Como se lê, Salazar punha de lado, liminarmente, o fascismo como modelo de Estado semelhante ao nosso que aliás se assumia abertamente como ditadura. Assumia o nacionalismo mas não do modo fascista que ressumava a racismo e distinguia cidadão e sujeito.
Mas deixa vincado que o Estado é quem domina, particularmente nas actividades que " tenham um interesse político directo ou um interesse na formação da consciência nacional". Era o caso da Educação, Imprensa, reuniões públicas, organizações diversas.
Por causa deste entendimento, em Portugal, durante décadas vigorou a Censura que mais tarde amaciou crtitérios e passou a chamar-se Exame Prévio.
Os livros de cariz político-doutrinário que essa Censura proibiu de circularem livremente pelas livrarias e serem assim publicitados, entre outros eram estes:
Todas as imagens são do livro "Livros proibidos no Estado Novo". edição da Assembleia da República.
A atitude política de Salazar em proibir a divulgação destes livros constituiu a meu ver um erro grosseiro, cujas consequências se tornaram dramáticas logo a seguir ao 25 de Abril: militares pouco ou nada politizados foram logo completamente manipulados pelo esquerdismo comunista, bem informado dos seus princípios, como sucedeu com o COPCON e uma certa ala do MFA que dominou até ao Verão de 1975.
E foi um erro porque não evitou o que pretendia evitar, uma vez que o fruto proibido se torna o mais desejado e nos casos em que se pretendia efectivamente proibir a divulgação era irrelevante uma vez que aqueles que queriam ler estes livros acabavam por o poder fazer.