A história de Fernando Collor de Melo, presidente eleito do Brasil em 1990. Tem muitas semelhanças com o que se está a passar com o recluso 44. Uma diferença é que no Brasil não havia segredo de justiça e tudo se passou no âmbito do Parlamento, discutindo-se publicamente os dinheiros de Collor e a actividade do testa de ferro, PC Farias. As revistas Veja e a Isto é, andaram meses a mostrar as provas que lograram um impeachment do presidente, actualmente senador depois de ter passado um jejum de oito anos, da política.
Tirado da Wiki:
Tirado da Wiki:
Em meados de 1991, denúncias de irregularidades começaram a surgir na imprensa, envolvendo pessoas do círculo próximo de Fernando Collor, como ministros, amigos do presidente e mesmo a primeira-dama Rosane Collor.26 Em entrevista à Revista Veja em maio de 1992, Pedro Collor de Mello, irmão do presidente, revelou o esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha Paulo César Farias,25 entre outros fatos comprometedores para o presidente. Em meio à forte comoção popular, é instalada em 27 de maio uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a responsabilidade do presidente sobre os fatos divulgados. Em 1° de junho, a CPI começa seus trabalhos com forte cobertura dos meios de comunicação. A Revista IstoÉ publica em 24 de junho uma matéria na qual Eriberto França, motorista da secretária de Collor, revela que ele próprio pagava as despesas pessoais do presidente com dinheiro de uma conta fantasma mantida por PC, reforçando a tese do irmão do presidente.27 Em 2 de outubro é aberto o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, impulsionado pela maciça presença do povo nas ruas, como o movimento dos Caras-pintadas
E a história contada pela revista Veja:
Em maio de 1992, VEJA publicou uma histórica
reportagem de capa com as denúncias de Pedro Collor contra seu próprio
irmão, o presidente Fernando. Nos quatro meses seguintes, a revista lançou
mais catorze capas sobre o esquema de corrupção organizado pelo
tesoureiro de campanha do presidente, Paulo
César Farias, o PC.
Na tarde da última
quarta-feira Pedro Collor tomou um avião em Maceió
e chegou a São Paulo após uma escala no Recife. Em
companhia da mulher, Maria Tereza, e de uma irmã, Ana Luiza,
Pedro Collor deu uma entrevista de duas horas a VEJA. A seu pedido,
o encontro ocorreu nas dependências da revista. A mulher e
a irmã de Pedro Collor foram testemunhas de suas declarações,
e chegaram a colaborar em algumas respostas. Além de fazer
novas denúncias sobre a atividade de PC Farias no governo,
Pedro Collor diz que ele é "testa-de-ferro" do
presidente Fernando Collor. Diz que o jornal Tribuna de Alagoas,
que PC Farias quer lançar em Maceió, na verdade pertence
a seu irmão. Também garante que um apartamento de
Paris que se supunha ser propriedade do empresário na realidade
pertence a Fernando Collor. Para Pedro Collor, existe uma "simbiose
profunda" entre os dois. Os principais trechos da entrevista:
VEJA - O senhor se considera louco?PEDRO COLLOR - Não, de jeito nenhum.
VEJA - Se a sua própria mãe está falando isso, é o caso de perguntar. Já fez algum tratamento psiquiátrico?
PEDRO COLLOR - Não, nunca fiz tratamento psiquiátrico ou psicanálise. Essa pressão toda tem um objetivo claro. O objetivo foi passar para a opinião pública a sensação de que não tenho credibilidade, que estou sob forte comoção. Convenceram mamãe a assinar aquela carta. Ela é muito ingênua nesse sentido.
VEJA - As suas afirmações e denúncias, os documentos que o senhor levantou contra Paulo César Farias e as críticas que vem fazendo ao Presidente colocam o governo e o país numa situação delicada. O senhor está ciente disso?
PEDRO COLLOR - Absolutamente consciente.
VEJA - O senhor tem dito que suas revelações podem acabar com o governo do seu irmão. E isso que o senhor quer?
PEDRO COLLOR - Não, mas qual foi o principal mote da campanha do Femando? Quem roubava ia para a cadeia. Na prática, estou vendo uma coisa completamente diferente. Ninguém pode enrolar todo mundo o tempo todo.
