domingo, maio 26, 2013

Citius, altius e maçónicus

InVerbis:

Governo anterior adjudicou à Critical Software um projecto que veio a resultar no Citius Plus, que surgiu em 2011 e estava até ao início desta semana instalado no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, no Tribunal de Trabalho da Figueira e no Tribunal da Re

O Ministério da Justiça desistiu do projecto da empresa Critical Software, a quem pagou meio milhão de euros, para criar mais funcionalidades e tornar mais seguro o sistema informático dos tribunais.

A empresa Critical Software tinha sido contratada pelo anterior Governo, em meados de 2010, por cerca de um milhão de euros, mas o acordo, por ajuste directo, não foi cumprido e o Ministério da Justiça optou pelo trabalho desenvolvido por uma equipa interna, que se demitiu no início do ano.

"A empresa Critical não teve qualquer participação neste projecto", garante o Ministério da Justiça, que, desde terça-feira, optou pela instalação em todos os tribunais de uma versão com novas funcionalidades e melhorada, ao nível da segurança e do desempenho, pela equipa de Coimbra.

Segundo o Ministério da Justiça, após "análise técnica", esta versão, que foi desenvolvida "com recursos internos do Ministério da Justiça", permite "suportar o novo Código de Processo Civil".

Esta análise técnica corroborou as conclusões de uma anterior que o Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ), extinto em 2012, já tinha apresentado à tutela em 2011.


Este assunto dos programas informáticos que gerem os processos nos tribunais tem muito mais que se lhe diga e pelos vistos já há quem o diga, de modo a levantar sérias suspeitas que legitimam a instauração de um inquérito criminal.
A primeira coisa a fazer é saber uma coisa muito simples: quem é quem na Critical Software?  O maçónico José Magalhães, das colunatas no gabinete, deve saber...

ADITAMENTO em 29.5.2013:

A empresa Critical Software, sentindo-se atingida nos seus interesses publicou já um comunicado em modos de "direito de resposta"  à notícia veiculado originalmente pela TSF. Importa publicar aqui, para melhor esclarecimento porque o caso apresenta-se com feição pouco clara. E talvez seja fácil de esclarecer. Aliás, seria sempre esse o caso porque o assunto é requentado e já houve muito tempo para esclarecimentos.

Assim:

"A TSF publicou no dia 26 de maio a notícia «Governo desiste de contrato de informática que custou meio milhão de euros» (Lusa), que suscitou um pedido de direito de resposta da empresa Critical Software.


A TSF transcreve a seguir, e na íntegra, o texto que nos foi enviado:

«A Critical Software tomou ontem, dia 26 de Maio de 2013, conhecimento do artigo publicado nesse mesmo dia por V. Exas., com o título "Governo desiste de contrato de informática nos tribunais que custou meio milhão".

Na sequência do conteúdo do referido artigo, a Critical Software passa a esclarecer:

1. A Critical Software é uma empresa que opera à escala global, fornecendo soluções de software de elevada fiabilidade e disponibilidade que suportam sistemas de informação críticos para o Negócio e/ou Missão de empresas e organismos líderes nos seus mercados. A Critical Software rege a sua atuação pelos mais elevados padrões de qualidade e de ética. Fundada em Portugal em 1998, a Critical Software tem sede em Coimbra, escritórios em Lisboa e Porto e marca presença, através de subsidiárias, em Southampton e Somerset (Reino Unido), Chicago e New Jersey (EUA), São Paulo (Brasil), Maputo (Moçambique), Luanda (Angola) e Singapura. A empresa possui um sistema de gestão de qualidade com certificações CMMI( R ) Level5, ISO 9001:2008 Tick-IT, EN 9100, AQAP 2110 e 2210 (NATO), e implementa também os standards ISO 12207 e ISO 15504 (SPICE), tendo cerca de 80% do seu volume negócios provenientes dos mercados internacionais.

2. A Critical Software foi surpreendida com o teor da notícia, não apenas porque não foi chamada a prestar quaisquer esclarecimentos sobre o mesmo, mas também, e sobretudo, pelo amplo conjunto de informações erradas que contem.

3. O Projecto Citius Plus foi adjudicado pelo Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ) à Critical Software, através de um procedimento de ajuste direto, previsto na lei. O procedimento em questão recebeu o visto do Tribunal de Contas no dia 22 de Junho de 2010.

