No programa da SIC-N está uma senhora - Ana Carla Gonçalves- que faz parte de um movimento "que se lixe a troika" que acaba de dar a receita para o país sair da crise: "troika fora de Portugal e o governo que " tem que cair". Para tal, manifes e grandoladas são os instrumentos de acção e do protesto.
Com aquelas duas medidas estaríamos a salvo desta crise e desta penúria.
A tal senhora que assim falou já tem uma idade, a suficiente para se lembrar do que ocorreu em 1977 e em 1984. Nessas duas vezes, historicamente documentadas, o que tivemos economicamente, foi uma iminente bancarrota. Por duas vezes estivemos na orla da derrocada económica. Por duas vezes nos safámos.
Esta senhora que apoia e organiza as "manifes" de amanhã, mais as "grandoladas" acha que há dinheiro em Portugal se o mesmo não for para "a banca" e particularmente para o "BPN", duas razões que geralmente são apontadas como os símbolos da crise e que a sustentam, segundo aqueles pândegos das manifes e grandoladas. Para o "Estado Social" e subsídios de que esta gente depende, também...desde que não vá para "a banca" e o "BPN".
Temos assim um programa de esquerda grandoleira simples de executar.
Curiosamente não ocorre a estes farsantes das grandoladas que em 1975 Portugal teve a esmagadora maioria da estrutura produtiva, nacionalizada, assim como a banca e os seguros. Ou seja, a Esquerda então dominante, incluindo os media quase na totalidade, teve todos mas mesmos todos os instrumentos essenciais para desenvolverem a economia segundo a cartilha em que acreditavam.
O resultado, porém, foi desastroso e de uma incompetência incomensurável. Passados escassos dois anos, de regime de esquerda com economia nacionalizada, Portugal estava à beira da bancarrota e se não fossem os países capitalistas do FMI que nos emprestaram dinheiro a rodos, teríamos a mesma sorte dos falidos. Com um instrumento que agora nem podemos usar: a produção de moeda.
Em 1984 a estrura básica da economia, a banca e os seguros continuavam "em boas mãos", mas não foram capazes de evitar uma segunda bancarrota anunciada e que só foi travada, mais uma vez, pelo dinheiro do estrangeiro e do FMI.
Esta gente não se lembra disto? Não vê claramente que a incompetência da Esquerda tem sido lendária, em Portugal e das duas vezes que puderam fazer alguma coisa, foi para nos conduzir directamente a duas bancarrotas?
Querem agora repetir as mesmas receitas em modo de farsa, como o estão a fazer?
22 comentários:
são subsídio-dependentes.
os contribuintes que paguem.
este tipo de damas lembram a do ditado
'por cima tudo são rendas,
por baixo nem cuecas tem'
José, comete um erro ao pensar - e escrever - que os que se manifestam são apenas "os grandoleiros", PS, BE, CGTP, PCP, professores, etc., etc.. Há imensa gente que votou PSD e CDS que está lá também: empresários, militares, funcionários públicos, magistrados, jovens, etc.. E também não vale a pena pensar-se, como disse mais um (que não quer ver a realidade) num blog (31 da Armada) que a sociedade civil é o Paulo de Morais, ou Paulo Morais. As pessoas estão irritadas com a vergonha que é a política e vão às manifs. para o deixar claro. Ah, s(s) manif(s) não é(são) privilégio da esquerda, não se iluda.
A manif dos que não são grandoleiros é contra quê?
A austeridade?
-> Não sejam cúmplices da música para otários: «vira o disco e toca o mesmo».
-> De facto, mesmo realizando eleições em todos os "semestres"... seria o «vira o disco e toca o mesmo»: os lobbys manteriam a sua influência... e quando passassem a «ex-», os governantes, teriam belos 'tachos' à sua espera.
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-> Votar em políticos... sim mas... votar não é passar um 'cheque em branco'!
-> Os políticos não deverão ter o número de mandatos limitado... mas, em contrapartida, esses mandatos deverão estar sujeitos a uma muito maior vigilância/controlo por parte dos cidadãos. [nota: e os políticos deverão ter uma idade de reforma igual à do regime geral!]
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-> Pelo 'Direito ao Veto de quem paga': blog «fim-da-cidadania-infantil».
Já que se fala em desfalques e BPN, talvez não fosse má ideia perguntar a alguns dos militares reformados participantes na manifestação o que sabem sobre um caso que nos ultimos dias voltou à baila, com as audiencias da nova Comissão de Camarate na AR. A história do que foi aparentemente o "BPN" das Instituição Militar, durante a meia duzia de anos que se seguiram ao 25 de Abril. Devem aparecer por lá umas quantas pessoas, nesta altura de protestos militares ao rubro, que teriam algo a dizer sobre o destino destes muitos milhoes:
«Contas "fantasma" e movimentos de "milhões" entre contas com origem desconhecida foram relatados esta quarta-feira pelos peritos que auditaram as contas do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas entre 1974 a 1981, no âmbito da investigação ao caso Camarate.