VEJA - Essa briga começou em torno do lançamento de um novo jornal, que concorreria com a Gazeta de Alagoas, das organizações Arnon de Mello?
PEDRO COLLOR - Em janeiro de 1991, levei ao Fernando, no Palácio do Planalto, o plano de se montar um novo jornal em Alagoas. Seria um jornal vespertino. Já houve no passado vespertinos no Estado, e que pararam por um motivo ou outro, agora não há nenhum. Como achei que havia uma brecha no mercado, e a gráfica do nosso grupo estava ociosa, fiz a proposta ao Fernando. Expliquei que o novo jornal não faria parte do grupo da Gazeta, seria uma iniciativa à parte.
VEJA - O que o presidente achou da idéia?
PEDRO COLLOR - Ele me disse o seguinte: "Não, não leve a idéia do jornal adiante porque eu vou montar uma rede de comunicação paralela em Alagoas com o Paulo César, e essa rede terá um jornal". O Fernando falou que o jornal iria se chamar Tribuna de Alagoas. Disse também que a Tribuna seria impressa na imprensa oficial do Estado. Então perguntei por que ele não imprimia esse novo jornal na gráfica do nosso grupo. O Femando respondeu: "Não".
VEJA - A rede de comunicação seria de PC Farias?
PEDRO COLLOR - O PC seria o testa-de-ferro. Era uma empresa de testa-de-ferro, que teria o jornal e de doze a catorze emissoras de rádio.
VEJA - Qual foi a sua reação a essa rede?
PEDRO COLLOR - Raciocinei que, se o novo jornal ia ser impresso na imprensa oficial, seria em preto-e-branco, um jornal para ocupar espaço, evitar que grupos adversários na política entrassem na área. Dizia-se que não era um jornal para concorrer efetivamente com a Gazeta e, de repente, compraram um maquinário exatamente igual ao nosso, e me tomam funcionários pagando três ou quatro vezes mais do que eles ganham conosco. Então é um negócio para destruir o nosso, certo? Foi aí que a coisa começou. Houve também um problema corri a instalação de rádios. Na mesma reunião em que falei do novo jornal com o Fernando, eu disse que precisávamos também de duas rádios, FMs pequenas ou médias, na periferia de Maceió.
VEJA - Como o senhor conseguiria essas rádios?
PEDRO COLLOR - Pelas vias normais. Essas duas rádios já existiam no plano traçado pelo governo.
VEJA - E obteve as rádios?
PEDRO COLLOR - Obtive duas negativas. Simultaneamente, eles mexeram no plano, a ponto de contemplar todas as cidades que até então não estavam com rádios FM.
VEJA - Isso foi feito por quem?
PEDRO COLLOR - Por solicitação do deputado Augusto Farias, irmão do PC. Vejam bem: converso com ele tentando montar um jornal, falo das rádios que podem entrar. Negam para mim. E viabilizam para eles umas doze rádios que nem estavam cogitadas no plano.
VEJA - O senhor tentou chegar a um acordo sobre o jornal antes de começar a recolher documentos sobre os negócios de PC?
PEDRO COLLOR - Houve tentativas que não deram certo, porque a intenção não era montar um jornal assim ou assado, mas montar um jornal para destruir o nosso. Em fevereiro passado, saiu aquela reportagem do Eduardo Oinegue, em VEJA, sobre o assunto, em que eu chamava o PC de lepra ambulante. Eu estive então com o Cláudio Víeira (secretário particular de Collor, afastado do governo na reforma ministerial). O Cláudio me disse que há cinco dias o Fernando não despachava com ele, nem com o general Agenor, nem com o Marcos Coimbra. O Cláudio Víeira me contou que no dia anterior o Fernando havia se reunido, durante uma hora e meia. com o procurador-geral da República, Aristides Junqueira. Segundo o Cláudio me contou, o procurador disse ao Fernando que, se eu não desmentisse a reportagem de VEJA, o Junqueira iria instaurar um inquérito, e que isso derrubaria o governo. Eu respondi ao Cláudio que não tinha intenção de derrubar o governo de ninguém, que minha intenção era me preservar e alertar que o PC era uma bomba atômica ambulante, independentemente de jornal ou coisa que o valha. Esclareci que não poderia desmentir a reportagem pura e simplesmente, e pedi um compromisso firme de que o PC não iria tentar acabar com nossa organização. Sugeri que a Gazeta arrendasse a gráfica da Tribuna, pagasse, e nós imprimíssemos o jornal. Cheguei a conversar depois sobre essa proposta com o PC, e ele disse que adorou. Na hora de formalizar o acordo, sumiu. O Cláudio Vieira então me disse que o Paulo César estava com outras idéias e ia me procurar. Estou esperando até hoje.
