Observador:
O governo angolano qualificou a garantia de 4.600 milhões de euros ao BESA (BES Angola) como “firme, definitiva e irrevogável“. Apesar destes adjetivos, contidos numa carta de Luanda que chegou à auditora KPMG, datada de 1 de abril, a garantia viria a ser retirada a 4 de agosto, o dia seguinte à aplicação da medida de resolução ao Banco Espírito Santo.
O jornal Expresso (link direto não disponível) cita este sábado uma carta enviada pelo ministro das Finanças angolano, Armando Manuel: “O senhor Presidente da República de Angola autorizou o ministro das finanças de Angola a emitir uma garantia autónoma até ao valor de 5.700 milhões de dólares [4.600 milhões de euros] a favor do BESA”.
A garantia, que foi emitida no final do ano passado, “abrange um conjunto de créditos em dívida e um conjunto de imóveis, registados nas demonstrações financeiras do BESA”, dizia a carta que foi enviada à auditora a 1 de abril. A garantia, que era, então, qualificada como “firme, definitiva e irrevogável”, foi validada pelo Banco de Portugal e pela KPMG nos primeiros meses de 2014, altura em que se agravava a perceção de problemas na unidade angolana.
Portanto, em linguagem angolana que por acaso será o português, a palavar "irrevogável" tem o significado de revogável. Basta que o signatário responsável o queira. Como quis.
Estas ingenuidades pagam-se caro e não haverá tribunal angolano que o possa reconhecer. Em Angola o direito ainda parece ser o que o presidente queira que seja.
Em Portugal poucos se atrevem a escrever tal coisa nos media porque são controlados pela filha do dito.
Antes de 25 de Abril de 1974 havia maior liberdade em Portugal, indiscutivelmente. Isto é culpa de quem? De quem votou no "padrinho disto tudo" e nos que se lhe seguiram...
Resta saber se esta nova servidão que se nos impõe vai ser tolerada por todos os "democratas" e "amantes da liberdade" ou vão baixar a crista e fazer de conta que assim não é...