quarta-feira, abril 22, 2015

Uma aliança luso-americana no Ultramar português?

Em 1962, após o começo das hostilidades guerreiras em Angola, contra Portugal, Salazar mandou seguir tropa "rapidamente e em força" para defender a Província que verdadeiramente nunca fora colónia a não ser de nome, durante umas breves décadas, até ao início dos anos cinquenta.

Nessa altura Portugal ficou isolado da "comunidade internacional" e nem sequer os nossos velhos aliados ingleses  nos valeram.
Os americanos, esses, com Kennedy, eram abertamente anticolonialistas. Portanto, aparentemente,  havia apenas uma alternativa no mundo de então: o isolamento e a luta de guerrilha que aguentamos até 1974. Durante uma dúzia de anos fomos fustigados pela "comunidade internacional" e mediática que exigia a nossa rendição aos "ventos da História".

Havia outra alternativa? Haver, havia, mas...para Salazar a sua escolha seria quase uma capitulação. E no entanto, resta uma incógnita: saber o que resultaria daí se a tivéssemos seguido.

Os argumentos a favor estão aqui, escritos num artigo publicado num livro de autor, de 1962, de Manuel José Homem de Mello- Portugal, o Ultramar e o Futuro.
Os artigos que o compõem deveriam ter sido publicados no jornal Diário de Lisboa da época. No entanto, a Censura não o permitiu.
Para justificar a publicação do livro, o autor escreveu em modo de segundo prefácio ( o primeiro foi escrito pelo marecharl Craveiro Lopes) que " O patriotismo não é monopólio de nenhum homem, nem de qualquer corrente de opinião pública".
Salazar não pensava assim e não permitiu a publicação destes escritos nos jornais.

O argumento central é simples: deveríamos ter obrigado os americanos a envolverem-se no problema do Ultramar porque aí também se desenrolava, objectivamente,  a luta entre as grandes potências que então eram a URSS e os EUA.
Primeiro o prefácio de Craveiro Lopes:


E a seguir, as páginas sobre a questão:



Salazar dizia dos americanos, em 10 de Julho de 1946, o melhor possível: "essa admirável pátria norte-americana que trouxe para a luta, com o seu idealismo e bravura, a força decisiva da maior potência industrial, financeira e militar da Terra" .

Passados alguns anos nem podia ver os americanos. E no entanto, foram os americanos quem melhor combateu o comunismo, dentro e fora de portas. Dentro, com a "caça às bruxas", eliminou na prática os focos subversivos do comunismo. Por cá, tentou fazer-se o mesmo com a PIDE e com prisões a torto e direito, com Censura que nem sequer deixou que os portugueses soubessem quem era verdadeiramente Estaline.
Os americanos não tinham essa Censura e foram muito mais eficazes no combate à raiz do Mal.

E agora, que dizem disto? Que Salazar tinha razão? Nisto não tinha e foi esse um dos erros que nos custou, anos depois, o que temos agora.

Questuber! Mais um escândalo!