sexta-feira, fevereiro 19, 2021

As armas e os Quinhones não assinalados

 No O Diabo desta semana vale a pena ler este relato na primeira pessoa acerca do que Marcelino da Mata sofreu às mãos de certos heróis militares do PREC de 1975, incluindo alguns elementos civis do MRPP de antanho que ainda andam por aí. 

Os factos ocorreram após o dia 17 de Maio de 1975 e destaca-se neste grupo de torturadores militares ao serviço do exército português de então, um tal capitão Quinhones Magalhães e ainda um tal furriel Duarte, mais um tal tenente-coronel Leal de Almeida. 150 dias de prisão, fracturas de costelas e coluna foi o balanço desta acção heróica daqueles indivíduos.

Para quê? Para Marcelino da Mata relatar o que sabia do ELP. 

Estes factos, nesta crueza nunca foram relatados nos media tradicionais como a televisão ou agências lusas anops ou outras que Portugal foi tendo, pagas pelo erário público. Foram factos censurados, no regime que se afirmou democrático e contra a Censura anterior ao 25 de Abril de 1974, tal como foram factos que contrastraram com a denúncia das atrocidades da PIDE mas não tiveram publicidade equivalente. 




Outros factos foram relatados pormenorizadamente no Relatório do 25 de Novembro, obra que hoje é quase clandestina e que foi publicada  no início de 1976.
Um autor que na altura era jornalista, e serviu na guerra do Ultramar, perante a clandestinidade de tal Relatório decidiu coligir as partes do mesmo e publicá-lo por conta própria em dois volumes, na Ed. Abril, em Dezembro de 1976. Julgo que será o único meio de conhecer o tal Relatório do 25 de Novembro, incluindo o das "sevícias" como as praticadas em Marcelino da Mata por aqueles bravos e corajosos militares de Abril, com o apoio de elementos do MRPP de então cujos nomes também ficaram na sombra da sua coragem particular e cujos elementos nunca se demarcaram destas torturas, particularmente o actual Garcia Pereira, sempre na frente das denúncias de injustiças e iniquidades, para além do sinistro Rosas que ainda anda por aí a aproveitar as benesses que lhe concederam por este género de actos heróicos, continuando a vilipendiar e a trair o país em que nasceu, sob a capa de historiador de factos cuja visão padece sempre da ausência de objectividade e verdade contextual.  

O referido Martinho Simões prefaciou assim o seu livro de compilação de tal Relatório, aliás publicado sem comentários, explicando com amargura de português traído por esta gente de  Rosas e quejandos, as circunstâncias em que o fez e porque o fez.






A propósito das causas próximas do 25 de Novembro de 1975 aparecem algumas páginas elucidativas, mas antes disso talvez valha a pena ler um comunicado do PCP do dia 25 de Novembro de 1975 e que já põe as barbas de molho:








É importante referir que na altura o meio de informação mais expedito e eficaz era o rádio e aliás foi desse modo que se comunicaram entre si as forças militares que fizeram o golpe de 25 de Abril. 

Duas páginas sobre a actuação de alguns figurões, com destaque para um tal Rui Pedro, do PCP:





E sobre a televisão, ou seja a RTP: 




Sobre o COPCON e a FUR mais os SUV: 




A FUR era uma coligação política assim mostrada na capa da Flama de 10.10.1975. Vítor Dias, ainda anda por aí, a proclamar que os amanhãs estão para chegar, num dia de muito nevoeiro que lhe tapou sempre as ideias.


Os SUV eram capitaneados por esse bravo jornalista desaparecido no combate da escrita, Ferreira Fernandes. 


E o PREC e respectivo caldo de cultura surgiu na segunda metade do ano de 1974 e agudizou-se na sequência das golpadas de Março de 1975, com as nacionalizações de todo o sector produtivo mais importante e dos serviços, ou seja dos seguros e bancos. 

Em Março de 1975 o agrupamento de bandoleiros capitaneados por figuras de relevo com alguns piratas de permeio, com destaque para o barbas Mortágua, pai das manas que agora fazem as mesmas figuras com as mesmas barbas ideológicas, tinha o seu ponto alto de consagração institucional. 


O PREC foi então caricaturado deste modo por uma revista francesa ( Realités de Setembro de 1975 e desenho de Peter Glay que costumava fazer ilustrações para a revista francesa de banda desenhada Pilote).  


Uma rebaldaria em forma, com episódios grotescos, incluindo outros de natureza sórdida protagonizados pelo MRPP do tal Rosas e quejandos Garcias Pereira que ainda hoje não se demarcaram destes crimes e acusam outros, como Marcelino da Mata,  de "crimes de guerra", como o faz este despudorado  palerma que assina esta crónica no Público de hoje, com este ar melífluo sobre o seu amor acrisolado à liberdade de expressão: 





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