sábado, dezembro 06, 2014

O palhacinho rico do sistema

Segundo o i de hoje, o humorista Ricardo de Araújo Pereira factura para cima de um milhão de euros por ano nas rábulas que co-escreve e desempenha em diversas campanhas publicitárias a favor do "MEO" da PT. E isto já dura há anos...

O artigo reza assim:

Para esclarecer digo já que não aprecio por aí além as facécias escritas e representadas por este palhacito dos tempos que correm,  apesar de algumas vezes me rir com elas e até lhes achar piada corrente. Mas isso acontecia igualmente com a dupla Quim Roscas e Estancionâncio, igualmente humoristas e de talento inegável. Como acontece com os humoristas António Machado e companhia nas manhãs da Antena Um. Estes, porém,  não ganharão  nem um décimo do riquinho em causa.  São por isso palhaços pobres e deinde a questão: porquê este privilegiadinho do humorismo nacional da actualidade?

Acho que tenho uma resposta e não é agradável:

Este palhacinho rico com talento qb para a escrita e muito reduzido para a representação tem o sucesso que tem por motivos...políticos. Político não quer dizer partidários. O palhacito é de esquerda, tem orgulho em afirmá-lo sempre que pode e lhe convêm ( como o faz a mãe do Costa da Câmara que quer ser califa no lugar do califa). Essa particularidade rende-lhe o acesso aos centos de poder mediático, sem espinhas.  Ora aí está que é democrático, não  custa nada afirmar e provavelmente é verdadeiro.

Este palhacito corrente, já com entrada na Wiki,  começou  no final dos anos noventa  na escrita humorística. O curso de "Comunicação e Cultura" na Católica deve ter-lhe servido para pouco porque aparentemente lê muito e tem inteligência rápida, seja lá isso o que for mas percebe-se pelos argumentos. Por algum motivo deu nas vistas de quem tinha programas de humor e precisava de textos acelerados e na época havia o Herman de 98, com as rábulas do tempo de Guterres e do porreirismo, pá!, que nos arruinou a vida colectiva mas alcandorou estes palhacitos de ocasião para a ribalta da fama e do proveito.

 A paritr daí e da fama advinda do politicamente correcto na aparente incorrecção política, alcandorou-se a altos voos patrocinados por...quem? SIC. RTP e... PT.
 O regime mediático do politicamente correcto. Quem o contrata são pessoas que aprenderam a rir das piadas brejeiras do Herman e do humor escatológico inerente, com tendência gay quando deixado à solta. Gay. Aí está uma palavra chave para este sistema.

Em seguida a galinha dos ovos de ouro: a PT e as campanhas MEO. Primeiro com plágios descarados, depois com maior sofistificação mas sempre pobres e de imaginação de apanhados. Agora riquinhos da silva, com o luxo do novo-riquismo pindérico e kitsch a fazer de conta que é giro e moderno.

Não há uma única campanha destas que lhe rende o tal milhão  por ano que seja notável e que outros não pudessem fazer muito melhor. Porquê então o privilegiadinho da PT?

Porque sim, uma vez que não haverá outra resposta, a não ser a promiscuidade política da famelga da PT com o poder pindericamente socrático. E com a Altice se calhar vamos continuar a aturar a trupe de palhacitos que por vezes metem dó e fazem mudar de canal.

Qual o verdadeiro segredo, indizível deste palhacito intelectualizado e que despreza a inteligência alheia?
É simples também e o perfil da Wiki até o refere: foi comunista e depois deixou de ser, não se sabe bem quando e porquê. É filho de dois funcionários da TAP. Um piloto e outra administrativa.
Continua a afirmar-se de esquerda, "marxista não leninista",  sempre que aparece num programa de tvi24 ou na TSF ou na Visão, redutos dessa esquerda de sempre que nos tem balizado os limites do humor e da correcção política.

Por isso e pouco mais ganha mais de um milhão de euros por ano. Espero bem é que não seja do meu dinheiro. Do resto tanto me dá como se me deu.