VEJA - Por que o presidente Collor, se é ele que está por trás dessa rede de comunicações montada pelo PC, estaria interessado em prejudicar e até destruir os negócios da família?
PEDRO COLLOR - É uma questão que só Freud explica. (Tereza, mulher de Pedro Collor. pede para falar)
TEREZA - O Fernando Collor faz isso porque o Pedro não se submete a ele. O Fernando viu que não podia tirar o Pedro da administração dos negócios da família. Foi o Pedro quem geriu, e bem, as empresas durante esses anos todos. O Fernando quer o meio de comunicação e instrumento político, enquanto o Pedro tem a responsabilidade de administrá-lo como empresa. É daí que nasceu a divergência.
VEJA - O senhor acha mesmo que o PC é um testa-de-ferro do presidente nos negócios?
PEDRO COLLOR - Eu não acho, eu afirmo categoricamente que sim. O Paulo César é a pessoa que faz os negócios de comum acordo com o Fernando. Não sei exatamente a finalidade dos negócios, mas deve ser para sustentar campanhas ou manter o status quo
VEJA - De quem é o apartamento de Paris onde funciona a S.C.I. de Guy des Longchamps e Ironildes Teixeira?
PEDRO COLLOR - É dele.
VEJA - Dele, quem?
PEDRO COLLOR - Dele. Do Fernando, claro.
VEJA - O senhor não tem dúvidas?
PEDRO COLLOR - Não tenho a menor dúvida.
VEJA - De quem é o jatinho Morcego Negro?
PEDRO COLLOR - Acho que é do Paulo César, mas não posso afirmar.
VEJA - O presidente Collor sairá mais rico do governo?
PEDRO COLLOR - Em patrimônio pessoal, sai. Sem dúvida nenhuma.
VEJA - O presidente está envolvido na sua denúncia de que o Paulo César recebeu unta comissão de 22% sobre os negócios entre a empresa IBF e o governo para a implantação da raspadinha federal?
PEDRO COLLOR - O Fernando não entra no varejo da coisa. Ele apenas orienta o negócio.
VEJA - O que acontece com o dinheiro?
PEDRO COLLOR - O Paulo César diz para todo mundo que 70% é do Fernando e 30% é dele.
VEJA - O senhor acredita nisso?
PEDRO COLLOR - Eu não sei se a porcentagem exata é essa.
VEJA - Mas o senhor sustenta que existe uma sociedade entre os dois?
PEDRO COLLOR - Tenho certeza de que é assim. Existe urna simbiose aí. Eu não estendo as acusações ao Fernando diretamente. Uma coisa é você concordar. Outra coisa é operacionalizar. São duas coisas distintas. Operacionalizar, no sentido do dolo, no sentido do ilícito, isso é muito do temperamento do PC. Ele tem prazer nisso. O Fernando é incapaz de sentar em uma mesa e dizer assim: “O negócio é o seguinte: preciso de uma grana para a minha campanha. Me ajuda”. Pode estar nu e sem sapato que não pede ajuda. Já o PC toma. Deixa você nu se for possível.
VEJA - O senhor já ouviu do Paulo César que ele tem essa associação com o seu irmão?
PEDRO COLLOR - Sim, já ouvi dele.
VEJA - E do presidente?
PEDRO COLLOR - Não, do Fernando, não.
VEJA - O PC é uma pessoa digna de crédito?
PEDRO COLLOR - Se ele foi o tesoureiro de duas campanhas do Fernando, se age com age publicamente, se ele mesmo fala isso, eu só posso concluir que é verdade.
VEJA - Qual foi a última vez em que o senhor e o presidente conversaram sobre as atividades de PC Farias?
