O articulista João Carlos Espada, "professor universitário" no IEP-UCP, tem hoje no Público este encómio ao novo mito nacional.
Como se pode ler, JCE, antigo esquerdista infantil no tempo destes acontecimentos, recorda uma entrevista de Álvaro Cunhal a Oriana Fallacci, publicada no L´Europeo de 6 de Junho de 1975.
O articulista refere que tal entrevista foi agora republicada em português, pelo penúltimo Expresso. Não sei onde o jornal foi desencantar a entrevista e a não ser que tenha a revista italiana original, só vejo uma alternativa...porque a mesma não se encontra em lado algum, nem mesmo o Expresso que na época se referiu à mesma apenas com a publicação de excertos que deram brado e lugar a desmentidos do PCP. Que foram desmentidos pela própria jornalista italiana que pura e simplesmente disse que tinha a gravação da conversa e que estava pronta a mostrar. Ninguém quis...mas o Expresso, no obituário à jornalista contou a História.
Em primeiro lugar o mito de Álvaro Cunhal ter sido professor de Mário Soares é isso mesmo. Cunhal trabalhou no Colégio Moderno ( a instituição que dá rios de dinheiro à família, segundo contam as lendas e permite pagar a enfermeiras etc.) mas não como professor de Soares. Foi como contínuo e ficou muito agradecido ao pai de Soares, um antigo padre, por tal emprego.
Depois, JCE coloca o dedo na ferida quando escreve que Mário Soares não derrotou sozinho o PCP de Cunhal, mas certamente liderou, com Sá Carneiro e Freitas do Amaral, entre outros, a resistência do povo português à ameaça de nova ditadura comunista".
Ora é mesmo aqui que o mito se construiu. Até o próprio Freitas do Amaral, muito "rigorosamente ao centro", na época, contribui para a imagem do nonagenário, ao dizer que foi Soares quem se opôs à ditadura comunista como já se opusera à ditadura de direita ( ou seja de Salazar de quem Marcello Caetano dizia em carta particular que Freitas do Amaral era especial devoto...).
Para dar uma imagem que deslustra este mito com pés de barro aqui fica uma página da revista francesa Paris Match de 9 de Agosto de 1975 onde se vê quem era a outra força que lutou contra o comunismo e contra quem o comunismo nada poderia como o próprio Cunhal reconhece na entrevista supra referida: o povo e a religião católica, esquecida neste contexto porque "não convém". Até o frade Bento que foi ao almoço é incapaz agora de o reconhecer, porque então, como agora, fazia parte das "forças progressistas".
Finalmente uma imagem que diz bem o que pode ser a força de um mito: Soares a ler qualquer coisa sobre Direitos Humanos em... inglês, língua cujo domínio é lendário e mítico.
12 comentários:
e tu barão parlapatão
era melhor teres mais cuidado quando abres a boca.
'quem tem telhados de vidro ...
não pode atirar pedradas'
ontem foi a comezaina do fim de festa com 'todos os artistas em cena'
cantaram a Internacional
'de pé ó vítimas da fome'
senti profundo nojo de ver todos de cu para o ar
José Sócrates, em carta enviada ontem aos media. Excerto:
«[...] Prende-se principalmente para despersonalizar. Não, já não és um cidadão face às instituições, és um “recluso” que enfrenta as“autoridades”: a tua palavra já não vale o mesmo que a nossa. Mais do que tudo — prende-se para calar.»
Ahahah, a foto da revista em inglês diz tudo, não?
ahahahahah
Os palermas vêm aqui roubar e depois dizem que "isto dos blogues é uma vergonha".
fico sempre com a impressão que quanto mais querem limpar a imagem de soares, mais destapam a sua verdadeira faceta de oportunista, vingativo e desonesto. afinal de contas foi depois de mais um destes episódios que conheci o livro que mudou a forma como passei a olhar a política e os políticos: Contos Proibidos - Memórias de um PS desconhecido
Jorge Santos Carvalho
É licenciado e mestre em História pela Universidade de Belgrado. Doutorando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Obras editadas na IUC:
As Relações Jugoslavo-portuguesas (1941-1974)
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a conferência de Belgrado (set/1961) a Jugoslávia e o colonialismo Português
fala do boxexas
Esta foto do "estudioso" em grande labor intelectual a tentar decifrar uma língua que não sabia está de morte! Não é pose para a fotografia nem nada, "honni soit qui mal y pense"...
E aquilo da cantada Fonte Luminosa não foi para salvar a pátria nem sequer o próprio ps. Foi uma manifestação do monumental cagaço que o bochechas apanhou ao ver-se à beira de ser enxotado e substituído no poleiro pelo barreirinhas.
Faz lembrar aquela montagem do GWB a ler um livro virado ao contrário. So que este está conforme o original
O recluso 44 tem uma foto idêntica a ler um livro "intelectual" quando se preparava para assumir funções como governante, em 2005.
Devo ter algures aí mas não tenho pachorra para procurar.
Melhor seria ter sido fotografado a ler Os Metralhas da Disney...
Quem começou a parar o comunismo em Portugal foi um grande intelectual que quase ninguém conhece, o Senhor D. Manuel de Almeida Trindade, bispo de Aveiro em 1975. Morreu em 2008, com... 90 anos.
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