sexta-feira, março 15, 2013

A fossilização do comunismo português: um âmbar vermelho desmaiado

Os comunistas portugueses estão cada vez mais fossilizados nas ideias marxistas-leninistas herdadas do comunismo soviético que caiu fragorosamente no fim do séc. XX. O tempo, para os comunistas, não passou do mesmo modo que para as demais pessoas sem compromissos ideológicos semelhantes. Na realidade nem passou, porque aconteceu isso mesmo: fossilizou, em âmbar ideológico de cor marxista.
No último número da revista O Militante ( Março-Abril 2013 ) o PCP enuncia clara e abertamente o que pretende para Portugal: O comunismo de 1975, tal e qual.
Enquanto o povo não lhe dá os instrumentos para alcançar o poder e uma vez que abandonaram há muito a ideia de conquista de poder político pelo golpe revolucionário pela força das armas, o PCP vive das ilusões fossilizadas no âmbar da ideologia perdida, assegurando que "o comunismo não morreu" e até virá já a seguir...


Para além dos comunistas do PCP, fossilizados integralmente naquele âmbar de ideias em conserva, a revista Visão desta semana publica um artigo sem grande interesse  ( porque não traz qualquer novidade ou acrescento ao que já se conhece) sobre os maoistas que "andam por aí" e que tomaram o poder político, porque foi isso que sempre pretenderam, na generalidade.
Estes, ao contrário daqueles, pretendiam o poder politico através das armas retóricas e em alguns casos bem reais.
Lendo o artigo da Visão percebe-se quem eram estas pessoas e como conseguiram adaptar-se à "democracia burguesa" que tanto criticaram e queriam apear do poder, tal como os comunistas ortodoxos fossilizados.
Adaptaram-se mas não renegaram explicitamente as ideias. Salvo honrosas excepções ( Saldanha Sanches, por exemplo) a generalidade nunca se arrependeu ou manifestou repúdio pelas palermices em que acreditaram.  Pior: parece que o facto de terem pertencido a esses grupúsculos surrealistas constituiu cartão de apresentação para outros cargos e prebendas públicas.

Será essa, talvez, uma das razões para o predomínio da Esquerda, ideologicamente, em Portugal.





26 comentários:

Manuel de Castro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Manuel de Castro disse...

Saldanha Sanches foi de facto um homem incomum, no bom sentido. A ressalva é justa.

Floribundus disse...

na ar berram a mesma cassete pirata índios à beira duma apoplexia e damas histéricas.
a pobreza de espírito aflige-me de tal maneira que sinto pena de tanta manifestação ridícula.
aquela bancada parece saída dum filme de Fellini.
ficaram assim depois da implosão da urss e da queda do muro.

os 'manholas' maoistas andam pelas tvs e blogs ou por Bruxelas
mas politicamente não passam duns 'montes', como se dizia no meu tempo de liceu.


Unknown disse...

Com a falência da casa-mãe, quem financiará o folhetozinho publicitário desta sucursal no cu-de-judas ( em relação ao "sol da terra",tá bem de ver...)?

miguel disse...

"Detêm e executam"

Começaram cedo.
Imagine-se que atingiam o poder.

Este "executam",não ficava melhor "assassinam"?

Nem o tal fassismo,que era tão terrível,os executou a eles.Receberam meras penas de prisão por assassínio de um agente ou informador da PIDE.
Como a linguagem pode lavar a cara a estes "democratas".

Kaiser Soze disse...

A Maria José Morgado fica consternada ao lembrar-se que foi Maoista, ouvi-a e vi-a a dizer isso mesmo.

Não sei se é só impressão minha ou não são apenas os comunistas que andam fossilizados (sendo certo que devem ficar felizes por ainda serem o bicho papão de muita gente sem que nada, hodiernamente, o justifique).

Tentando ultrapassar 1975 e o PREC, diria que os assuntos tratados ontem (15.03.2012) pelo Gaspar teriam interesse: desde o não acertar uma única previsão desde que está no cargo até ao desvalorizar das próprias previsões pelo PM (valorizar para quê? nunca acertam!)

Isto parece-me relevante e, pasme-se, actual ainda que possa ser menos romântico do que o papão bolchevique.

josé disse...

O problema não é o "papão" que de facto nem isso é.

O problema são os papinhas que foram concebidos pelo grande papão que durante décadas formigou ideologicamente o ideário nacional.

A Esquerda rules.

josé disse...

Para desconstruir este discurso é preciso ser "reaccionário", como os mesmos dizem, para que se entenda como fomos ludibriados com casca e tudo.

Kaiser Soze disse...

