segunda-feira, outubro 02, 2017

Andam a partir os dentes ao comunismo, em Portugal.

Esta notícia sobre as eleições de ontem promove a ideia que o partido comunista anda a perder terreno a passos largos, em Portugal.

Já não era sem tempo porque a ideia fossilizada que alimenta o PCP é coisa de um passado sem retorno e sem renovação possível.

A revista Visão História de Setembro deste ano pretende traçar um retrato do que foi a Revolução de Outubro na Rússia czarista e o que a seguir se passou.

A revista foi buscar uns articulistas de esquerda e outros que já foram comunistas e deixaram aparentemente de o ser, por terem aberto os olhos da mente e lida assim com o assunto:

Um dos articulistas é Francisto Louçã, o intelectual que cultiva um comunismo sofisticado que vai alentando o Bloco de Esquerda porque se demarca dos fósseis do PCP mas não são menos fossilizados nas ideias trotskistas que acalentam e ninguém discute.

O modo de escrever de Louçã para explicar o que aconteceu na Rússia após a Revolução é enternecedor para os seus seguidores porque representa bem o paradigma de quem pretende explicar tal Revolução como uma caminhada em frente da Humanidade, passando por cima de milhões de mortos como cães sob vinha vindimada. A repressão sangrenta e hedionda de Estaline, os crimes contra a Humanidade e a semelhança evidentes com o holocausto nazi não os impressiona por aí além e contextualizam com a repressão que vinha antes, do czarismo. Portanto, um mero fait-divers descartável numa frase solta "a partir de 1936, e centenas de milhares de comunistas e de opositores foram aprisionados no gulag". Assim ipsis verbis.  Portanto, um regime respeitável que se perdeu por ter perseguido um dos seus próceres ( Trotski). E mais nada.


Depois há artigos extensos do editor da revista Luís Almeida Martins, um esquerdista moderado para quem os fait-divers dessa Revolução são para contar em modo historicista asséptico. Agora, porque há 40 anos, na altura de o Jornal tais factos não existiam, para este companheiro de percurso comunista.

Porém, o panorama parece estar a melhorar um pouco, depois destes últimos 40 anos, para cima: aparece agora um José Milhazes desiludido com o comunismo que então o iludiu de modo rutilante e o conduziu ao frio de Moscovo, onde descobriu o logro.
Ainda bem que assim foi e que lhe permitem a escrita na primeira pessoa, de acordo com a experiência. Outros foram lá e vieram na mesma ceguetas, mudos e surdos aos factos que presenciaram e silenciaram, como um tal Francisco Miguel e outros que sabem pronunciar a palavra "tarrafal" mas esqueceram o significado de "gulag".

Milhazes malha no regime soviético como em centeio verde:









Outro artigo a malhar no mesmo ferro frio é o de Vânia Maia sobre o modo particular e idiossincrático de Estaline matar em massa: pela fome.


E para mostrar às ritasrato que os comunistas costumavam dar tiros na nuca aos adversários descartáveis, aos milhares, outro artigo de Pedro Caldeira Rodrigues:





Porém, apesar disto tudo que em Portugal não é pouco e é raro, com artigos que nunca seriam mencionados sequer no O Militante, a Visão História foi buscar uma luz de esperança para a Esquerda que patrocinou, caucionou e aplaudiu estes crimes contra a Humanidade.

Num pequeno apontamento de duas páginas, José Neves namedropa uns tantos intelectuais de tretas que continuam a vicejar no quintal comunista.
Afinal a História ainda não acabou e os mesmos que fizeram o serviço acima exposto estão dispostos a sair do formol para se renovarem, mudando a pele, mas não deixando a condição reptiliana.


Assim o epílogo da Visão História é uma mensagem de esperança que o jornalismo caseiro vislumbra como solução para as contradições e modo de sair do armário de formol.

Não fosse a Visão História uma das jóias ( agora descartáveis)  do grupo Impresa...

Questuber! Mais um escândalo!