Este postal já tem mais de meia dúzia de anos mas ainda me parece actual para mostrar quem foram os jornalistas que fixaram a terminologia corrente nos media acerca do que é o Portugal da actualidade.
A linguagem que usaram nos seus escritos conduziu ao panorama actual do jornalismo que existe e que é subsidiária da que era usada nos escritos comunistas e socialistas de antanho e de hoje.
Os conceitos de política e ideias associadas foram todos moldados por essa ideologia de madrassa esquerdista e por isso mesmo um partido como o CHEGA, só para dar este exemplo eloquente nunca poderá ser outra coisa que não de "extrema-direita". Nem concebem que possa ser outra coisa e quem disser o contrário é simplesmente fassista ou outra coisa qualquer associada, como radical de extrema-direita, xenófobo e racista, para além de colonialista e apoiante do imperialismo capitalista.
Veja-se cada um dos nomes que constam das fichas redactoriais coligidas em publicações nacionais ao longo dos anos e veja-se onde foram parar, onde ficaram e o que disseram por escrito e analise-se como é que esta nova linguagem medrou deste modo fenomenológico impressionante.
Foi esta gente que moldou o discurso ideológico corrente e abriu as portas, de par em par, às novas variantes do vírus linguístico que criaram em laboratório durante a segunda metade dos anos setenta e espalharam depois por todo o universo mediático e político nacional. De tal modo que infectaram mentes e espíritos que agora proclamam por simpatia ou mimetismo a velhíssima ideologia da luta de classes, agora travestida no género e raça, espalhando nova variante do mesmo vírus.
Fica aqui tal como foi escrito e ilustrado em 18 de Junho de 2014.
Ao longo dos últimos 40 anos a evolução mediática em Portugal pautou-se por um fenómeno singular: uma esmagadora maioria de esquerda domina ideologicamente tais media. Por esquerda compreendo aqueles que acreditam nas virtudes salvíficas do socialismo, democrático ou nem isso. Portanto, do PS para a esquerda do espectro político e com grandes fatias de simpatizantes do PSD e até do CDS.
Para percebermos como foi possível este estranho fenómeno na sociedade portuguesa temos que recuar alguns anos antes do 25 de Abril de 1974 e entranharmo-nos nos próprios anos sessenta, após o Maio de 1968 e das crises académicas em Portugal, no ano seguinte e com precursores muito antes disso.
Não obstante tal tarefa ingrata obrigar a mostrar um Alberto Martins a provocar publicamente o então presidente da República Américo Tomás e ainda mais atrás um Sampaio cenoura, sentado a protestar nas balaustradas universitárias, podemos cingir-nos ao período que começou logo em 1974, no início do PREC.
Um dos jornais mais esquerdista e desabridamente comunista que apareceu então, era o semanário Sempre Fixe dirigido por Ruella Ramos que também se ocupava da propaganda comunista no Diário de Lisboa.
O Sempre Fixe de Setembro de 1974 exultava com a queima de jornais, num público auto de fé antifascista. Jornais fascistas, claro está e que só por isso podiam ser queimados, sem que alguém levantasse um dedo de escrita em protesto.
Durante os anos setenta foram aparecendo jornais cuja ficha redactorial ensinam mais que mil palavras sobre a Esquerda que dominou ideologicamente esses tempos e logrou implantar ( como quem implanta um dente de ouro postiço...), um léxico bastardo na linguagem corrente da época.
Quem melhor dá o retrato do abuso e do crime cometido é um indivíduo que era então comunista e se reciclou no PS, sendo presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. José Jorge Letria escrevia assim no "E tudo era possível"...
As fichas redactoriais desses anos setenta alinhavam os nomes que fizeram então o jornalismo e ensinaram aos que lá aprenderam e estagiaram que a Esquerda é quem manda e quem não obedecer não tem lugar ao sol na profissão.
A Vida Mundial de Março de 1975, apesar de o seu director ser um cripto qualquer coisa, e ter colaboradores como António José Saraiva, era um cóio de comunistas que aplaudiram as nacionalizações, o PREC e o caminho para o socialismo com amanhãs a cantar numa sociedade sem classes. O Alexandre Manuel que estivera na Flama católica era dos piores...