Olhos de mercador.

Não se trata de discordar das apreciações à esquerda, com as quais, na maioria das vezes, concordo.

Trata-se de lhe dar tanta importência - quando não é o mais importante, agora - que soa a escamotear o dia-a-dia.
Crítica parecida à que è feita, por exemplo, à Ana Lourenço e aos Louçãs desta vida.

Se os fóruns de discussão se limitam a groupies, deixam de o ser, por definição.

josé disse...

"Se os fóruns de discussão se limitam a groupies, deixam de o ser, por definição."

Estes lugares de discussão pouco mais são que isso- se é que o são...

Não há verdadeira discussão entre entendimentos diversos sobre a base da ideologia. É como a religião: torna-se estéril uma discussão com um convertido a propósito da natureza da conversão.

A única coisa que ainda pode adiantar será a pequena divergência entre "groupies" que pode afinal ser uma grande divergência.

josé disse...

A Ana Lourenço e os Louçãs e os comunistas são os exemplos mais concretos de uma ideia mais geral: estamos a ser conduzidos por um panurgo que não tem forma, mas apenas ideia. E essa ideia que aqueles tributam, vem de longe, de muito longe.
E andou o tempo todo na crista mediática, para aqui chegar.

Parece-me importante entender tal coisa para perceber o Portugal de hoje.

josé disse...

A tal Lourenço é apenas uma jornalista que é paradigma de um certo jornalismo que tomou conta disto. Se a Lourenço sair vem outro, tipo Nuno Santos ou assim.

Será que se percebe melhor, assim?

Unknown disse...

Nunca é tarde para mudar e felizmente muita gente mudou. Outros, infelizmente permaneceram estacionados noutros séculos. Mas ainda assim, a esquerdopatia parece ser um mal crónico que nos atinge.

É sabido que os psicopatas são isentos de culpa e de remorso. Um psicopata não sente empatia pelo seu semelhante, jamais se coloca no lugar do outro. Esse necessário sentido de justiça é que faz entendermo-nos como humanos.

Assim, o psicopata não reconhece a humanidade do outro, o significado das palavras compaixão e piedade não constam no seu léxico emocional. A culpa é sempre das suas vítimas, merecedoras do mal que ele lhes impõe, porque, para ele, no fundo, elas queriam ser molestadas.

Na política, a equivalência da psicopatia, no caso, manifestado não como um tipo de personalidade de um indivíduo, mas como um grave desvio (patologia) colectivo e ideológico: o esquerdopata, ou fascista de esquerda, é caracterizado, entre outras coisas, por ter sempre uma justificação para os malefícios da sua tribo. É natural, afinal o fascismo e o comunismo não têm mesmo como matriz ideológica e psicológica, o apreço pela democracia.

Mas esse lado ainda não define um comunofascista de forma inteira. Além da justificativa, tentam convencer-nos de que o crime responde aos anseios dos “oprimidos” e por isso é libertador. Como o psicopata, o seu padrão moral é flexível o suficiente para justificar qualquer coisa, desde que ajude a atingir os seus objectivos ou os da sua tribo.

A exemplo do psicopata, é imperioso que o seu adversário seja esvaziado de qualquer humanidade e seja transformado num ser detentor de todos os males, para assim poder ser eliminado (mesmo que uma eliminação política ou moral) sem constrangimento e acusado de ser o verdadeiro responsável por todo o mal que o atinge.
Isso explica por que os comunistas cometeram tantos crimes.
Eles reiteram, sem ruborizar, que “apenas”pretendem impor-nos a sua visão do mundo como a expressão do “bem”. Os seus adversários fazem escolhas ideológicas; eles estão imbuídos do superior propósito de “salvar” a humanidade.

Na cabeça destes valentes, milhões não são pessoas, mas “categorias”, e morreram porque representavam entraves à criação de um “novo homem” e ao avanço da história. Se essa “criação” custou mais de 100 milhões de vidas, qual é o problema?

zazie disse...

O José tem absoluta razão em considerar a ideologia escardalha como o pensamento que domina Portugal porque foram eles que tomaram conta disto.

E é válido para tudo. Cada vez me apercebo mais como não há sector algum onde este pensamento único não esteja presente.

E tenho como exemplo até a minha área. No caso da História é mais que óbvio mas mesmo na História da Arte são apenas os "desconstrucionistas" escardalhos que ainda contam.

Não se fala de mais nada; não se dá um único autor diferente, em parte alguma.

Comecei eu a falar diferente e é às escondidas. Às escondidas para não me chamarem reaccionária e facista e ter meio mundo a morder as canelas ou pior...

zazie disse...

