segunda-feira, maio 07, 2012

Vasco Pulido Valente em entrevista ao i de hoje

 











 Entre estas duas imagens já lá vão uns tempos. Na primeira ,da esquerda, do Expresso de Junho de 2011 e já aqui comentada ,Vasco Pulido Valente ainda morava numa casa diferente. Na prateleira podem ver-se ( clicando) duas edições de um livro sobre Léon Blum. Na imagem da direita, agora tirada, o livro é apenas um. Deitou fora o outro?
 As entrevistas de Vasco Pulido Valente são imperdíveis e o jornal o de hoje, para comemorar o terceiro aniversário, foi ouvi-lo. Como habitualmente, comento.
O que VPV diz tem sempre interesse embora esta entrevista seja um tanto ou quanto fraquinha. Gostava de ler VPV a discorrer sobre mulheres. A propósito de uma que conheceu- Maria Filomena Mónica- diz na entrevista que já "disse tudo o que tinha a dizer sobre a doutora Filomena Mónica".

Sobre outro indivíduo que anda por aí permanentemente a ensombrar o país, Mário Soares, sabe-se nesta entrevista que VPV é amigo do indivíduo "desde os 16 anos", ou seja há muito ano para se poder ter uma ideia objectiva desse indivíduo nocivo para a democracia: "Falo de política com o doutor Soares, mas esse não conta, conheço-o desde os 16 anos. Chegou a estar preso com um tio meu. A memória mais antiga que tenho dele é da prisão e de casa dos meus pais."

A entrevista tem alguns pontos que merecem destaque. Quanto a mim, estes:

Têm-se passado coisas estranhas ali no Palácio de Belém. O Presidente da República está com níveis de impopularidade históricos. O cavaquismo desapareceu?
Acho que as pessoas sempre olharam para o Presidente da República como uma figura protectora. E Cavaco Silva não protegeu ninguém. Mesmo as pessoas mais estúpidas e distraídas perceberam que ele não as avisou a tempo, por causa da reeleição. Ele devia ter falado antes, muito antes, mas pôs os seus interesses à frente das suas obrigações. Assim que se viu são e salvo, foi a correr explicar o que se passava. E as pessoas podem não saber nada de economia, mas toda a gente percebeu que Cavaco Silva esteve muito caladinho até ser reeleito (ou disse uma frase aqui e outra ali). Mas logo que foi reeleito foi a correr dizer o que se passava. E isso não lhe fez bem nenhum. Depois acho que também não lhe fez bem nenhum aquela frase horrenda em que disse que também tinha dificuldades. As pessoas sabem que é mentira. Dizer uma mentira sobre aquele assunto nesta altura não é bom. E por mais que a mistura de Cavaco Silva no caso BPN seja a mais inocente do mundo, dele e dos amigos, não lhe faz bem nenhum. Acho que não faz bem nenhum a nenhuma figura pública que tem de ter a confiança moral de milhões de pessoas aparecer em sítios onde não deve estar. Mesmo que a sua presença nesses sítios seja a mais inocente.
Acha que houve um acordo tácito entre Sócrates e Cavaco sobre a crise num primeiro momento?
Cavaco Silva disse que Sócrates lhe tinha mentido deliberadamente, que tinha sido desleal. Se a gente acreditar nisso, também tem de acreditar que ele sabia a verdade. Então como é que sabia que Sócrates estava a ser desleal? Aquilo tinha duas faces. Isto implica que Cavaco Silva sabia a verdade e não o denunciou, veio denunciá-lo agora. A ideia de que Cavaco, porque foi primeiro-ministro e Presidente da República, tem algum talento para a política, é falsa. De resto, Portugal está cheio de casos desses, falsos escritores, falsos políticos, falsos jornalistas. Cavaco Silva não tem jeito nenhum para a política. É ver essas coisas que ele vai dizendo por aí ultimamente – e quando se enerva ainda é pior. Cavaco Silva só é político porque vive em Portugal.

(...)

Mas porque é que Passos aguenta tão bem nas sondagens? Porque as pessoas acham que não há alternativa nenhuma? A esquerda não capitalizou nas sondagens...
Na sua maior parte por isso. As pessoas não vêem saída. O PS não diz o que é que quer. Não se pode ter por programa político de um partido português dois pontos: um, mudar a política europeia; número dois, crescimento. E depois acrescentar, à laia de cláusula, para cumprir o segundo ponto, que é preciso fazer o primeiro. Isto não é uma política, isto são desejos! O PS nunca apareceu a dizer que em vez de fazer isto, fazia aquilo. Quanto à personagem de Passos Coelho, ele é muito calmo, tem essa vantagem. Nunca perde as estribeiras, nunca se apressa, é muito simpático. Vê-se na maneira como fala com as pessoas na rua…
Mas está a dar-lhes cabo da vida…
Mas não é ele! E toda a gente sabe que não é ele! Quem negociou isto foi Sócrates.
E Teixeira dos Santos, num tempo em que andavam de costas voltadas.
Sempre detestei aquele senhor [José Sócrates]. É um analfabeto, oportunista e demagogo. É um homem detestável. Execrável.

5 comentários:

muja disse...

Acerca do Cavaco e das lealdades, o meu pai sempre me disse: numa vigarice há sempre dois vigaristas, o que vigariza e o que é vigarizado.

Resta saber qual é qual.

hajapachorra disse...

VPV está cheio de razão, tão cheio de razão que a sua teoria se lhe aplica na perfeição.

Carlos disse...

O gelo aqui utilizado, ou água lisa, era de boa qualidade e abriu de facto a razão. Parabéns VPV.

Maria José disse...

Eu tb gostava de ouvir/ler o VPV sobre mulheres.Não sobre as suas mulheres, porque deve ser assunto pouco condimentado. Gostava que ele escrevesse sobre AS MULHERES.

Carlos disse...

Maria José,

Sobre as mulheres, está tudo escrito. Com as mulheres, há muito que fazer. Olhe o tempo a fugir!...

O Público activista e relapso