Ricardo Araújo Pereira vai acabar no ISCTE ao lado do hediondo Adão, quando o recluso 44 estiver em cumprimento de pena.

Este desgraçado palhacito rico escreveu no outro dia na Visão uma crónica de inteligência superior e humor típico que intitulou "rouba e não faz".
Assim:

A confirmar-se a acusação, José Sócrates tem 25 milhões de euros e, no entanto, vive da caridade dos amigos e viaja em económica. Afinal sempre há um português que vive abaixo das suas possibilidades. Um exemplo a seguir,portanto .
Se José Sócrates for culpado do que o acusam é o maior génio do crime desde o professor Moriarty. Aquilo a que se costuma chamar um mestre da dissimulação. Eu já vi vários advogados de indivíduos que possuem 25 milhões de euros e não se parecem em nada com o patusco causídico que o antigo primeiro-ministro contratou. Estamos perante um nível de patusquicidade mesmo muito elevado. É o advogado ideal para milionários que desejam esconder a fortuna.
 As outras aplicações do alegado dinheiro alegadamente obtido através de alegada corrupção também são desconcertantes. Gostava de propor um teste aos leitores. Coloquem-se no alegado lugar de José Sócrates e completem a seguinte frase: "Bom, agora que tenho 50 anos, vou aproveitar os vários milhões de euros que obtive ilegalmente para..." Quantos preencheram o espaço vazio com a expressão "... escrever uma aborrecida tese de 200 páginas sobre a prática da tortura no âmbito das sociedades democráticas"? Que repugnante corrupção é esta que desperdiça o dinheiro sujo na academia? Onde estão as jovens bailarinas de clubes nocturnos, o barco, o champanhe, os charutos acendidos com notas de banco? Que diabo, eu ganhei muito menos dinheiro muito mais honradamente e mesmo assim levo uma vida bastante mais dissoluta. Hoje em dia, com o acesso que temos ao que se passa pelo mundo, não há razão nenhuma para não se praticar uma corrupção bonita, moderna, com um investimento consistente em devassidão e álcool. Esbanjar dinheiro ilícito no desenvolvimento pessoal é francamente decepcionante.
O próprio alegado esquema é triste, na medida em que envolve um motorista que funciona como multibanco, um amigo que funciona como offshore e uma mãe que funciona como agente imobiliária.
Se é para continuarmos a precisar de pedir dinheiro à mãe e aos amigos, mais vale não entrar no mundo do crime. A criminalidade costuma ter a virtude de garantir ao criminoso uma certa independência financeira, que sempre enobrece.
Não é o caso, aqui.
Tudo isto faz com que, se o ex-primeiro-ministro for culpado, o regime não esteja em perigo, ao contrário do que se tem dito. A confirmar-se a acusação, José Sócrates tem 25 milhões de euros e, no entanto, vive da caridade dos amigos e viaja em económica. Afinal sempre há um português que vive abaixo das suas possibilidades. Um exemplo a seguir, portanto.


Este humor que não o é mas apenas um artifício para desafiar a culpabilidade presumida de quem pode ser inocente, procura denunciar a incongruência de uma acusação ao escrever que o recluso 44 se for verdadeira a acusação, será o maior génio do crime deste o professor Moriarty, ( personagem da ficção de Conan Doyle para quem não se lembrar). E na linha de lógica humorística pretensamente inteligente lá aparece a conclusão que procura desacreditar pelo absurdo a suspeita: quem tem 25 milhões escondidos não se comporta assim...

Pois, mas um facto é certo: há 25 milhões e possivelmente mais, nas mãos de alguém que também não se comporta assim. Ou seja, não há mesmo motivo para rir.

Mas quem ri por último é geralmente quem ri melhor. Este palhacito nessa altura devia ir fazer humor para o lugar que devia ser o seu: o olvido mediático. Ladrar à lua, como se costumava dizer.

Questuber! Mais um escândalo!