4. Os objetivos, muito precisos e claros, estabalecidos para o projeto, foram: - Robustecimento da plataforma Citius/Habilus pela migração do seu código (assente em tecnologia obsoleta); - Resolução de bem identificados, e particularmente sérios, problemas de segurança; - Definição de um conjunto de processos e práticas que visavam melhorar a forma de trabalhar da equipa do ITIJ responsável pela plataforma - seguindo as melhores práticas para o efeito.

5. Com tais objetivos em mente, o Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ), entidade extinta em 2012, iniciou o projeto conjuntamente com a Critical Software em Junho de 2010. Este projeto foi completa e cabalmente concretizado, formalmente aceite pelo Ministério da Justiça e, como estava previsto, implementado em alguns tribunais do país. A sua conclusão, e início de utilização do software, ocorreu em 28 de Junho de 2011.
6. A partir de 28 de Junho de 2011, a Critical Software deixou de ter qualquer responsabilidade sobre o referido projeto e suas futuras evoluções, excetuando o estabelecido no normal período de garantia.


7. A Critical Software cumpriu na íntegra e escrupulosamente todas as responsabilidades resultantes do contrato. O seu resultado, aliás, existe e é, portanto, passível de escrutínio objetivo e rigoroso.

8. O relatório de auditoria, mencionado no artigo, foi um documento produzido pela equipa que tinha desenvolvido, anteriormente, a solução que este projeto visava substituir. O relatório foi extensamente analisado e discutido com o Conselho Diretivo do ITIJ. Todas as dúvidas foram esclarecidas e as críticas foram respondidas, tendo nessa sequência o projeto sido aceite.

9. A Critical Software não pode por isso responder ou prestar quaisquer esclarecimentos relacionados com a evolução do projeto posteriores a 28 de Junho de 2011, data a partir da qual deixou de ter qualquer responsabilidade em relação ao referido projeto.

10. Mais esclarece a Critical Software que não recebeu qualquer adjudicação por parte do Ministério da Justiça depois de dia 28 de Junho de 2011. A eventual adjudicação de 70.000euro referida no artigo não tem qualquer relação, direta ou indireta, com a Critical Software. Também não existiu qualquer recuo na adjudicação deste projeto, que foi cumprido e entregue dentro do prazo estipulado (Junho 2010- Junho 2011), tendo o valor pelo qual foi adjudicado sido integralmente pago à Critical Software, pelo que as afirmações constantes do referido artigo são falsas».

O problema que aqui coloco neste texto é o seguinte:
Começo por citar a própria empresa ao dizer que "a Critical Software rege a sua atuação pelos mais elevados padrões de qualidade e de ética". Vamos nessa...e então, tendo em conta que "o Projecto Citius Plus foi adjudicado pelo Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ) à Critical Software, através de um procedimento de ajuste direto, previsto na lei", digam por favor quem negociou directamente ( os nomes dos negociantes, concretos) e como foi ajustado o preço. De resto gostaríamos de saber " quem é quem" na Critical Software.
Concretamente, José Magalhães ou alguém ao mesmo ligado, pessoal ou profissionalmente, desempenhou algum papel no assunto?

Perguntar não ofende, se as respostas puderem ser dadas correcta e claramente.



7 comentários:

Floribundus disse...

para muitos as colunas J e B
pertencem a uma marca de 'visqui'.

há por aí histórias de sociais-fascistas 'envergonhados',
mas sem vergonha na cara

como nas olimpíadas vão sempre mais alto e mais além do que deviam

lusitânea disse...

O Magalhães já terá passado à clandestinidade?Algures no interior da zona protegida da Arrábida?Um verdadeiro salvador do planeta mas por nossa conta...

josé disse...

Na Arrábida já não tem a moradia clandestina, mandada demolir por iniciativa do MºPº.

Por aqui se explica também a raiva que tinha à magistratura.

Mani Pulite disse...

Sabe tão bem que já chegou aos Brasis....

MC disse...

