José Pacheco Pereira escreve sobre si mesmo, no Público de hoje e sobre os comentadores mediáticos, como ele mesmo assume. A epígrafe do artigo diz tudo sobre o propósito: " O meu instrumento é a fúria da razão. É que o engano, o medo e a indecência não podem ser tratados com falinhas mansas".
E porque é que isto diz tudo? Porque JPP não detém o exclusivo do tal instrumento da razão e que afinal "o engano, o medo e a indecência" também lhe poderão ser imputados no mesmo título.
JPP paraleliza-se com Marcelo Rebelo de Sousa e a comparação sai-lhe fraca e em seu desfavor. Marcelo, segundo JPP não representa ninguém do povo a quem se dirige porque toma o ofício de comentar como um "efeito de comunicação" por vezes lúdico e intelectual, irónico, maldoso, punitivo. Ou seja e resumindo, Marcelo não se leva muito a sério, ao contrário de JPP que julga encarnar a voz de uma razão representativa e séria.
Está aqui o principal problema de JPP: julga que o que pensa e diz é fruto de uma seriedade intangível mas segura e firme. Inabalável.
É desta massa que se fazem os ditadores iluminados e se já o sabíamos podemos confirmar uma vez mais: JPP é pior do que Marcelo porque tem uma lição a apresentar e não admite que seja falsa.