quarta-feira, abril 10, 2013

Fala quem sabe, sobre as PPP...

Expresso online:

O presidente do conselho de administração da Lusoponte, Joaquim Ferreira do Amaral, considerou hoje que as Parcerias Público-Privadas (PPP) "foram um desastre", porque deram a ideia falsa de que "não faltava dinheiro".

Na comissão parlamentar de inquérito às PPP, Ferreira do Amaral defendeu que "as PPP foram um desastre, porque deu a entender que tudo era possível, porque não faltava dinheiro".

"O maior problema é que, no auge das PPP, era difícil falar mal das PPP. Deus me livre falar contra as PPP", declarou, lembrando a satisfação das populações e dos autarcas com o avanço de projectos que eram impossíveis com investimento directo do Estado.

Já em Janeiro, quando foi ouvido na comissão de inquérito na condição de ex-ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral já se havia afirmado "um crítico muito grande" das PPP, defendendo uma "iniciativa legislativa para impedir este tipo de saída".

O antigo governante referiu então que, quando saiu do Governo, em 1995, não havia nenhuma PPP, considerando que este modelo de negócio é "uma tentação irresistível" e "mau para o Estado".



Quem ouve Ferreira do Amaral fica a julgar que o indivíduo nada tem a ver com isto e que por ele as PPP seriam outra coisa. Pois bem: um deputado do PS perguntou-lhe se sabia quanto foi o investimento inicial dos accionistas da Lusoponte na obra concessionada. Não sabia. Disse que eram muitos milhões. O deputado disse-lhe: cerca de 25 milhões e perguntou-se logo a seguir, retoricamente,  se sabia quanto é que os mesmos investidores já tinham ganho em dez anos. Foi rápido nas contas: 100 milhões! E disse ao antigo ministro das obras públicas de Cavaco Silva que a essa gente saía um euromilhões todos os anos...
Ferreira do Amaral fez-se desentendido.

7 comentários:

Floribundus disse...

está fisicamente tão inchado quanto a lusoponte

parecia o monólogo:
«diz o roto ao nu, porque te não vestes tu!»

José Domingos disse...

Este gentalha, parece séria, seria se isto fosse um país, mas não, é uma maçonaria.
Já agora, alguém sabe o que aconteceu ao Dr. Barra da Costa, comentador de tv. Será que foi censurado e tiraram-lhe o pio?

Mentat disse...

Ok!
Ganharam 10 milhões por ano.
Ou seja 40% de lucro anual, em relação ao valor investido.
Mas antes ou depois de impostos?
Quase de certeza que foi antes de impostos.
O que quer dizer que 35% disso foi devolvido ao Estado em IRC, fora IVA, derramas, etc., etc.
Além disso ganhar dinheiro não é crime que eu saiba, roubá-lo é que é.
E se o assunto está mal, o PS esteve no poder muito tempo para impedir isso.
O Ferreira do Amaral deve ter ficado caladinho, porque deve ter vergonha, de não “os ter no sitio” quando foi cena do boicote da ponte, onde eu fiquei 6 horas parado.
A seguir a isso, foi só dar benesses à Lusoponte, para compensar não cumprir o contrato:
- X, porque não podiam aumentar a 25 Abril;
- Y, porque em Agosto tinha que a 25A tinha que ser gratuita;
Mas quem mais benesse deu à Lusoponte foi o Guterrismo.
O Ferreira do Amaral começou a bagunça, mas quem a exponenciou foi o PS.
.

Floribundus disse...

Do Facebook de Nogueira Leite: “Muita conversa por aí. Factos: salários + pensões pagas pelo estado sao mais de 90% do total dos impostos. Com os juros passam dos 105%. Para que Portugal tivesse uma despesa publica comportável sem hipotecar ainda mais o futuro, teriam de desaparecer entre 8 e 9 mil milhões. Esta é a realidade. O resto, de uma forma ou de outra, serão um montão de sacrifícios. Digam o que disserem os comentadores.”

Mentat disse...

Querem ver que a culpa agora é do Passos Coelho?

CE disse...

http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/13842259/2

lusitânea disse...

Evidentemente que quando os empregados dos capitalistas fazem contratos em nome do Estado só podem aparecer "festas" destas.Que pelos vistos ninguém quer corrigir.Mas o que de facto é insustentável é o "Estado Moderno" com licenciados para tudo e nada e aos montes para os quais o país não produz.E como se não bastasse isso ainda se armaram em salvadores do planeta...

A obscenidade do jornalismo televisivo