Os peritos, que fizeram a auditoria para a VIII Comissão de inquérito, há oito anos, recordaram esta quarta-feira as dificuldades com que esbarraram para fazer a auditoria, sobretudo "falhas de memória" de algumas pessoas ouvidas, e a falta de documentação que suportasse entradas e saídas de dinheiro de contas oficiais e não oficiais»
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=3079045&page=-1
http://www.publico.pt/cancro/noticia/relatorio-revela-saida-sem-rasto-de-40-milhoes-do-fundo-do-ultramar-1210305
http://www.publico.pt/politica/noticia/fundo-de-defesa-militar-do-ultramar-tinha-contas-oficiais-e-outras-sigilosas-1586044
Cronologia do aparente "BPN" Grandoleiro-militar:
http://expresso.sapo.pt/-sa-carneiro-pode-ter-sido-o-alvo-principal-em-camarate=f788634
«Em 27 de Maio de 1980, o governo, então chefiado pelo líder da AD, aprovou em Conselho de Ministros um diploma em que colocava sob a sua alçada todos os fundos autónomos existentes, incluindo o Fundo de Defesa do Ultramar.
É o Decreto-lei 525/80, só publicado em Diário da República em 5 de Novembro de 1980 porque o Presidente da República da altura, Ramalho Eanes, após forte polémica sobre o diploma, demorou cinco meses a promulgá-lo, só o fazendo a 27 de Outubro de 1980.
Mas a 29 de Outubro de 1980, dois dias após a promulgação deste DL 525/80, o Conselho da Revolução aprova o Decreto-Lei 548/80 que abre um regime excepcional para o Fundo de Defesa do Ultramar, retirando-o da tutela do governo.
Este Decreto-Lei 548/80 é muitas vezes considerado erradamente como extinguindo o Fundo de Defesa do Ultramar. Na verdade, como facilmente se avalia pela sua leitura, abre um regime excepcional para o Fundo de Defesa do Ultramar, de forma a que ele permaneça sob a tutela dos militares.
Esta semana, ouvido na X Comissão de Inquérito Parlamentar, Freitas do Amaral disse não saber se o Fundo foi extinto. Na verdade, não o foi.
O Decreto-Lei 548/80 foi quase de imediato promulgado por Eanes, a 7 de Novembro de 1980 e é publicado a 18 de Novembro de 1980.
Este combate de diplomas ilustra bem a guerra em curso entre o governo e os militares por causa da fiscalização e gestão do Fundo de Defesa do Ultramar.
Mas a luta política não ficou por aqui.
Logo após a publicação do DL 548/80, Sá Carneiro suscitou a sua inconstitucionalidade junto... do Conselho da Revolução (que era o órgão competente para o efeito antes de entrar em funcionamento o Tribunal Constitucional em 1982).
Em mais de cinco anos de vida do Conselho da Revolução, criado em Março de 1975, foi a primeira vez que foi suscitada a inconstitucionalidade de um decreto-lei deste órgão revolucionário.
O governo de Sá Carneiro instaurou também uma peritagem à movimentação contabilística dos últimos cinco anos do Fundo de Defesa do Ultramar, como noticiou a edição do jornal Expresso de 29 de Novembro de 1980, a última antes da sua morte e de Amaro da Costa em Camarate, a 4 de Dezembro de 1980.
Nesta mesma notícia do Expresso, intitulada "Militares estranham pedido de peritagem ao Fundo do Ultramar" (referindo-se que esta desagradou aos altos comandos das Forças Armadas), um porta voz militar "autorizado" declarou ao jornal que "as forças armadas têm competência legal para fiscalizar os seus atos administrativos e financeiros desde 1929 e têm feito isso mesmo nos últimos 50 anos".
Entretanto, na resolução 274/81 do Conselho da Revolução, publicada a 31 de Dezembro de 1981, este, sob parecer da Comissão Constitucional, delibera não se pronunciar pela inconstitucionalidade do DL 548/80 que mantém o Fundo do Ultramar em funcionamento.
