final, um dos responsáveis por este tipo de programas de vigilância visual electrónica gaba o sistema por ter permitido a descoberta de um criminoso foragido numa fracção de segundo, reconhecendo-no no meio da multidão...
A cultura milenar chinesa, de vários confucionismos, parece aceitar tudo isto, sem grandes pruridos. A liberdade individual não é por aí um grande valor.
Nas sociedades ocidentais, porém, esta vigilância permanente, no caso visual, mas estendida igualmente à vigilância cibernética, mais sofisticada, insidiosa e perigosa, é um óbvio atentado a tal liberdade individual, como valor a preservar, ligada ao princípio da responsabilidade, principalmente moral.
Sem ela, o indivíduo transforma-se em quê? Quase um autómato, um robot que executa comandos prè-determinados em códigos sociais.
É para mim um mistério saber onde vão os cidadãos chineses buscar a reserva de liberdade individual suficiente para se afirmarem como humanos. Será na própria inserção colectiva, na imersão na massa e mole social?
Ou será que estes sistemas ainda são demasiado incipientes para se tornarem totalmente invasivos e por isso ainda permitem esse grau de liberdade essencial ao espírito humano?
E quando o deixarem de ser?
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