Nenhuma destas perguntas tem resposta fácil. Salazar durante os últimos 40 anos foi afastado da História contada nos media, mas continua lá, onde sempre esteve. E é preciso descobri-lo para nos revermos naquilo que somos como povo.
Não adianta relegar Salazar para o fascismo, palavra mágica que resolve todos os problemas identitários de quem não quer conhecer a verdade histórica.
As biografias de Salazar coincidem num ponto: a sua extracção rural e o seu apego ao campo. A terra de Salazar, Vimieiro, no bairro da Estação, um sítio muito bonito, ainda hoje, era "terra saudável e fértil. Duzentos metros de altitude, não prejudicados pelos nevoeiros que por vezes baixam sobre o rio. Boa água. As couves, os feijões, o milho, que dá farinha para a broa e folhelho para o gado, as poucas ovelhas que todas as famílias recolhiam na loja, bem como o bacorito no cortelho, asseguravam a alimentação que bondava, sem falar nos peixes do rio, naqueles tempos em que as águas fluviais não andavam poluídas" ( Apontamentos para um perfil psicológico de Salazar, de Barradas de Oliveira, publicado na revista Resistência, número de verão de 1977).
Coincidem ainda noutro: sendo um miúdo esperto, filho de um feitor local, ou seja, alguém modesto que lidava com terras e propriedades de outros," era pena não seguir os estudos" e seguiu. Fez um curso de Liceu em que repetiu exames do secundário que fizera no seminário e matriculou-se em Direito, em Coimbra, tendo frequentado a Faculdade de Letras para aprender...Inglês, porque gostava do modelo educativo seguido na Inglaterra. Católico num ambiente de perseguição jacobina, encontrou-se no CADC de Coimbra com Cerejeira, o futuro patriarca de Lisboa, de quem foi amigo toda a vida. Concluiu o curso com 19 valores e ficou assistente em 1917. Doutorou-se no ano seguinte.
Em Abril de 1932, o presidente Carmona entregou a Salazar a chefia do Governo. Até 1968.
E a História continua...por Barradas de Oliveira, com excertos extraídos obra citada.
Domingo, se Deus quiser, há mais...