domingo, outubro 01, 2017

Quanto ganha um jornalista? E um árbitro de futebol?

 Aqui há uns tempos, em congresso raro, foi colocada a questão sobre o vencimento dos jornalistas: ganham relativamente pouco, na maioria dos casos.

Um em cada três jornalistas trabalha sem contrato fixo e 26% está a recibos verdes. A maioria diz trabalhar entre 35 e 40 horas por semana, no entanto, apenas 4% afirma ser remunerada pelas horas extraordinárias.
Estas são algumas conclusões do estudo “Os jornalistas portugueses são bem pagos?”, conduzido por uma equipa do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas e o Observatório da Comunicação, junto de 1500 profissionais. O estudo revela que, no ano passado, 69% dos jornalistas recebiam entre 501 e 1.500 euros líquidos por mês, dos quais 23,3% recebiam entre 1001 e 1.500 euros, 23,9% entre 701 e 1.000 euros e 21,8% menos de 700 euros.
“É negativo que mais de 50% receba menos de mil euros por mês, especialmente tendo em conta que a maioria trabalha mais de 40 horas por semana e que quase 80% é licenciado”, vincou o investigador do CIES, Miguel Crespo, citado pela publicação “O Congresso”, feita por alunos de vários cursos de Comunicação de todo o país, numa redacção multimedia instalada no Cinema S. Jorge.

 Um painel sobre o estado do jornalismo reuniu diferentes gerações de jornalistas de áreas distintas. Nicolau Santos, do Expresso, apontou o dedo ao papel desempenhado pelo jornalismo económico nos últimos anos em que foi “suporte da troika, dos banqueiros e do programa de ajustamento”. 
 
O jornalismo económico denunciado por Nicolau Santos, director do Expresso,  é assunto deveras curioso. Em 2004, o suporte a bancos e outras instituições danadas era problema que o dito jornalista não tinha.

Senão, teria mais cuidado em aceitar convites de bancos para gozar férias na neve. Sol de ontem:



Por outro lado, os árbitros de futebol que trabalham como mouros durante hora e meia por semana,  vão ganhando para os alfinetes. A justificação, claro, é a dignidade da profissão, a garantia de isenção e ausência de apetite por prendas avulsas, etc etc.
No final de contas tudo argumentos que se podem aplicar a outras profissões, como a de juiz.  Com uma particularidade: os árbitros não exercem em exclusividade...mas nem um juiz do STJ ganha o que ganha um árbitro destes. 

CM de 24.9.2017:








Questuber! Mais um escândalo!