sábado, março 02, 2013

José Sócrates, agora a caramunha

Segundo conta o Diário de Notícias de hoje, José Sócrates apresentou queixa na ERC contra o jornal Correio da Manhã por "perseguição". Exactamente. "Perseguição" é um termo que reenvia para aquilo que José Sócrates enquanto primeiro-ministro fez a várias classes profissionais deste país. E foi uma perseguição concreta e definida com medidas atrás de medidas que visaram apenas "partir a espinha" e nada mais. Uma vingança quase assumida porque demasiado clara para passar despercebida.
Agora teme a perseguição do Correio da Manhã que tem apenas noticiado por onde anda e o que tem feito publicamente o antigo primeiro-ministro que não desistiu de continuar a ser figura publica. O Correio da Manhã nos últimos meses relatou num par de ocasiões o que José Sócrates anda a fazer lá fora e no país, onde procura influenciar politicamente o partido de que faz parte. Ou seja, assume uma posição de relevo na sociedade que tem de ser noticiada e com uma agravante: fá-lo às escondidas, sempre com subterfúgios. José Sócrates foi fotografado em locais públicos, com correlegionários e antigos apaniguados políticos, mas ainda assim quer reserva total e black-out completo na informação. Quer intervir na vida pública, mas em segredo; quer influenciar o destino político mas não quer o ónus da exposição desse desejo.
O jornal Correio da Manhã, que me recorde, nem uma única vez invadiu a vida pessoal do antigo primeiro-ministro, a não ser para se saber onde mora e como vive, porque não lhe eram conhecidos rendimentos ou outras fontes de proventos. José Sócrates notoriamente percebeu que tal coisa iria correr mal porque não se explica uma vida de luxo em Paris com ajudas de familiares, ou pelo menos a explicação devida - e é devida, atenta a circunstância de continuar na vida pública, com rumores de que pretendia candidatar-se a PR- tem que ser coerente com a lógica do senso comum e das coisas em geral.
José Sócrates, segundo o jornal, parece que vai reagir judicialmente contra o CM devido a "uma campanha de falsidade e insultos". Se tal suceder, no âmbito cível como se tornou moda para amedrontar pessoas que incomodam  ( o caso do Sol é exemplar)  há um remédio imediato contra tal maleita: contratar um advogado sagaz e deduzir um pedido reconvencional substancial e com alegação de má-fé. Por causa das coisas.

Sobre as tais  falsidades estou para ver a primeira que foi publicada e que tal característica assume, porque certamente lhe foi dada toda a oportunidade de se explicar e não o fez. Ainda ontem, o jornal Correio da Manhã informava que José Sócrates lhes atende os telefonemas, simpaticamente. Só que, segundo o jornal,  não responde a pergunta alguma...e portanto aceitará o que é escrito, consentindo pelo silêncio.

Sobre os tais insultos, em democracia chamam-se outra coisa: pedir responsabilidades. É um exercício diferente e tem a ver com a amplitude da liberdade de expressão relativamente a quem exerceu funções públicas de muito relevo e alterou a vida de muitas pessoas, por vezes sem sentido algum. Portanto, é diferente...
Estou para ver o que vai sair da deliberação da ERC e quem vai relatar tal coisa.

3 comentários:

Unknown disse...

Sócrates que processe quem quiser. Mas é inaceitável que em nome de uma suposta privacidade não fosse possível confrontar o pai da bancarrota nem mesmo para lembrar a sua obra — afinal, o maior governante desde Afonso Henriques e o mais rico estudante de Paris não estaria obrigado a explicar-se.

Sócrates tem direito à privacidade e as pessoas têm o direito de usar a sua obra e a sua vida de luxo para confrontá-lo!!!
Isso não é “perseguição”, não é “desrespeito”, não é “agressão”. É só democracia.

Floribundus disse...

em face da situação do país desgraçou a vida de toda a gente,
prinmcipalm,ente dos contribuintes

na minha opinião não considera os outros como adversários m,as como inimigos
há dias galambna falava nos brioches da Rainha Maria Antonieta
esqueceu-se de quem vive em Paris como 'rei sol'

Luis disse...

Mas agora, com um empregozito numa empresa suíça, já tem justificação para umas transferências bancárias desde lá para cá. Muito útil este emprego; é que já muita gente se questionava do que vivia o nosso ex-priimeiro. Onde ia buscar os muitos milhares de euros que gasta todos os meses no vidão que faz em Paris e nas imensas viagens ao “puto”. A partir de agora já tem uma fonte de rendimentos. O PPC que ponha os olhos neste para aprender, porque o que o Relvas lhe ensina não será suficiente.

O Público activista e relapso