segunda-feira, novembro 24, 2008

A fogueira

Aqui vai uma acha que dá para arder um bom bocado...neste artigo de Camilo Lourenço, no Jornal de Negócios.
Nele se cita um dos membros mais proeminentes da grande União Cooperativa Nacional.
Ao longo dos anos, tornou-se um problema para a democracia representativa e o seu normal funcionamento, com pesos e contra-pesos. Na realidade, é de um peso-pesado, o que se trata, e quase sempre a pender para um lado: o do poder real e efectivo que a política concede, no domínio dos media. O lado errado, portanto, uma vez que não funciona sempre como contra-poder, antes como eventual apêndice do poder real, de facto, sobre a democracia. O poder dos directores de informação e o conteúdo noticioso, televisivos e dos media em geral, passa por aqui, por este filtro essencial e primordial que escolhe quem vai escolher. A SIC nunca produziria uma reportagem como a que vimos ontem na TVI, sobre a Casa Pia. Nunca. E porquê? Ora...porque a RTP também não.
Nada temos assim, nos media, quem se compare a um director de tipo New York Times, Washington Post, ou Economist.
Como se pode ler, abaixo e permite uma sugestão agora ocorrida: e porque não inquiri-lo sobre estes factos, no Parlamento? Em sede de Inquérito, claro...

"Março de 2001. A revista "Exame", que na altura dirigia, dizia na capa que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao BPN. Dias depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: Dias Loureiro tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente. A conversa com o ex-ministro foi breve... mas elucidativa: Dias Loureiro estava desagradado com o tratamento dado ao BPN; o assunto tinha criado um problema imagem do banco; não havia qualquer problema com o BPN; Oliveira e Costa estava muito "incomodado" com a matéria de capa (para a qual tinha contribuído, com uma entrevista) e pensava processar a revista (como efectivamente aconteceu).Depois da conversa comuniquei a Pinto Balsemão que não tinha ficado esclarecido com as explicações de Dias Loureiro e que, por mim, a "Exame" mantinha o que tinha escrito. O que aconteceu depois é conhecido...Ao ouvir Dias Loureiro na RTP fiquei espantado. Porque o ex-ministro disse que ficara tão preocupado com o artigo que foi, de "motu propriu", ao Banco Central comunicar que a instituição devia estar atenta. Das duas uma: ou Dias Loureiro soube de algo desagradável entre a conversa comigo e a ida ao Banco de Portugal; ou fez "fanfarronice" nessa conversa para esconder os problemas do BPN. Há uma terceira hipótese... Feia. Mas depois do que vi no assunto BPN já nada me espanta!"

6 comentários:

Ritinha disse...

Apanha-se mais depressa um destes que um coxo.

josé disse...

De facto, se a revista dizia na capa que o BdP tinha passado um cãrtão amarelo ao BPN, seria coisa demasiado curiosa, saber a lógica de um responsável pelo BPN, ir ao BdP, supostamente, dizer para lhe dar atenção...

É que já tinha sido dada. A não ser que quisesse maior atenção. Mas assim, fica sem jeito a lógica da conversa telefónica dom o patrão mediático, o nosso Citizen Kane de trazer por casa.

josé disse...

Por outro lado, incomoda-me aquele "de motu propriu". Parece-me romeno...

OSCAR ALHINHOS disse...

Deixemos-nos de tretas e de conversa fiada:

Haja alguém com coragem neste país que crie o tipo de crime de enriquecimento ilegítimo e que todos, INCLUSIVÉ OS POLÍTICOS, venham provar de onde lhes vieram os siansi exteriores de riqueza, quer os que estão em seu nome quer os que estão em nome dos " Sobrinhos ...".
E a seguir, passemos ao tráfico de influências: como é que um funcionário que outrora era um medíocre, subitamente passa a uma inteligência....

O RESTO É CONVERSA FIADA!...

a.leitão disse...

Há coisas que não entendo muito bem.
Hoje no Público, e segundo entrevista de Constâncio a Judite de Sousa, dizia:
"O Governador do Banco de Portugal revelou hoje que Dias Loureiro, na reunião que teve com António Marta, não denunciou nada de concreto quanto às irregularidades cometidas pelo banco."

Para a seguir dizer:
"“Eu não estive lá [na reunião] e não sei. Não ouvi a conversa”, disse Constâncio, revelando que só agora soube dessa reunião, mas também não tinha que saber antes."

Há qualqur coisa que não conjuga.

Karocha disse...

Pois e o Camilo Lourenço foi despedido.
Eu gostava de saber é o que é que ele está a fazer no SLB!
E ninguém fala de Haia...

A obscenidade do jornalismo televisivo