PEDRO COLLOR - Em janeiro deste ano. Eu tinha acabado de chegar do exterior e o Fernando me chamou para almoçar. Foi uma conversa afável, embora o Fernando, tenha se mostrado cuidadoso ao mencionar o nome do PC. Pisava em ovos. Eu reclamei da maneira como o PC vinha tentando destruir o nosso jornal em Alagoas, chamando nossos funcionários. Foi uma conversa sobre os problemas com o jornal.
VEJA - O senhor mencionou as denúncias de corrupção sobre PC?
PEDRO COLLOR - Com o Fernando, exatamente, não. Falei "n" vezes com os meus irmãos Leopoldo e Leda, com o Cláudio Vieira e o Marcos Coimbra.
VEJA - Por que nunca falou diretamente com o presidente?
PEDRO COLLOR - Eu sentia que, se eu falasse, ele iria ter uma explosão violentíssima. O Fernando não gosta de escutar críticas.
VEJA - Por que o senhor passou a envolver o presidente Collor nas suas denúncias contra o PC?
PEDRO COLLOR - Eu comecei a receber ameaças de morte dos irmãos do PC através de interlocutores comuns. Cheguei a falar com o Cláudio Vieira sobre tudo o que estava acontecendo. Concluí que o PC não estava agindo por conta própria. É o estilo típico do Fernando usar instrumentos. Ele não ataca de frente.
VEJA - O senhor não acredita que exista uma vontade política real do presidente em investigar as atividades de PC Farias. Afinal, a Receita Federal foi acionada para vasculhar o imposto de renda de PC?
PEDRO COLLOR - Não acredito nisso. Acho que a investigação ia ser empurrada com a barriga e seria apenas retórica.
VEJA - Qual a diferença entre o PC Farias e o Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP? Ou entre o PC e o Cláudio Vieira? Ou entre eles e o Claudio Humberto?
PEDRO COLLOR - São os métodos. O PC é o erudito do roubo, da corrupção, da chantagem. Os outros têm uma aspiração, mas também têm um teto. O PC não tem limites.
VEJA - Mas o PC vai até onde?
PEDRO COLLOR - Ele é capaz de matar para extorquir.
VEJA - O senhor apresentou o PC Farias ao Fernando Collor. Quando começou a afastar-se dele? Por quê?
PEDRO COLLOR - Na época eu não o via como hoje. Ele era um sujeito enrolado com negócios, mas apenas isso. Não pagava as contas. Mas era um sujeito jeitoso, muito insinuante, muito simpático. Ele é muito envolvente em negócios. Comecei a me afastar quando o Fernando se tornou governador do Estado.
VEJA - O senhor tem alguma coisa contra o cidadão Fernando Collor, seu irmão?
Fernando Collor - Pessoalmente, o Fernando é um sujeito extremamente talentoso, carismático, magnético e, em alguns momentos, é uma criatura fantástica, cheia de energia. Ao mesmo tempo, é rancoroso, vingativo e adora manipular as pessoas. Ele gosta das pessoas subservientes.
VEJA - O senhor chegou a falar que o seu irmão Fernando tentou se insinuar junto a sua mulher, Tereza. Como foi isso?
PEDRO COLLOR - Não foi exatamente isso. Eu e Tereza tínhamos passado por uma crise conjugal, o que acontece muitas vezes entre casais. Isso foi em 1987, quando Fernando era governador de Alagoas. Nesta ocasião, eu estava no Canadá. Tive a informação de que ele chamou Tereza para conversar no palácio. Conversaram durante um bom tempo. Ali era o lugar onde ele tinha intercurso, com algumas moças. Houve fofocas sobre isso e eu fui informado. Tereza foi depois para Paris e Fernando me chamou para dizer que havia conversado com ela e que eu me preparasse porque ela iria se separar de mim. Disse que eu havia pisado muito na bola e que me preparasse. Em paralelo, eu sabia que ele estava telefonando para ela em Paris, naturalmente utilizando a fragilidade da relação para telefonar e talvez até fazer a cabeça dela. Eu consegui as contas telefônicas do palácio que comprovaram essas ligações.
VEJA - Houve uma tentativa explícita de sedução?
PEDRO COLLOR - Eu acredito que implicitamente ele tentava mapear a situação, diante de uma pessoa fragilizada emocionalmente pela perspectiva de uma ruptura de casamento. Uma voz simpática. um ombro amigo...
VEJA - Tereza, houve uma tentativa de sedução?
