Observador:
A filha do capitão de Abril Salgueiro Maia, a viver no Luxemburgo há quatro anos, diz que foi “convidada” a sair de Portugal pelo primeiro-ministro Passos Coelho, lamentando a situação atual do país, que compara ao terceiro mundo.
Catarina Salgueiro Maia, de 29 anos, deixou Portugal em 2011, ano em que a troika chegou a Portugal e “em que o primeiro-ministro aconselhou as pessoas a ganhar experiência no estrangeiro”, ironizou, recordando os apelos do Governo à emigração. Com o marido desempregado e um filho pequeno, a filha do capitão de Abril decidiu procurar trabalho no estrangeiro.
A filha do "capitão de Abril" responsável pela rendição das tropas fiéis ao regime que depuseram pode agradecer ao falecido pai a situação em que se encontra.
Se a Revolução tivesse soçobrado, como poderia, com a prisão daquele ao invés da situação contrária, na manhã de 25 de Abril de 1974, poderíamos ter um regime que fatalmente teria que abrir à democracia plena e que faria a retirada de África de outro modo.
Por outro lado, se os capitalistas que então havia em Portugal tivessem continuado a sua actividade como até aí acontecia, não teríamos certamente uma bancarrota em 1976 seguida de outra menos de dez anos depois.
Não teríamos uma Constituição que nos garantia o caminho para a sociedade sem classes logo no Preâmbulo ( escrito pelo grande poeta de Abril cujo nome nem me apetece dizer) e teríamos certamente uma melhor formação escolar e cultural daquela filha do capitão que evitaria estes dislates e provas de ignorância.