No outro dia estranhei a ausência de Miguel Sousa Tavares, o komentador de tudo o que mexe, agora na TVI.
Agora há isto:
Era inevitável: Miguel Sousa Tavares não deixou escapar a polémica que envolve o juíz Neto de Moura, humoristas e partidos, tecendo rasgados elogios a Ricardo Araújo Pereira e apontando o dedo ao juíz portuense.
Miguel Sousa Tavares considera que o grande erro do juíz foi confundir a lei com as suas opiniões, tendo, por isso, esquecido que a sua obrigação é “cumprir a lei e não as suas opiniões”.
Crítico dos acórdãos de Neto de Moura, Miguel Sousa Tavares não deixa de sublinhar que toda esta polémica trouxe para a agenda a temática da violência doméstica, mantendo a esperança de que sirva para algo mais que as meras críticas nas redes sociais.
Sobre o processo que o juíz pretende instaurar aos seus críticos, como avançou o Expresso e confirmou o advogado do juíz à TVI, o autor de Equador não tem dúvidas de que “Demonstrando que não há arma mais temível do que o humor inteligente, Ricardo Araújo Pereira enforcou o juiz em praça pública e, por mais processos que ponha às pessoas nada vai compensar: ontem houve dois milhões de pessoas que se riram à custa dele [Neto de Moura] e isso é inultrapassável”.
Portanto sente-se um imenso gáudio em dizer que o juiz Neto de Moura foi crucificado na praça pública! Leis é com Sousa Tavares, desde o célebre episódio dos atestados médicos num tribunal do Trabalho, há uns anos. Mostrou saber de leis como poucos. Por isso dedicou-se a escrever e a komentar assim.
Era muito melhor ter chamado à TVI a ex-mulher de Sousa Tavares, Teresa Caeiro e perguntar-se o que tem a dizer sobre violência doméstica.
Veríamos então quem seria o crucificado...
A TVI, aliás, continua a fazer a folha ao juiz Neto de Moura.
Neste momento ( 21:50) está lá a comentar o amigo de Mário Soares, desfilador na Avenida da Liberdade no tempo da marcha branca contra a pedofilia na Casa Pia, o sinistro Vítor Ramalho, do PS ,a dizer que o juiz vai continuar a julgar processos em que as questões de violência doméstica continuarão sob a sua alçada nas novas funções no Cível.
Temos assim uma fronda contra o juiz, em concreto, a quem já encurralaram como misógino, retrógados e incapaz de julgar casos destes.
Em mais de 40 anos nunca vi uma coisa destas, um assassinato de carácter de um juiz e ainda por cima completamente injusto e baseado em pressupostos errados e preconcentos enviesados por tresleituras das suas decisões. Incrível.
Antes, o apresentador José Eduardo Moniz que parece uma avestruz em palco entreteve-se a desfazer igualmente o juiz, imputando-lhe o mantra de ter citado a Bíblica na sentença, como se tal fosse o crime máximo que um juiz não pode cometer e congratulando-se ainda com os programas de humor que o ofenderam e que afinal foram nada de nada. Mal é o juiz querer processar quem o ofendeu e não pagar custas judiciais por isso. Isso é que incomoda o tal Moniz, cujo currículo profissional enfim, para dizer o menos.
Um assassinato de carácter, de facto. A palerma da jornalista que lá está insiste no tema... e convidou Fernando Rosas ( poderia lá faltar uma abencerragem destas...) e Telmo Correia, o escorregadio deputado do CDS. Todos atinam no mesmo...embora o Telmo desvie o assunto. Típico.
Fernando Rosas, um conhecedor profundo dos tribunais diz abertamente que "na magistratura há uma cultura patriarcal conservadora fortíssima. Este juíz não é o únido que por aí anda..."!
E apela à "formação dos magistrados". Formação...huummm. Pois. Formação segundo os critérios especiais deste patarata.
Repito: convidem a Teresa Caeiro para falar disto.
É o convidas...
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