PEDRO COLLOR - Não, ele tem esse jeito de falar que é meio fraternal, meio conselheiro.
VEJA - Apesar de sua suspeita de paquera por que continuou freqüentando seu irmão? Por que esteve na posse dele como presidente?
PEDRO COLLOR - Porque não se deve sair arrebentando portas. Tive controle emocional.
VEJA - Pelo que se deduz, o senhor coloca esse episódio como um entre vários através dos quais seu irmão tenta atingi-lo. É isso?
PEDRO COLLOR - O que ele quer é me ver distante do comando administrativo das empresas que temos. Para colocar uma pessoa dele lá dentro, por uma questão política.
VEJA - O senhor nomeou alguém para o governo federal?
PEDRO COLLOR - Nem para a prefeitura de Maceió nem para o governo de Alagoas nem para o governo federal.
VEJA- Por quê?
PEDRO COLLOR - Não é do meu feitio.
VEJA - O que o senhor acha das nomeações do Leopoldo (irmão mais velho de Collor)?
PEDRO COLLOR - Eu não conheço as nomeações do Leopoldo. Não converso sobre esse assunto com ele.
VEJA - O senhor já admitiu que consumiu drogas na juventude. Como foi isso?
PEDRO COLLOR - Quando eu era jovem, era uma coisa que estava na moda, lá por 1968, 1969, 1970.
VEJA - Em 1968, o senhor estava com 16 anos de idade.
PEDRO COLLOR - Mas é isso.
VEJA - Que tipo de droga?
PEDRO COLLOR - Cocaína.
VEJA - Seu irmão Fernando também?
PEDRO COLLOR - Sim.
VEJA - Foi ele que o induziu a experimentar cocaína?
PEDRO COLLOR - Não é que induziu, nem apresentou nem nada. As pessoas, por serem de faixa etária um pouco acima, naturalmente têm mais acesso a esse tipo de coisa. Foi assim que aconteceu.
VEJA - LSD também tinha?
PEDRO COLLOR - Teve também LSD, umas duas ou três vezes.
VEJA - O senhor largou isso quando?
PEDRO COLLOR - Logo depois. Senti que me fazia mal. Emagreci muito.
VEJA - Quanto ao presidente, o senhor tem notícia de que ele tenha consumido drogas após essa época na Juventude?
PEDRO COLLOR - Não, depois dessa época, não.
VEJA - O senhor já ouviu falar em Allan Mishai Fauru?
PEDRO COLLOR - Conheço desde menino do Rio. Um belo dia, o Fernando já governador, me parece, o Allan o convidou para ser padrinho do casamento dele. Depois ele se mudou para Maceió, anos mais tarde, e montou um boteco. Soube depois que ele tinha ligações com traficantes, vendia, repassava. Mas ele não tem qualquer relação com o Fernando, absolutamente.
VEJA - O senhor não acha que as instituições brasileiras correm algum risco com assuas denúncias?
PEDRO COLLOR - Acho que nossas instituições agüentam o tranco. Se eu começar a entrar muito em considerações a respeito do governo, eu não dou um passo. Tenho de fazer aquilo que acho correto. Que os outros façam as partes deles.
VEJA - O senhor acredita que, com as últimas mudanças no ministério, o PC é menos influente no governo?
PEDRO COLLOR - Sim. Ele perdeu toda ou quase toda a sustentação.
Em 8 de Julho de 1992 a mesma revista apresentava o que titulava como "provas", explicando:
O presidente Fernando Collor é um ator nato. Dá a impressão de que, como quem escolhe uma gravata pela manhã, escolhe a personalidade que usará durante o dia. No primeiro pronunciamento na televisão sobre a crise provocada pelas revelações de Pedro Collor, fez o papel de irmão ofendido, cabisbaixo e meditabundo. No segundo discurso televisivo, só faltou gritar palavrões, tamanho o ódio que demonstrou contra o seu ex-líder na Câmara, Renan Calheiros. Na noite de terça-feira passada, o presidente posou de estadista: estava firme e sereno quando negou que seu alter ego, Paulo César Farias, pagasse as despesas da Casa da Dinda, através de depósitos feitos na conta de sua secretária pessoal, Ana Maria Acioli Gomes. "Sou eu o primeiro interessado no esclarecimento definitivo dos fatos, sou o primeiro interessado na verdade", disse Collor na TV. Vamos a eles, aos fatos, em busca da verdade.