O Jornal apareceu em Maio de 1975, com jornalistas associados numa espécie de cooperativa. Tudo de esquerda e próximos do então MFA, com laivos de revolucionarismo à la "documento dos Nove", com apoio a um Conselho da Revolução de PREC.
Na mesma altura e para combater a força política do esquerdismo com doença infantil e o PCP, apareceu o Jornal Novo, cuja ficha redactorial é muito instrutiva.
A Opção que saiu em 1976 era socialista até à mediocridade gráfica, dirigida ainda por Artur Portela Filho, vindo daquele Jornal Novo.
Estes jornalistas, mais os que estavam nos diários, como Diário de Notícias, República ou Jornal de Notícias do Porto, essencialmente são os que fizeram a escola de jornalismo portuguesa e em que aprenderam os que agora estão a afundar os jornais todos, com a desculpa da Internet, da crise e outras de mau-pagador. São todos de esquerda, da bem-pensante e da extremista, alguns reciclados no socialismo democrático e outros ainda não. Basta atender ao que passa a Antena Um para o perceber.
Em finais dos anos setenta ( Março de 1979) apareceu o Correio da Manhã, um jornal abertamente popular e populista, sem interesse para o caso que nos interessa e apenas revelador de que começou a aparecer gente que queria ganhar dinheiro com jornais, nomeadamente os que ganhavam dinheiro com a Maria e a Crónica Feminina e quejandas. O Tal& Qual, surgido logo a seguir, em 1980, não andava longe do conceito, embora fosse redigido por gente de esquerda, notoriamente. E notava-se. Ferreira Fernandes, por exemplo.
Nos anos oitenta foram aparecendo outros para onde transumavam alguns dos jornalistas que saiam daqueloutros, entretanto findos e falidos, como ficaram quase todos. Nenhum se aguentou nas canetas de tinta esquerdista.
O Expresso de Julho de 1984 tinha esta ficha redactorial:
O Tempo, semanário maldito e marginalizado pelos bem-pensantes, tinha esta, em Agosto de 1984:
O Diário de Notícias de Setembro de 1985 já deixara o PREC há dez anos mas ainda acolhia a nata da esquerda democrática, aquela que não deixava abolir o artigo que impedia a reversibilidades das nacionalizações, na Constituição.
O Jornal de Notícias de Janeiro de 1984 era o que mais se aproximava do jornal popular com correspondentes por todo o lado, como agora nem há. Quase todos de esquerda.
A Grande Reportagem aparecida a lume em 1985 refulgia na novidade da CEE, com as luminárias do antigamente de uma esquerda democrática e associada a um PS desmarxizado, como António Barreto e António-Pedro Vasconcelos, com figuras como Vasco Pulido Valente iconoclasta, mas também algo jacobino.
Nos anos noventa apareceram outras publicações que enquadraram os mesmos jornalistas ou outros entretanto surgidos e seguidores da mesma escola.
Em primeiro lugar e na primeira fila dos herdeiros de O Jornal e da esquerda bem pensante, a Visão, saída em Março de 1993.
O semanário Já, do proto-BE, apareceu em Março de 1996 e era graficamente um mimo. Substancialmente de esquerda e com os devidos tiques.
A Factos, de Outubro de 1997 durou pouco porque também prestava pouco.
Em meados da década de oitenta começou a delinear-se o novo paradigma: as aquisições e fusões editoriais, tendo sempre os mesmos ou quase como protagonistas.
Daqui sairam as rádios e as televisões privadas, com gente do antigamente esquerdista a mandar de novo.
Este artigo é do Semanário ( um jornal que não tinha ficha redactorial, mas fugia um pouco ao padrão esquerdista) de 1 de Março de 1986.
Faltam aqui outros jornais e outros jornalistas porque isto pretende apenas ser uma mostra do essencial.
Há um ponto comum a todos estes jornais e revistas: nenhum deles alguma vez, durante estes últimos quarenta anos escreveu um artigo sobre Salazar como o que mostrei num postal anterior, no jornal A Rua e da autoria do "fascista" Manuel Maria Múrias.
Todos, provavelmente, cuspiriam para o lado se os questionassem sobre o assunto publicamente e perante a tv...
É isso que mostra a diferença e o mal que temos na nossa democracia: afinal é mesmo uma democracia limitada e entregue à tutela da Esquerda, incluindo a dita democrática, ou seja o PS e franjas do PSD.
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