O advogado das elites, Rui Patrício, costuma escrever no i
textos patuscos sobre assuntos de
justiça.
Hoje volta a carregar a pederneira com sal grosso de
ironia difusa que se espalha em
carapuças com destino certo mas inominado.
Patrício, nessa armadilha de pôr nomes aos boys, não cai. Quer continuar a caçar com gato amestrado para
poupar os ratos da sua estimação e por
isso dispara para a moita à espera que as carapuças se enfiem e não lhe estraguem
a actividade venatória.
Como Patrício é da geração dos comics da Marvel, falhou a
bande dessinée franco-belga da Lombard, Dargaud ou Dupuis, das décadas de antanho.É pena porque aprenderia mais do que através dos quadradinhos estereotipados na definição do bem e do mal para americano ver.
Se lesse aqueloutros, de subtileza esmagadora para o preto e branco
acinzentado da Marvel cheia de cor, poderia encontrar Lucky Luke, um improvável cowboy do tempo
da conquista do Oeste americano.
Numa das suas inúmeras historietas aparece o temível Jesse
James e a sua troupe de bandidos de opereta que operavam numa cidadezinha do
mítico Texas .
Jesse James era um
bandido lendário e de má catadura que sendo tão real passou à história dos
mitos.
À semelhança dos heróis bidimensionais de Patrício, a
historieta de Jesse James também não
imita a realidade. "São dois mundos
que vivem paralelamente, que não se tocam,
nem sequer, muitas vezes, se conhecem entre si".
Senão vejamos:
Em primeiro lugar a apresentação do bandido Jesse, auto-justificado em tirar aos ricos para dar aos pobres, de forma prosaica a assegurar sempre uma "inocência". "Rouba mas faz". É inocente porque sim e porque pode ser assim. Até prova em contrário é inocente e ainda nem sequer foi julgado...
( mais uma vez , quem quiser ler a historieta deverá carregar com o botão do lado direito do rato e ao abrir outra janela deve ampliar a imagem carregando segunda vez. A historieta é imperdível e não tem nada, mas mesmao nada de semelhante com a realidade...)
( mais uma vez , quem quiser ler a historieta deverá carregar com o botão do lado direito do rato e ao abrir outra janela deve ampliar a imagem carregando segunda vez. A historieta é imperdível e não tem nada, mas mesmao nada de semelhante com a realidade...)
Depois a actividade dos "pistoleiros do costume", aqui caricaturados em agentes da Pinkerton, muito discretos e que guardam segredos como quem guarda cabritos órfãos: todos a balir e os pinkertom acusados de borregarem.
Por fim, um epílogo para esta historieta : o julgamento de um dos bandidos de operta, acusado de assaltar um combóio. É de antologia. Não se diz o nome do causídico, mas é um patrício, pelo colete, pela barba e pela verve. De opereta também.
6 comentários:
Está genial!
Chupa, Patrício!
E por falar em segredos:
Quantos saberão que o advogado do motorista do Sócrates, Ricardo Candeias, tem ligações a um dos advogados do Sócrates, Pedro Delille, que tem estado mais na sombra, e que ainda esta semana o foi visitar à prisão de Évora?
http://oab-rn.jusbrasil.com.br/noticias/2547674/advogados-portugueses-visitam-oab-rn
https://www.oa.pt/cd/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?sidc=51426&idc=31614&idsc=31626&ida=85007
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=792626&tm=8&layout=122&visual=61
regressa em grande forma
a rataria continua no pinhal da Azambuja
João Brandão e Zé do Telhado mudaram de nome e táctica
a confraria mantém-se intacta
"Quantos saberão que o advogado do motorista do Sócrates, Ricardo Candeias, tem ligações a um dos advogados do Sócrates, Pedro Delille …"
Boa informação JC, julgo que poucos o saberiam.
Agora que o advogado do motorista marcou pontos conseguindo tirá-lo da cela, penso que iremos assistir a uma combinação de estratégias entre advogados dos diferentes arguidos.
Pelo que foi tornado público, os vários recursos invocam as mesmas pretensas irregularidades e ilegalidades. Quem se iria lembrar de invocar a pretensa irregularidade do espaço onde foi lida a medida de coação? Só mesmo quem tem andado por outras áreas que não a criminal.
E trazer à baila que um membro do governo não é funcionário, exigência para que exista crime de corrupção passiva?! Terá mudado a Constituição e o governo deixou de ser o órgão superior da administração?
Está demonstrado que não pretendem debater a substância das imputações mas tentar que o processo morra por alguma preterição de formalidade. E por isso não serve à defesa tornar público o processo.
Sempre pode acontecer que, com tantos recursos que se adivinham, algum vá cair a uma secção da Relação, simpática à conduta do ex-PM. É que os atropelos ao direito praticados por este não se fizeram sem alguma conivência de gentes do sistema judicial. E só por azar é que nenhum recurso cairá a algum dos desembargadores devidamente elucidados pelos "sócios" socretinos.
Os meus favoritos do Lucky Luke são a "diligência" e o "imperador smith".
Muito me ri com eles... ;-)
Este texto do José está maravilhoso.
Tem metáforas de génio:
"Hoje volta a carregar a pederneira com sal grosso de ironia difusa que se espalha em carapuças com destino certo mas inominado."
"Quer continuar a caçar com gato amestrado para poupar os ratos da sua estimação e por isso dispara para a moita à espera que as carapuças se enfiem e não lhe estraguem a actividade venatória."
É um gosto ler esta forma de escrever. (Para mim, claro)
Esses Pinkertons fizeram-me lembrar o Anão e Silva e o outro direitolas, aka Dupont
Enviar um comentário