A revista K surgiu no panorama nacional no início da década de noventa, pouco depois do aparecimento do Independente e tinha igualmente como director Miguel Esteves Cardoso, então o enfant terrible do jornalismo nacional.
Quando comprei o primeiro número ( e seguintes) fiquei sempre com a sensação de que aquilo não era o desejável e tirando um ou outro artigo nunca li a revista, embora a folheasse. Os artigos eram ( são ) intragáveis, o estilo vagabundo e desgarrado de uma linha, sempre a puxar a um pingarelho imaginário. Aquilo nem sequer chegava aos calcanhares de uma Actuel revisitada nos oitenta e se o modelo fosse o de uma Esquire ou de uma GQ ou de outra qualquer com cheiro americano, ficou sempre muito aquém do standard mínimo. Ao revisitar os números antigos fico sempre com a mesma sensação: deixou muito a desejar e nunca conseguiu sair de um gueto editorial que também nunca me interessou. Mas coleccionei e guardei, para memória futura.
Fica a capa do segundo número da K e a ficha redactorial que explica o motivo dessa frustração. Os nomes não são de gabarito suficiente, apesar de o director, Miguel Esteves Cardoso ainda gozar de um prestígio que lhe conferia uma garantia de qualidade diferenciada da média.

Não obstante essa frustração, o artigo extenso de Vasco Pulido Valente sobre Marcello Caetano foi uma das primeiras tentativas de expôr um pensamento estruturado sobre a figura do regime deposto no 25 de Abril de 1974.
Para o fim de semana ficam treze páginas de um total de 26. Amanhã há mais.