sexta-feira, dezembro 05, 2014

SIS: no pasa nada...

A deputada e vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho, em entrevista ao Sol de hoje, aparenta "tranquilidade" em relação caso do SIS ter ido ao IRN proceder a um "varrimento" de escutas ambientais, a pedido do seu presidente, amigo dos principais dirigentes dos serviços de informações da República e visita de casas comuns, eventualmente de reuniões de supranumerários da Viúva. Teresa Leal Coelho, a mesma que quer impôr a esses dirigentes e deputados a obrigatoriedade de declararem aos costumes se pertencem a associações de carácter maçónico, como parece ser o caso daqueles, contemporiza com explicações coxas que foram dadas para os factos.

Essas explicações singelas são as apresentadas oficiosamente: para proteger um alto funcionário da administração pública. Que por acaso estava a ser investigado pela prática de crimes graves de corrupção e que agora está preso preventivamente.
As explicações dadas pelo responsável dos serviços fazem lembrar as que ouvimos ao antigo PGR: a mais completa inocência. Surpresa até pelo sucedido. Espanto pelo modo como foram detectados e que revelam o amadorismo preocupante de quem quer passar além das chinelas.
Tais explicações já foram devidamente desmontadas pelo antigo PJ Carlos Anjos em artigo de jornal aqui publicado.

Teresa Leal Coelho não parece ter cara de ingénua que acredite em todas as inocências e por isso mesmo torna-se agora preocupante saber-se que está "tranquila".

Há apenas uma conclusão a tirar: o poder político executivo está "tranquilo" com o Júlio e companhia limitada. Porquê? É questão em aberto.
Quem não deve estar nada tranquilo são os demais serviços do Estado, mormente o poder judicial, alvo de curiosidade cabaneira de quem não tem poderes nem deveres para andar a espiolhar o que não deve em nome de interesses inconfessáveis.

Isso parece não preocupar muito aquela deputada, o que é também em si mesmo preocupante.

Questuber! Mais um escândalo!