quinta-feira, julho 02, 2020

O sistema de topo e a inteligência da pepineira

Sábado de hoje, notícias sobre o nosso sistema político-social:

A primeira versa sobre uma escola de Economia, a ciência exacta das previsões sobre acontecimentos passados.
Parece que é muito prestigiada e tem lá luminárias como um tal António Nogueira Leite que desvanece qualquer espectador de tv sempre que alardeia a sua sabedoria específica.
Há outros cuja notoriedade se espalha por este pequeno universo nacional e se encontram milagrosamente nos sítios onde se pode ganhar mais dinheiro, em comissões de serviço, empregos a valer ou sinecuras: as grandes empresas que já foram nacionais e agora, muito por causa de luminárias assim, pertencem a entidades estranhas ao tecido nacional.
Como se pode ler,  a NOVA SBE é um viveiro da genialidade da gestão privada, pública e o que se quiser. Só é pena que não contribua muito para nos tirar da cepa torta de sempre e da pobreza endémica que nos consome. Mas lá está o velho ditado: quem sabe, faz; quem não sabe...pode muito bem ensinar aqui:


Outro sítio muito procurado pela intelligentsia que aduba o actual governo e os anteriores é este que tem ajudado muito o país na área da Saúde, nomeadamente na pandemia: a sociedade de advogados BAS não tem o F final mas podia ter porque é sítio de estudo de medicamentação, de vária ordem, naturalmente. Daí a preferência que o Governo tem dado, pelo que se compreende perfeitamente. "Os advogados da BAS orgulham-se de defender o interesse público e não terem conflitos de interesses"...então não é assim? Ora leia-se como um tal Farinho se juntou a um tal Lacerda para consultarem ambos em nome do Governo de Costa e de Sócrates, ambos os dois do mesmo partido e que foram colegas no mesmíssimo governo:


Estas amizades desinteressadas e todas motivadas pelo "interesse público", nomeadamente nos ajustes directos de contratos em que é sempre o povo a pagar, reflectem-se ainda na autarquia local que é Lisboa.  Neste caso as suspeitas de favorecimento indevido são infundadas porque o beneficiário até é...rival político do contratante, embora um rival sui generis que está sempre a concordar com o adversário político. Olha se não fosse...


Para contrariar tudo isto temos uma inteligência de pepino que tempera toda a salada onde se misturam estes interesses. Esta:


Quando o "processo Marquês" foi distribuído de modo atrabiliário no TCIC calhando a um juiz "calhou-me a mim" não se ouvir esta inteligência da pepineira soprar um ai sobre a "anormalidade".  Agora suspira uma idiotice que evitaria se teclasse no Google, apenas as palavras "TCIC juízes".
 Em vez da burrice que escreveu porque ressuma da mais solerte ignorância, teria percebido o que é simples, ou seja o esquema de distribuição de processos e que nem tudo vai parar ao mesmo juiz, no tal TCIC.
Toda a gente informada sabe isso menos este digno representante da pepineira ambiente.

Entretanto, no Observador, o director descobriu...Boaventura Sousa Santos, o celebérrimo e ilustrérrimo professor de Barcouço que nunca se esqueceu dos tempos da cooperativa. E das respectivas mulas.
Ao mencionar os novos poderes dos bárbaros que se aproximam das cidades para apear o poder existente, escreve sobre os desígnios de tal horda:

E esse poder, explicam-nos, “é o capitalismo, o colonialismo e o patriarcado, três formas de poder articuladas que dominam há quase seis séculos”. Não, não estou a inventar, estou a citar: Boaventura Sousa Santos dixit.



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Megaprocessos...quem os quer?