Sebastião Bugalho, agora cronista do Observador, tem uma entrevista de várias páginas no i de hoje.
Bastam três para mostrar o que diz de essencial, este jovem de 24 anos que tem ainda alguns para aprender alguma coisa que não sabe mas julga saber.
Um curso de Direito ou de Ciência Política ou lá o que seja e ainda um estágio em jornais não chega para dar consistência a um discurso todo decorado. É preciso uma experiência que o jovem ainda não pode ter e isso é fácil de resolver porque o tempo lha dará, se Deus quiser. Deus queira.
Bugalho poderia ser meu filho em termos de idade e por isso me permito o paternalismo, sem constrições.
O que lhe diria ou faria se o fosse? Que educação lhe apontaria? Não sei dizer porque isso é coisa que só o próprio decide e o exemplo é que poderia fazer tudo o resto. Foi assim comigo e julgo que o será com toda a gente.
Portanto, o exemplo de Bugalho será o dos seus parentes e ascendentes que são diversificados em número e género, para além de raça e que o tornam um melting pot de genes diversos ( "o meu tio-avô casou com uma japonesa, o meu outro tio casou com uma angolana, a minha mãe é casada há 12 anos com um afrodescendente". O meu avô era casado com uma britânica de ascendência indiana", diz) .
Falta uma coisa importante no retrato: o meio onde viveu, cresceu e se educou. Presumo que seja todo urbano e sem ligação rural a uma ancestralidade pátria e isso é logo um handicap de relevo, para entender o país que somos. Não é com leituras que lá vai...para perceber o pedigree de um "chicão" ou outras personagens do CDS por onde andou.
Mas evidentemente chega-lhe para o Chega que julga sumariamente como um epifenómeno político, condenado a desaparecer com o refluxo da onda que o tem promovido, ou seja a da extrema-esquerda.
Fica a leitura do essencial que assenta em leituras e por isso demasiado artificial. Um dos pontos chave: a China é mais perigosa que o Trump ou o Bolsonaro para liberdades democráticas e ninguém mediaticamente liga a isso, por causa dos preconceitos esquerdistas que temos espalhados de modo endémico nas redacções.
E outras coisas que gostaria de comentar mas agora reservo tempo para outras coisas...
Bugalho é figura nova que aprecio ler e o seu auto-convencimento é apenas ridículo mas sabe bem ver em gente nova. Passa-lhe com a idade, julgo eu...
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