Vêm de longe as histórias que se contam sobre o modo
intempestivo como Mário Soares destrata os agentes policiais. A última
notícia célebre foi avançada em primeira-mão pelo CM no passado dia 3 de
Abril e descrevia a descasca que Soares deu aos polícias que mandaram
parar o carro em que seguia na A8 a 199 quilómetros por hora.
Por
tudo isto, há muito boa gente que se espanta com a quantidade de
elementos de segurança oficial que continuam destacados ao serviço do
antigo Presidente da República. Como dizia muito bem humorada uma alta
patente policial ao Correio Indiscreto "se há alguém que está a salvo de
qualquer golpe de Estado é o dr. Mário Soares".
Vamos
então aos números de agentes envolvidos na ‘operação Guardar as Costas'
ao líder histórico do PS. Segundo fontes fidedignas, a Polícia de
Segurança Pública (PSP) presta serviço a Soares na moradia do Vau, com
quatro elementos em turnos diários de 6 horas.
No
Campo Grande, são mais quatro em igual horário. Por último, ainda no
que diz respeito à PSP, há mais dois agentes para o seguir por todo o
lado, alternadamente.
Mas o assunto, pelos vistos
extremamente grave - e dispendioso -, da segurança pessoal de Mário
Soares, não se fica por aqui. Assim, a Guarda Nacional Republicana está
de serviço permanente à simpática residência de Nafarros - só aqui são
mais quatro agentes da GNR que se revezam em turnos de 6 horas.
Feitas
as contas, Mário Soares tem ao seu serviço 14 elementos destacados.
Como alguém dizia esta semana, é quase como se existisse uma esquadra ou
um posto de polícia às ordens de sua excelência.
Não sei se estes números e referências estão certos. Se estiverem é apenas uma pouca-vergonha e um escândalo que merecia ser referido no Parlamento.
Por uma vez, passei no Campo Grande e reparei que havia junto à casa do indivíduo um agente da PSP num carro. Parado e estacionado com o agente lá dentro.
Também não sei se Ramalho Eanes ou Jorge Sampaio têm idêntico tratamento, mas se tiverem é igualmente escandaloso.
Portugal ainda suporta estes escândalos sem nada dizer ou fazer.