«Segundo Freitas do Amaral, que também desempenhou as funções de ministro da Defesa durante 16 meses, entre Setembro de 1981 e Dezembro de 1982, tal fundo tinha uma existência opaca, à margem da estrutura do Governo e na dependência do Estado-Maior-General das Forças Armadas.“Não sabemos se o fundo foi extinto”, disse. No entanto, já foi referido que o FDMU chegou a movimentar, através de duas contas bancárias, cerca de 88 milhões de contos, não se conhecendo, contudo, os responsáveis de tais movimentos. »
http://www.publico.pt/politica/noticia/freitas-do-amaral-fundo-de-defesa-militar-do-ultramar-e-trafico-de-armas-no-centro-do-atentado-de-camarate-1585037
Os oficiais Grandoleiros da Associaçao de Oficias das Forças Armadas solidarizam-se com a manifestação de 2 de Março:
http://www.aofa.pt/noticias.php?noticiaid=411
Que o governo do sócrates foi uma merda é certo e seguro (até o seguro concorda). Que este governo é outra merda qualquer um o vê. O nosso problema já não é de ser a esquerda ou a direita a governar e é isto que o José não entende. O nosso problema é sermos governados por uma quadrilha de ladrões que têm as suas redes e cumplicidades do ps ao psd e cds (o berloque e o pc não contam, simplesmente). O nosso problema é que governam há 20 anos sempre os mesmos, os do avental, do betão e da banca. Marginais como sócrates e relvas, ou inúteis como passos, servem-nos às mil maravilhas e com isso lucram. Estou para ver se a Dr. Joana chega ao fim...
Uma segunda associação de militares "revolucionários" apela à participação na manifestação:
https://www.facebook.com/A25Abril
Alguns dos boatos que corriam sobre as actividades financeiras de alguns militares, agora muito escandalizados com o BPN, neste conjunto de scans de jornais de 1980:
http://ephemerajpp.com/2010/12/05/sobre-o-fundo-de-despesa-militar-do-ultramar/
Vamos a ver se é desta que calam de vez o canto a alguns oficiais:
«"O balanço de 31 de dezembro de 1980 refere 566 milhões de escudos. Em 9 de fevereiro de 1981, uma informação do EMGFA fala de 551 milhões. Já faltam aqui 15 milhões. E, ainda uma coisa inaudita, diz que o conselho administrativo do EMGFA deveria fazer as diligências necessárias para elaborar um plano de emprego do dinheiro considerando como saldo inicial 510 milhões de escudos", disse.»
http://www.ionline.pt/portugal/camarate-psd-reitera-suspeitas-fundo-ultramar-nao-foi-extinto-vai-propor-investigacao
E cantam a grândola por causa disso, hajpachorra?
Por favor...
É mandar embora a Troika e cair o governo para vir um governo de esquerda.
É este o lema das manifs e o resto são idiotas úteis que nem sabem o que se poderia fazer ou que julgam que os ordenados pagos pelo Estado vêm da árvore das patacas.
"O nosso problema já não é de ser a esquerda ou a direita a governar e é isto que o José não entende. O nosso problema é sermos governados por uma quadrilha de ladrões que têm as suas redes e cumplicidades do ps ao psd e cds (o berloque e o pc não contam, simplesmente)."
Não entendo? Julgo que entendo até demasiado bem. Porém, alguém tem que governar, escolhido em eleições.
As que fizemos ultimamente deram nisto que temos e podia ser pior.
O que os grandoleiros querem é outra coisa, "outras políticas", como queriam em 1975. Tiveram-nas e fizeram delas o que podemos agora recordar ou aprender para quem não as acompanhou na época.
O discurso dos ladrões e das maçonarias e dos corruptos é correcto, mas é lateral porque o essencial é saber quem realmente pode governar.
Por mim prefiro estes que estão aos que nos prometem já a seguir e estão com fome de ir ao pote.
Ou será que esses que gritam e grandoleiros avulsos sabem fazer melhor que estes?
Por mim teria preferido um governo de Paulo Rangel, para ficarmos na área do PSD, mas não foi assim. Por isso é melhor isto que as alternativas que se nos colocam.
O que mais me preocupa neste momento e, na verdade, desde pouco depois da eleição do presente governo é o sentimento de que nada de bom há-de vi de lado nenhum.
O José diz, e a meu ver com razão, que a solução para onde nos encontramos não é "mandar embora a troika" nem mandar o Governo de saco.
A manifestação, contudo, tem uma razão óbvia de ser: além do desemprego galopante, além da dívida (que deveria ter descido atentos os cortes) passou de 108 para 122 e, entre muitas outras coisas que poderiam ser ditas, depois de não ter acertado 1 (UMA) o Ministro das Finanças corrige o orçamento cerca de 2 (DOIS) meses da sua entrada em vigor porque o "crescimento negativo" não irá ser (mais uma previsão em que não se confia) de 1 mas de 2%, ou seja, O DOBRO!
...e volta-se ao início!
A solução não é mandar a troika embora;
A solução não é mandar abaixo o Governo;
A solução não é protestar porque, ao fim das contas, o protesto não é produtivo (parafraseando Passos Coelho).
