sexta-feira, maio 03, 2013

Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e dos bancos.

Económico:

O membro do Banco Central da Islândia Gylfi Zoega diz que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e dos bancos.

"Temos de ir aos incentivos. Quem ganhou com isto? No meu País eu sei quem puxou os cordelinhos, porque o fizeram e o que fizeram, e Portugal precisa de fazer o mesmo. De analisar porque alguém teve esse incentivo, no Governo e nos bancos, para pedirem tanto emprestado e como se pode solucionar esse problema no futuro", diz o responsável.

A participar nas conferências do Estoril, o economista, que também participou no documentário premiado com um Óscar "Inside Job -- A verdade sobre a crise", disse em entrevista à Agência Lusa que Portugal beneficiou muito de estar no euro nesta altura, porque para além do apoio dos seus parceiros da união monetária, terá de resolver os seus problemas estruturais ao invés de recorrer, como muitas vezes no passado, à desvalorização da moeda.


O islandês que assim fala, sabe do que fala. Em Portugal parece que ninguém está interessado em saber exactamente como é que o endividamento excessivo se processou, concretamente, na segunda metade dos anos 2000.
Ninguém é apenas uma força de expressão. Digamos apenas que nenhum PS está interessado em saber e apontar nomes, o que retira o interesse de quase um milhão de votantes nesse partido. Dos restantes, o PSD também não parece muito interessado em tal tarefa porque se estivesse já o teria feito. Não estava interessado o ministro Relvas antes de chegar ao poder e começar a escolher nomes que lhe interessaram, nem o primeiro ministro Passos Coelho, este por razões obscuras e incompreensíveis a não ser uma, com três letrinhas apenas: bes.

Portanto, temos mais de metade do país político desinteressado em saber essas coisas que para os islandeses foram e são essenciais. Já passaram dois anos e quase nada se adiantou de concreto nesse sentido e o que se adiantou foi através de estudos encomendados e  pagos aos mesmos de sempre que aliás são grandes suspeitos de terem sido instigadores da derrocada que nos atingiu e agora escondem-se por trás dos biombos de um silêncio cúmplice e profundo.
Então quem resta em Portugal para indagar e dar a conhecer concretamente e com documentos e provas visíveis? Ora, quase ninguém.
Os Ferreiras, Carvalhos e Lourenço das tv´s que temos não estão nada, mas mesmo nada interessados em procurar saber, por uma razão já enunciada em postais anteriores: têm pânico em perder o emprego de chefia e passarem a ganhar menos de metade.
 Apesar de tudo há um jornalista, um, tal e qual o aldeão Astérix, isolado na SIC-N e que procura denunciar com quanta força tem a sua indignação, os desmandos e escândalos que os outros preferem não ver. É o José Gomes Ferreira.
Nos jornais, o ritmo já é diferente e atinge menos gente porque quase ninguém lê jornais. O Diário de Notícias já publicou várias reportagens a este propósito e nada aconteceu, porque mais ninguém pegou no assunto. Os económicos servem apenas para que lhes paguem almoços grátis e portanto não vão incomodar Sua Exª Salgado e companhia que tem, evidentemente, que ser chamado à pedra nesta matéria. Publicamente e com repercussão informativa geral.
Poderia tê-lo sido no âmbito das investigações penais a fugas de capitais e impostos, mas o DCIAP não esteve para aí virado e mister Salgado regressou ao remanso da Quinta. Até quando?
Portanto, quem quiser responder àquela questão do islandês pode começar a procurar. Por onde? Pode ser até por aqui. cronologicamente. Segundo creio, neste blog está tudo o que é preciso saber e é público. Só falta saber o que ainda não se sabe e deveria ser o papel dos verdadeiros jornalistas: investigarem e darem conta do que o poder político-económico nos fez nesta última meia dúzia de anos.

Podem começar por perguntar a um atrevido que anda outra vez por aí: Jorge Coelho. Perguntem-lhe que ele sabe. De tudo.


6 comentários:

Vivendi disse...

eheehehe

O José quer fechar a assembleia da república.

O centro do crime organizado em Portugal.

Floribundus disse...

o coelhones disse em tempos:
'está lixado quem se mete com o ps'

JGF e MC são os únicos que podem dizer algo com interesse

deviam seguir as pisadas do 1º Marquês de Pombal e inaugurar um novo 'chão salgado'

como nada disto acontece vamos pagar a factura que o PM apresentou hoje aos contribuintes

bes ou bem estar social?

lusitânea disse...

E os custos da africanização?Desnecessária.Como agora se vê nos bairros sociais multiculturais.Agora dedicados à horticultura de berma de estrada.Em compleneto do Estado Social Internacionalista.E onde curiosamente ninguém "corta".É só acelerar as nacionalizações para ficarmos ricos mais depressa.Quer-se dizer para os reformados pagarem...

lusitânea disse...

Nacionalizarem 170000 em 2 anos é obra.Depois cortam na tropa e nos funcionários.Disseram-me que numa turma da linha de Sintra só havia um branco...tudo por conta do erário claro.

Mentat disse...

"Apesar de tudo há um jornalista, um, tal e qual o aldeão Astérix, isolado na SIC-N e que procura denunciar com quanta força tem a sua indignação, os desmandos e escândalos que os outros preferem não ver. É o José Gomes Ferreira."

Caro José

Esse, de que fala, só deve ter tido acesso à poção, com este novo governo e depois de ver o Sócrates em Paris.
Com o que ele, agora se escandaliza, já eu, que sou um zé-ninguém, sabia há muito tempo.
E nessa altura, não me lembro de o ouvir fazer as suas indignadas criticas.
Só o faz agora, porque o Patrão Balsemão o deixa ou até lhe dá jeito.

O Medina Carreira, concorde-se ou não com ele, continua a ser, para mim, o único comentador com autoridade moral, para AGORA fazer as criticas que lhe apetecer.

Agora que o JGF é mesmo um pregador solitário, ai isso é.
E se o Passos Coelho tiver os ditos e só se for mesmo embora em 2015, e regressar a esquerdalhada ao poder, esse JGF vai ser tão lixado…
.

josé disse...

Bem, de facto não o ouço a falar do BES e dos empréstimos à Impresa, mas isso seria pedir demais porque seria cuspir na sopa.

A obscenidade do jornalismo televisivo