Em 1979 os portugueses em geral estavam fartos dos governos de esquerda marxista, do PS e coligações várias que tinham resultado em bancarrota. A Constituição assegurava que íamos a caminho da sociedade sem classes e que as nacionalizações de quase toda a indústria, dos bancos e seguros eram "irreversíveis". E foram até 1989...
Pois bem: em finais desse ano houve eleições e para disputar o poder político à esquerda de então, dominada pela ideologia do PS e PCP e pela falta de ideologia de um MFA, formou-se uma Aliança Democrática que reunia num pacto, o PSD de Sá Carneiro, o CDS de Freitas do Amaral e o PPM de Ribeiro Teles.
Antes das eleições havia um governo de "gestão" entregue a Maria de Lurdes Pintasilgo. Eanes estava em Belém e não se metia muito nesses assuntos mas alinhava mais à esquerda do que à direita e representava o tal poder militar sem ideologia definida.
Para perceber o ambiente de então nada melhor que uns recortes a preceito.
Capital de 20.7.1979:
No fim da campanha eleitoral para as eleições que se avizinhavam, O Jornal de 30.11.1979 é um pequeno compêndio do que era o ambiente político em Portugal nessa época.
Para a esquerda, particularmente o PCP, a vitória da AD representava o fim do mundo e punha em perigo o 25 de Abril, tal como o Chega põe agora em perigo a democracia.
A informação estava "em boas mãos" e não era preciso mexer em nada...para assegurar a continuidade e fustigar com propaganda negativa a AD, tal como hoje com o Chega, com uma Censura de activistas.
O Jornal até assegurava que Portugal em menos de meia dúzia de anos já tinha mudado...
Em 31 de Outubro, outro professor celebérrimo, parecido com o de Barcouço também temia pela vitória da AD que só poderia trazer desgraças inomináveis.
Após as eleições confirmou-se o descalabro da esquerda, mas por pouco tempo...afinal não se mudou quase nada. A Constituição continuou na mesma durante mais dez anos e Sá Carneiro morreu um ano depois. O resto é da História e mais uma bancarrota dali a meia dúzia de anos, nem tanto.
O Jornal 14.12.1979:
Porém, o terror da mudança aparecia por escrito, nesse mesmo jornal, com um dos filósofos do regime a mostrar serviço e o FMI a bater à porta...
O então PSD equivalente ao de Rui Rio tinha outros projectos. Além do mais, constituírem sociedades de advogados para chularem o Estado o mais que pudessem. E tiveram sucesso...
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