A solução não é o PS que, numa carta, diz que tem tudo de ser renunciado mas que quer cumprir (renegociar e cumprir ao mesmo tempo...);
O BE e o PCP são o que são e normalmente muito bem descritos neste blog.
Os idiotas que governam, apesar de todos os problemas que herdaram mas de que também foram causadores, tiverem um apoio granítico da sociedade que aguentou até perceber que, de falha em falha, nada batia certo e não bate mesmo.
Não há iluminado que faça suficiente spinning a isto.
Solução?
A ir como vai aparecerá um Tiririca ou um Grillo por cá e isso é manifestamente preocupante.
Mas temos quem?
Seguro?
José, bom dia, os anseios verbalizados pelos não "grandoleiros" - hoje também - não são contra a austeridade, porque as pessoas sérias sabem que ela é necessária. São uma tomada de posição pacífica contra um sistema político iníquo, corrupto, imoral, não-representativo, que se alimenta na corrupção e recorrendo a um permanente tráfico de influências, que vive à conta do Estado, aliás como o José tem denunciado aqui repetidamente.
Na impossibilidade de estas muitas pessoas disporem de sede própria para o afirmarem, recorrem aos meios disponíveis: conversas em família, com os amigos, redes sociais, blogoesfera, na rua e, porque não, nas manifs.
A tribo dos amnésicos oportunistas, mais vulgarmente conhecidos por “grandoleiros”, e “que se lixe a troika”, atesta que a lira do delírio pode ser tocada em diversas partituras.
A Twilight Zone onde vivem está para o mundo real assim como o vampiro está para a claridade. Lá, o dinheiro nasce em árvores, as dívidas não são para pagar e os juros muito menos, os cerca de treze anos de governação da esquerda incluindo os seis anos do maior governante desde as caravelas para uns nunca existiram, para outros foram um sucesso estrondoso, a bancarrota é conversa fiada de liberal e acima de tudo acredita-se que basta tratar a memória a pontapés e torturar a realidade ao compasso de sustenidos e bemóis grandoleiros e a herança maldita passa automaticamente a caso de sucesso.
O alvo são aqueles a quem coube em sorte gerir a tarefa hercúlea de redesenhar um país falido em prazos e recursos apertados e definidos.
Os protestos desde que ordeiros são normais e até saudáveis em democracia. Mas neste caso, cabe perguntar, o que há com o cérebro de tantos democratas que se deixam seduzir por um punhado de gente que pretende resolver uma imensidão de problemas entoando a Grândola e “o que se lixe a troika” ao som da lira delírio?
O General Valença Pinto diz em entrevista no Expresso de hoje que o orçamento do Ministério da Defesa é superior ao do ramo Força Aérea. Não sei se isto vai ser desmentido por alguém, porque o ex-CEME lá saberá do que fala. Será que este pequeno exemplo dá para entender ao que me refiro? Seria a mesma coisa que dizer-se que o Ministério da Justiça teria um orçamento superior ao dos tribunais portugueses. E é esta gente que nos vem falar de "reforma" do Estado!!!
...os mesmos Hercules que tratam os mermos mortais por cigarras e que os mandam emigrar.
Esses Hércules onde pontificam, por exemplo, o Relvas.
É a falta de sensatez que os grupos extremistas, sejam de que lado forem, ganham força.
Lamentando usar argumentos como estes, que são populistas mas que, infelizmente, começam a fazer sentido: vá perguntar à mãe que vai ao lixo do restaurante para arranjar comida para ela e para os filhos e é perguntar se ela se preocupa com a dívida e com a cumprir as obrigações.
Como podem hoje ter comprovado, essa história das grandolas e das manifs acabou, é puro folclore, que até dá jeito ao governo. Nada disso é para levar a sério. Era apenas isso que queria dizer.
Como podem hoje ter comprovado, essa história das grandolas e das manifs acabou, é puro folclore, que até dá jeito ao governo. Nada disso é para levar a sério. Era apenas isso que queria dizer.
Está assim tão certo?
Eu não estaria. Basta olhar para a Grécia.
E eles sabem bem que o momento é ideal para tentarem novo PREC.
É claro que mais cedo que tarde haverá um prec, porque ps e psd têm de estoirar. Mas será um prequezinho, de rearranjo partidário.
Viram bem as imagens de ontem na televisão? 80% dos manifestantes tinha mais de 50 anos. Não há preques com gente a cair da tripeça, que apenas teme, e com razão, que não venha a ter dinheiro para pagar a quem lhe mude as fraldas.
A Grécia é outra coisa, teve guerra civil, é um país
novo (!?), e... não tem prec. Cumpre o que a troika dita pois não tem outro remédio. Até Setembro vai ser assim, depois logo se verá.
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