Daqui, de 16 de Março de 2009:
Dezenas
de documentos bancários de Celestino Monteiro, outro tio de José
Sócrates, relacionados com empresas offshore estabelecidas nos Estados
Unidos, em Gibraltar e na Ilha de Man, foram colocados na internet por
Mário Machado, líder do grupo de extrema-direita Hammerskins em
Portugal, condenado em Outubro do ano passado a quatro anos e 10 meses
de prisão.
Os
documentos, alegadamente relacionados com o caso Freeport, que ainda se
encontram disponíveis para cópia num fórum online, revelam inúmeros
movimentos bancários da família do primeiro-ministro em 2001,
nomeadamente a compra de acções de empresas do mercado português, como
EDP, Sonae, Portucel e PT, entre muitas outras.
Tio movimentou 100 milhões
Contas
feitas, em algumas dezenas de páginas de extractos bancários, as
transacções do tio materno do Primeiro-ministro ultrapassam os 100
milhões de euros.
Nos
documentos de constituição das empresas offshore são ainda indicados os
nomes de diversos membros da família Monteiro: Celestino Júlio Coelho
Monteiro, Elvira Fernanda Pinto da Silva Monteiro, Carlos César Pinto da
Silva Coelho Monteiro, Diana Olímpia Pinto da Silva Coelho Monteiro,
Júlio Eduardo Coelho Monteiro, Nuno Miguel Carvalho Monteiro, Hugo
Eduardo Carvalho Monteiro e Helena Rute Carvalho Monteiro.
Celestino
Monteiro ainda não confirmou a autenticidade daqueles documentos mas
uma fonte do Banco Popular, organismo bancário que tomou conta do
desaparecido BNC – Banco Nacional de Crédito, não nega a existência dos
documentos.
O
líder nacionalista explicou que os documentos lhe chegaram à porta de
casa depois de lhe terem tocado à campainha: “Quando abri a porta vi um
cobertor. Desenrolei-o e lá dentro estava a documentação. Se for
chamado, será isso que direi na PJ”.
Apesar de os documentos ali se encontrarem disponíveis para download desde quarta-feira passada (http://www.forumnacional.net/showthread.php?t=34495), as autoridades nada fizeram até agora para os retirar.Duarte Levy
Daqui, de 27 Setembro 2012:
O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito relativo aos documentos bancários (constituição de offshore e movimentos de dinheiro) de Celestino Monteiro, tio do ex-primeiro-ministro José Sócrates, por não revelaram, só por si, qualquer ilícito criminal.
«Realizado o inquérito não foi carreado para os autos quaisquer elementos que nos permita concluir que os documentos em apreço nos autos são elementos de prova indiciadores da prática de ilícitos criminalmente punidos, nomeadamente dos crimes de corrupção ou de branqueamento de capitais», refere o despacho de arquivamento do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), a que a Agência Lusa teve acesso.
A decisão do DCIAP apoiou-se na informação elaborada pelo Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) da Procuradoria-Geral da República (PGR) que concluiu que os «documentos elencados não revelam, só por sim, factos susceptíveis de configurar ilícitos criminais praticados pelos intervenientes».
Segundo o DCIAP, dos documentos resulta apenas a comprovação da constituição da offshores Medes Holding LLC, da identidade dos seus beneficiários (incluindo familiares de José Sócrates) e da realização de inúmeras transacções bolsistas por Celestino Monteiro, bem como da realização de diversos negócios pelo mesmo, nomeadamente a aquisição de um veículo automóvel», da marca Maserati modelo 320 GT.
O despacho, assinado pela procuradora Maria João Almeida Costa, refere que «não foram apurados indícios de que as quantias identificadas nos diversos documentos junto aos autos tivessem origem ilícita e que a sua movimentação, nomeadamente as transferência para as suas contas bancárias, se destinasse a dissimular a sua origem ilícita».
Daqui, de 23 Janeiro 2009:
Caso Freeport. Novas perícias financeiras levaram a Judiciária a realizar buscas na casa e empresa de um tio de José Sócrates, no escritório de advogados de Vasco Vieira de Almeida e no 'atelier' do arquitecto Capinha Lopes
Buscas foram ordenadas pelo Ministério Público
Contas sediadas em offshores ligados a Júlio Coelho Monteiro, tio de José Sócrates, terão sido utilizadas para fazer circular dinheiro, o qual terá servido para pagar comissões de forma a que o projecto Freeport de Alcochete fosse viabilizado, o que aconteceu três dias antes das eleições legislativas de 2002. É esta, segundo uma fonte do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), a suspeita que levou ontem os investigadores a fazer buscas na casa e empresa do empresário. Foi também para analisar os "fluxos financeiros" em que interveio a sociedade de advogados Vieira de Almeida que os investigadores recolheram documentação na sede desta sociedade.
As duas acções do DCIAP indiciam que a investigação pretende cruzar os elementos recolhidos nas buscas com outros já apurados pelo Departamento de Perícia Financeira da Polícia Judiciária que, desde 2005, está a analisar os primeiros documentos apreendidos numa busca, naquele ano, às instalações do Freeport, em Alcochete.
Em comunicado, a sociedade de advogados Vieira de Almeida (VdA) confirma o interesse das autoridades nos movimentos de dinheiro: "A VdA esclareceu todos os fluxos financeiros em que interveio, sempre como legal representante do Freeport, nomeadamente o que se relaciona com o contrato de compra e venda do imóvel no montante de 1175 milhões de escudos (um pouco mais de cinco milhões de euros)". Porém, os advogados sublinham que o valor é o que "consta da escritura."
Daqui, de 10 Março de 2013
As investigações às offshores do Banco Privado Português levaram à descoberta de uma sociedade a Burgundy Consultants, partilhada pelo BCP, com ligações ao tio de José Sócrates. Uma investigação do programa da RTP, "Sexta às 9", desmontou uma offshore partilhada pelos dois bancos e com ramificações a um tio de José Sócrates.
As investigações da CMVM e Ministério Público à gestão do BPP demonstraram que João Rendeiro tinha um projecto de poder, que consistia em garantir uma participação de destaque no maior banco privado português.
A Burgundy Consultants, sediada na britânica Ilha Man, "traduzia uma relação financeira perigosa entre o BPP e o BCP", refere a RTP. A sociedade é accionista de pelo menos duas offshores no BPP Cayman e de pelo menos uma do BCP Cayman. Um dos proprietários da Burgundy é Celestino Júlio Coelho Monteiro, tio de José Sócrates.
João Rendeiro está envolvido em pelo menos sete inquéritos crime e em dois processos de contra-ordenação lançados pela CMVM e pelo Banco de Portugal.
Para já o Ministério Público só deduziu uma acusação contra João Rendeiro, Salvador Fezas Vital e Paulo Guichard, ex-administradores do Banco Privado, pela prática do crime de burla qualificada, em co-autoria. Em causa está uma operação de aumento de capital de uma sociedade de veículo criada pelo BPP, a Privado Financeiras, para adquirir as acções do BCP mobilizadas no quadro da luta pelo poder pelo controlo do banco fundado por Jardim Gonçalves. Uma nota emitida pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa refere que a investigação, iniciada em Fevereiro de 2010, ficou concluída três anos depois de o inquérito ter sido aberto".
1 comentário:
esta é a versão actual do 'Monteiro dos milhões' do séc. xix
na 1ª versão sabia-se onde se encontrava a fonte de receita.
o dinheiro colocado fora do país saiu de que contas? os proprietários pagaram impostos?
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