E pergunto-me como será em Filosofia onde agora é moda duas imbecilidades- o velho e fossilizado positivismo e a estupidez de ateísmo militante e cientoino que passa na dita ""epistemologia".

São os murchos que fazem lei e o resto ainda é marxismo ou hegelianismo mascarado.

zazie disse...

E andei longe disto tudo por me ter refugiado na boa da Idade Média.

Meti a cabeça de fora para me afoitar noutras coisas e foi esta evidência que saltou à vista- só se fala ainda em "deleuzes e guattaris e internacionais situacionistas mais o Walter Benjamin.

Em saindo disso vão para o mainstream aparvalhado dos bestsellers que acham que o movimento gay é que a modernidade- à Peter Sloterdijk.


Mais o Zizek. Outro palerma que é lei por cá.

zazie disse...

E pior, se quiser falar disto com algum colega, não tenho.

Porque nem sei se existe alguém que se dê conta que é assim e que isto é fóssil e pensamento único escardalho.

Floribundus disse...

Cara Zazie
o nosso Amigo tem razão quando diz que vivemos dominados por esquerdalhos na comunicação socialista.

os donos do pensamento único insultam quem não seja da cor.
o Judeu Benjamin e um dos outros mataram-se e tornaram-se mártires.
o Judeu é intragável.

sempre tive muito interesse pela idade Média quanto à enorme evolução científica. há dias chamaram-me FdP por ter publicado
a evolução da moda (fashion) no séc XII.

o meu trabalho sobre a condição humana dos contemporâneos e companheiros de Jesus, se conseguir terminá-la, não encontra nicho de mercado.

o tratamento dos temas e a maior parte dos comentários inserem-se no campo da psiquiatria.

isto continuará como 'manicómio em auto-gestão' até se acabar o 'pilim' com o fim do euro.

lusitânea disse...

Este gajos do tudo e do seu contrário deveriam ser todos presos e comer só o que produzissem nas cadeias.Na I república fizeram-nos entrar na guerra para garantir o ultramar.Depois começaram a doutrinar que sem o entregarem não se consegui desenvolver a piolheira e finalmente feito isso andam a colonizar-nos massivamente como sendo uma riqueza cuidar dum milhão de pobres.Mas ninguém é traidor no meio disto tudo...

hajapachorra disse...

A manada jornalística tem sua influência mas não tanto quanto se julga. O que verdadeiramente marcou e ainda marca a atmosfera lusitana com a fragância sinistra foi a geral ocupação da universidade pela esquerda. Convém não esquecer que houve saneamentos em 75-76 e que só alguns dos saneados voltaram, mas completamente mudados, quedos e mudos, inofensivos. Durante os anos 80-90, mais de 80% dos professores na universidade portuguesa eram de 'esquerda', fizeram escola, poucos escaparam, puderam ou quiseram escapar, a essa influência. Por isso a escola, da primária aos mestrados, nas disciplinas de humanidades se tornou mera propaganda. Por isso vicejam os estudos contemporâneos na história, na literatura, as economias, sociologias, linguísticas e outras inutilidades. Além de mais fáceis, também permitiam fazer um continuum entre 'investigação' e 'transformação social', ciências sociais, portanto, o tipo de saber que enche milhares de cabeças ocas com poder.

josé disse...

É o ISCTE über alles.

Kaiser Soze disse...

No meio de tanta gente que sabe tanta coisa, parece-me estranho que se estranhe que a esquerda se impregnou no tecido português: foi uma reacção à direita autoritária que a precedeu; é uma "normalia" histórica e não o seu contrário.

A esquerda dos BEs e PCP alimenta-se da direita e vice-versa e quando se puxa demasiado para um lado a força tranfere-se, por resistência.

Seria de aprender alguma coisa com o enquadramento histórico senão seremos todos uns peixes de aquário que esquecem tudo passado 3 segundos (ou peixes de aquário ou Camilos Lourenços).

hajapachorra disse...

Nada disso. A academia esquerdista não é da direita que se alimenta, mas de... privilégios. Aqui de forma mansa, na América latina de forma furiosa (por isso está-lhes a custar muito este papa, dos pobres e anti-ideologia de género, da justiça e contra os 'direitos reprodutivos').

o que é o comunismo disse...

http://ideologiacomunismo.blogspot.pt/

o que é o comunismo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

realizações do comunismo pelo mundo
1)estupro de 5.000.000 de mulheres pelos comunas(comunistas)
2)assassinato de 100.000.000 de pessoas pelos comunistas
só isso é o suficiente para mostrar que comunismo não presta

O Público activista e relapso