domingo, outubro 15, 2017

Uma escuta aqui, uma escuta ali e...ninguém viu, ouviu ou soube nada.



 Imagem do Expresso de ontem.

Neste caso do " buraco" cuja acusação foi agora publicada ( pelos vistos o processo continua em segredo de justiça mas a RTP, durante a entrevista patética ao arguido principal,  mostrou os volumes impressos da dita, alinhadinhos, sem um pio de quem quer que fosse...) avulta algo que certos comentadores apontam: então ninguém sabia o que se passava? Foi tudo camuflado e tudo escondido, para agora se revelar uma surpresa para aqueles que conviveram de perto com o dito "buraco"?

Bem, na verdade não foi assim.

O Correio da Manhã, mais uma vez faz um serviço público inestimável em relatar isto:

O primeiro ministro das Finanças do governo de Sócrates com maioria absoluta, Campos e Cunha, diz tudo o que é preciso dizer sobre a tragédia que foi tal governo, para Portugal. Mais: avisou e ninguém quis saber.

"A forma atabalhoada, tecnicamente não sustentada, com que foi aprovado um pacote de investimento de 40 mil milhões, mas nessa altura para mim, na minha cabeça, eu já me ia embora. Eu tentei parar aquilo, tentei suavizar, tentei que aquilo não fosse uma decisão, mas fosse apenas um grande...uns guidelines para futuras decisões, mas nada disso foi aceite, o primeiro-ministro estava absolutamente furioso comigo. Eu lembro-me bem dessa reunião porque foi no Forte de S. Julião da Barra, fazia o Governo 100 dias, portanto, está a ver, eu saí ao fim de 4 meses, portanto, não estava muito longe de me ir embora."

Mais: Campos e Cunha classifica o que então se passou como algo muito grave, um desastre. Acrescido de um outro: a exigência que a então ministra Maria de Lurdes Rodrigues colocou para o pacote II do PIP, para a Educação. Confessadamente, essa inenarrável que também conseguiu um empréstimo fantástico da CGD e tida como uma ministra de grande gabarito, classificou tal investimento e o que se seguiu, como "uma festa"! E foi...

Por outro lado, no CM de hoje aparem as fronhas dos embuçados pela vergonha que nunca tiveram, numa crónica de Eduardo Cintra Torres:



Só para se entender o modo como as decisões fluíam, estes dois artigos do Público são bem esclarecedores. O primeiro mostra bem o carácter e a fibra de um advogado chamado Sérvulo Correia, um Inadiável do tempo de Sá Carneiro. Sobres esta questão, Paulo Azevedo, mecenas do Público, disse tudo numa frase popular: "estavam todos feitos".



O segundo mostra como se decidiam certos processos no seio da CGD e que será a razão pela qual os partidos da AR não querem esclarecer devidamente tudo, como poderiam e deveriam fazê-lo. Portanto, todos cúmplices, todos iguais nesta corrupção, PCP incluído.

Expresso de ontem:



Como é que se lida com isto que nos causou perdas colectivas de milhões e milhões e sacrifícios acrescidos para outros tantos milhões...de pessoas?

Não será com humor, mas neste caso, o do CM merece destaque porque é negro como um buraco:



E por falar em humor, este video no Youtube  de um Bandex, vale a pena ser visto:



Questuber! Mais um escândalo!