José Sócrates apelidou de "lixo" o jornalismo do Correio da Manhã. Espero uma resposta à altura...
Afinal a resposta é esta, publicada na edição de hoje no Correio da Manhã. Pífia, medrosa, sem rasgo. É pena porque o que José Sócrates disse na RTP contra o jornal é grave e devia suscitar um editorial com outra profundidade e dimensão. Não tem e nem sequer Octávio Ribeiro escreve o que quer que seja. Pena.
Por outro lado, o Correio da Manhã descobriu a resposta para a única pergunta que deveria ter sido feita a José Sócrates: onde comprou o fato? Na notícia sobre o que ontem se passou o jornal escreve o que mais nenhum outro se atreve, porque têm medo.
"No Braamcafé, há muito que José Sócrates não era visto. Mas ontem, dia marcado para o seu regresso à vida mediática, o número 40C da rua Braamcamp esteve mais agitado. Passava pouco das 14h00 quando uma carrinha da alfaiataria Rosa & Teixeira entregou dois fatos na portaria do prédio. Pouco depois, um Mercedes com vidros fumados saiu da garagem com o motorista do ex-primeiro-ministro, segundo garantiram vizinhos. Apesar do luxo da garagem do edifício Heron Castilho, foi num Golf Sócrates abandonou o apartamento."
Portanto, via CM ficamos a saber que Sócrates terá comprado o fato na Rosa & Teixeira, alfaiataria quase em frente à casa e que num caso destes deve ter cobrado bem. Mil euros cada fato, no mínimo...
Estas pequenas coisas em personagens como Sócrates têm a sua importância porque é com estes pormenores que se percebe uma personalidade cujas características são medonhas. Neste sentido: a mentira como modo de expressão, por ocultação, dissimulação ou mera negação é algo que assusta em personagem que não tem qualquer pejo em usar esse modo de se livrar de responsabilidades éticas, cívicas, políticas ou mesmo criminais. É um narcisismo incrível o que dali ressuma.
A patologia que daí se evidencia é assustadora porque a maioria das pessoas não entende essa personalidade desse modo e aceita a expressão pelo valor facial, literalmente: o que Sócrates diz é sagrado para muito boa gente que não coloca em dúvida qualquer uma das suas afirmações e mesmo quando se detecta uma mentira flagrante e evidente ( ontem referiu um almoço com Teixeira dos Santos onde se disseram coisas que este já tinha desmentido e tal foi referido pelo director do Expresso, Ricardo Costa, no comentário que fez a seguir na Sic-Notícias) a facilidade com que se desvaloriza e minimiza a importância da discrepância é aflitiva nos media nacionais.
José Sócrates assemelha-se a um robot que aprendeu os truques da politiquice mais rasca e os usa sem qualquer pejo e o modo de pensar que ontem revelou, sem qualquer novidade ou aceitação expressa ou tácita de responsabilidades, mostra que estamos perante um personagem muito perigoso para todos, se voltar ao poder.
José Sócrates, para mim, é um indivíduo doente. Isso mesmo.