Se esta semelhança não é intrigante, não sei o que seja.
14 comentários:
C'um caraças. Parece cópia
Até tem apartamento em Paris e tudo. E mais coisas...
o 44 é um dos clones do Collor, mais conhecido por 'Indiana Jones'
não tarda estaremos nas 'terras do bang-bang', a começar pela baixaria da Beira Baixa
era o província do João Franco.
tradição 'num' falta, corja também abunda em abundância
Pois é, José.
é intrigante ao ponto de se perguntar se não há uma panca maior que até copia estas vigarices.
Não sei, não. Ele é um mitómano e há-de ser assim desde sempre.
E até com esta prisão se vê que foi sempre assim- rodeado dos mafiosos amigos de infância.
Se o Sócrates tinha conseguido a 3 eleição Portugal já estaria em modus América Latina, pouco faltou.
Um exemplo:
No livro fala do assalto ao BCP. Quanto custou a manobra ao erário público?
O assalto ao BCP – cuja verdadeira história ainda está por fazer no que representou de estratégia terceiro-mundista de Sócrates para controlar Portugal – resultou num dano brutal para a CGD, para o BCP e para o país. O dano directo de imparidades na CGD dificilmente será inferior a mil milhões de euros, mas toda a complexidade da transferência da gestão da CGD para o BCP, saída de Vara do BCP e eventual saída de Carlos Santos Ferreira contribui para um balanço muito negativo. Comparar este cenário com a alternativa que defendi, de fusão BCP/BPI, é a noite e o dia. Mas Sócrates não queria isso e assim se escreveu uma das páginas mais negras da história financeira portuguesa – uma história que o Ministério Público deveria investigar.
http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/joao-rendeiro-probabilidade-prescricao-no-caso-bpp-elevadissima/pag/-1
Nos media tivemos a tentativa de assalto à TVI.
Nas Obras públicas é o que se sabe...
Neste video o director do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro revelou em primeira mão que o ex-Primeiro Ministro tentou aliciar, depois tentou comprar o Correio da Manhã e por fim tentou silenciar.
“Sócrates não é um democrata, apesar de estar no PS, o olhar dele sobre a sociedade, não é o olhar de um democrata!” (…) “Primeiro, tentou-nos aliciar, quando viu que não conseguia tentou comprar o órgão de Comunicação Social e a seguir tentou tudo para o silenciar!” , afirmou.
https://www.youtube.com/watch?v=BGOw2sj-ZJ8&list=UUakSi4_ei0aVffdQ4GzdYuA
Não é bem assim, José
O Collor era louro e o 44 moreno.
São completamente diferentes
;D
Kruschev ditou as suas memórias para um gravador
as fitas serviram nos EUA para publicar uma versão reduzida
Penn State Press, 2007 - 1126 páginas
recentemente surgiu, para tapar a boca aos comunas
a versão integral com prefácio de seu filho, prof numa universidade americana
Dalai Lima
Calças-à-Boca-de-Sina
Ser português é uma profissão de desgaste rápido.
Direitos Inalienáveis
Qualquer arguido tem direito à presunção de inocência até o processo prescrever.
Dia de visitas.
Hoje, foi o PC.
Talvez esteja encontrada a justificação para o desfecho do apito. Está a ver Dr MJM?
MJM? A Morgadinha que tem a ver com isto?
REVISTA VEJA – Durante o governo Collor, uma frase de PC Farias que ficou famosa dizia o seguinte: "Madame está gastando demais". Quando a senhora descobriu que PC Farias pagava despesas pessoais da senhora e de sua família?
ROSANE MALTA COLLOR – Fiquei sabendo disso pelo noticiário. Eu não sabia nem o que era fantasma. É muito difícil saber que até o seu dentista é pago por outra pessoa. Fernando me dizia que nada do que estavam falando era verdade. Tudo o que eu queria o meu marido me dava. Para mim, até então, o dinheiro era dele. Ele era muito fechado sobre a relação que mantinha com o Paulo César.
O excerto anterior, saiu daqui:
http://veja.abril.com.br/121207/p_064.shtml
E magia negra? Sacrfícios de animais e trabalhos com fetos humanos? Haverá?
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