Direito de resposta da Critical Software (1/2)

A TSF publicou no dia 26 de maio a notícia «Governo desiste de contrato de informática que custou meio milhão de euros» (Lusa), que suscitou um pedido de direito de resposta da empresa Critical Software.
A TSF transcreve a seguir, e na íntegra, o texto que nos foi enviado:
«A Critical Software tomou ontem, dia 26 de Maio de 2013, conhecimento do artigo publicado nesse mesmo dia por V. Exas., com o título "Governo desiste de contrato de informática nos tribunais que custou meio milhão".
Na sequência do conteúdo do referido artigo, a Critical Software passa a esclarecer:
1. A Critical Software é uma empresa que opera à escala global, fornecendo soluções de software de elevada fiabilidade e disponibilidade que suportam sistemas de informação críticos para o Negócio e/ou Missão de empresas e organismos líderes nos seus mercados. A Critical Software rege a sua atuação pelos mais elevados padrões de qualidade e de ética. Fundada em Portugal em 1998, a Critical Software tem sede em Coimbra, escritórios em Lisboa e Porto e marca presença, através de subsidiárias, em Southampton e Somerset (Reino Unido), Chicago e New Jersey (EUA), São Paulo (Brasil), Maputo (Moçambique), Luanda (Angola) e Singapura. A empresa possui um sistema de gestão de qualidade com certificações CMMI( R ) Level5, ISO 9001:2008 Tick-IT, EN 9100, AQAP 2110 e 2210 (NATO), e implementa também os standards ISO 12207 e ISO 15504 (SPICE), tendo cerca de 80% do seu volume negócios provenientes dos mercados internacionais.
2. A Critical Software foi surpreendida com o teor da notícia, não apenas porque não foi chamada a prestar quaisquer esclarecimentos sobre o mesmo, mas também, e sobretudo, pelo amplo conjunto de informações erradas que contem.
3. O Projecto Citius Plus foi adjudicado pelo Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ) à Critical Software, através de um procedimento de ajuste direto, previsto na lei. O procedimento em questão recebeu o visto do Tribunal de Contas no dia 22 de Junho de 2010.
4. Os objetivos, muito precisos e claros, estabalecidos para o projeto, foram: - Robustecimento da plataforma Citius/Habilus pela migração do seu código (assente em tecnologia obsoleta); - Resolução de bem identificados, e particularmente sérios, problemas de segurança; - Definição de um conjunto de processos e práticas que visavam melhorar a forma de trabalhar da equipa do ITIJ responsável pela plataforma - seguindo as melhores práticas para o efeito.
5. Com tais objetivos em mente, o Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ), entidade extinta em 2012, iniciou o projeto conjuntamente com a Critical Software em Junho de 2010. Este projeto foi completa e cabalmente concretizado, formalmente aceite pelo Ministério da Justiça e, como estava previsto, implementado em alguns tribunais do país. A sua conclusão, e início de utilização do software, ocorreu em 28 de Junho de 2011.

via TSF (http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3243902&page=-1)

MC disse...

Direito de resposta da Critical Software (2/2)

6. A partir de 28 de Junho de 2011, a Critical Software deixou de ter qualquer responsabilidade sobre o referido projeto e suas futuras evoluções, excetuando o estabelecido no normal período de garantia.
7. A Critical Software cumpriu na íntegra e escrupulosamente todas as responsabilidades resultantes do contrato. O seu resultado, aliás, existe e é, portanto, passível de escrutínio objetivo e rigoroso.
8. O relatório de auditoria, mencionado no artigo, foi um documento produzido pela equipa que tinha desenvolvido, anteriormente, a solução que este projeto visava substituir. O relatório foi extensamente analisado e discutido com o Conselho Diretivo do ITIJ. Todas as dúvidas foram esclarecidas e as críticas foram respondidas, tendo nessa sequência o projeto sido aceite.
9. A Critical Software não pode por isso responder ou prestar quaisquer esclarecimentos relacionados com a evolução do projeto posteriores a 28 de Junho de 2011, data a partir da qual deixou de ter qualquer responsabilidade em relação ao referido projeto.
10. Mais esclarece a Critical Software que não recebeu qualquer adjudicação por parte do Ministério da Justiça depois de dia 28 de Junho de 2011. A eventual adjudicação de 70.000euro referida no artigo não tem qualquer relação, direta ou indireta, com a Critical Software. Também não existiu qualquer recuo na adjudicação deste projeto, que foi cumprido e entregue dentro do prazo estipulado (Junho 2010- Junho 2011), tendo o valor pelo qual foi adjudicado sido integralmente pago à Critical Software, pelo que as afirmações constantes do referido artigo são falsas»

via TSF (http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3243902&page=-1)

Floribundus disse...

importa conhecer as respostas às suas perguntas
o resto é 'conversa fiada'

O Público activista e relapso