São decisões de tribunais de segunda instância que conhecem de facto e de direito de decisões tomadas por tribunais de primeira instância. Esse jornalismo infame, com a participação activa de alguns bons jornalistas e o activismo de imbecis que pululam nas redacções e nem escrever bem o português conseguem, tem-se afadigado nos últimos dias numa campanha negra baseada em factos falsos, outros verdadeiros e distorcidos e ainda outros que apenas servem de Causa do feminismo mais histérico de que há memória em Portugal. A isso não deve ser estranha a actual composição das redacções, com jornalistas formadas em fornadas de cursilhos de comunicação social e que replicam as nódoas escritas dos seus pares mais velhos que lhas ensinaram.
Tome-se nota desta crónica de Eduardo Dâmaso, no Correio da Manhã de hoje que enfileira feito panurgo na correria para o abismo da incompetência profissional, da incompreensão da factualidade concreta, o erro mais crasso do jornalismo mais básico e embarca a todo o vapor no combóio da ignomínia injusta e destemperada.
Aqui se replicam todos os clichés entretanto expostos para denegrir profissionalmente uma pessoa que é juiz e com dados de facto errados e replicados como se fossem a verdade nua e crua. Incrível e inadmissível que alguém que assim escreve ainda consida dirigir um órgão de informação como a Sábado. Começo a compreender as razões de Alberto Gonçalves, cronista despedido pelo mesmo Eduardo Dâmaso e que julgava acintosas e rascas.
Não é admissível que um jornalista que se crê responsável escreva que o juiz Neto de Moura retirou uma pulseira electrónica a um indivíduo que ainda a não tinha. É uma diferença fundamental e que inquina toda a argumentação nela assente.
Não é admissível que se julgue sumariamente um juiz desembargador pelo facto de ter subscrito um acórdão como o que está em causa, irrepreensível nos seus fundamentos e apenas discutível quanto à decisão de fundo acerca da redução de tempo de suspensão de pena. Para isso é preciso discutir novamente o caso concreto, refazer todo o julgamento e refazer a decisão que pode ser diferente porque as sensibilidades dos julgadores não são idênticas.
Decretar em juízo sumário que o juiz Neto de Moura é um perigo porque reduz penas a agressores de mulheres é uma enormidade que roça a boçalidade. Há dezenas ou centenas de decisões dos tribunais superiores que expõem estas diferenças e fundamentam as divergências de entendimento e quem sabe Direito como Eduardo Dâmaso tem que saber isto e considerar isto a normalidade do procedimento dos tribunais.
Se a questão concreta é a protecção de uma vítima de violência doméstica tem que se saber que a mesma não fica desprotegida com esta decisão nem mais nem menos do que já estava. E para explicar isto já dei o meu óbulo aí atrás.
Se a questão concreta é saber a medida da pena justa para o arguido condenado é preciso perceber o seu lado e a sua circunstância coisa que ninguém fez até agora, além de escreverem que arrebentou "ao soco" ( esta pérola é da jornalista Ana Henriques do Público que deve ter tirado 20 na redacção de estágio) o tímpano à vítima. Deve ser este impacto sonoro em surdez projectada que provoca esta histeria.
Como exemplo máximo da qualidade supina do jornalismo que agora Eduardo Dâmaso abraça profissionalmente, esta primeira página do Correio da Manhã de hoje que se segue à de ontem e repetirá amanhã, é um modelo a ensinar nas madrassas do jornalismo nacional, maxime no Curso da Nova.
A telenovela do CM, assunto quase diário. Lá está a jornalista "pente fino" a passar as notícias pelo buraco da agulha, sempre em registo fino:
E o intervalo para anúncios, deste calibre moral, cheios de estrelinhas negras a tapar vergonhas que lhes confere a tal superioridade intelectual que lhes permite julgar juízes. É um dos alimentos quase diários do jornal...conciliar página a página, lado a lado a informação corajosa que "incomoda" com o apoio à chulice mais desbragada e criminosa.
Um must! Este jornal onde trabalha Eduardo Dâmaso e outros e é um exemplo para as gerações que andam aí a aprender jornalismo:
Isso para nem falar do antigo segundo educador do proletariado, o advogado Garcia Pereira, ex-amigo do falecido Arnaldo Matos que o expôs à comunidade em toda a sua nudez de hipocrisia e desvalor e que escreveu agora este panfleto ignominioso e insultuoso para o visado, em nome da TVI. Garcia Pereira- TVI. Entende-se ou é preciso um desenho mais preciso?
Sobre Garcia Pereira basta dizer que é um exemplo de sensatez ambulante. Um exemplo de moderação, incluindo política de há décadas a esta parte. Um modelo de comportamento moral. Um doido, provavelmente, segundo qualquer psiquiatra amador.
Misturando toda esta mixórdia de comentadeiros de ocasião surge isto como resultado:
Portanto, estamos bem entregues, a esta cambada.
Quanto aos juízes assistem a tudo isto pálidos e inquietos, mas mudos. Comunicam por sinais de fumo entre si, tendo a ASJP escrito aos sócios a dizer o que eu digo. Mas em modo mais soft que não estão para grandes incómodos com o incêndio que lavra às portas de casa. Às tantas querem morrer lá dentro, em sacrifício ritual.
Patético. Olhem para a caricatura do grande desenhador Nuno Saraiva ( sans blague) e matutem no que significa a figura da antonomásia.
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