domingo, maio 12, 2013

O fado do futebol nacional: nossa senhora de Fátima!

Antes de 25 de Abril de 1974, dizem os antifassistas de hoje,   era um horror de obscurantismo e miséria. Dizem, escrevem e ensinam nas escolas às crianças de hoje. O futebol aliado ao fado e com Fátima em fundo eram a trilogia sagrada da "alienação" completa do povo que assim era mantido na ignorância do marxismo-leninismo, luz e farol da Terra da libertação dos oprimidos do jugo do imperialismo, fassismo e  burguesia. O discurso era este, embora por outras palavras que a Censura não permitia estas alarvidades escritas em letra de forma.
No diário República, dirigido pelo maçónico Raul Rego, fundado do PS, no número especial de 31 de Dezembro de 1973 fazia-se uma resenha do ano desportivo. Assim,  é ler o apontamento do comunista estalinista Castrim, casado depois com Alice Vieira e a quem Vera Lagoa chamava "koxinho das estepes". Para o comunista-cronista diário do Diário de Lisboa estava tudo mal no desporto nacional:

 E como era o desporto futeboleiro nacional tratado nos media de larga circulação,  logo em 1966, quando Salazar ainda tinha noção de quem era? Assim, como mostra o Século Ilustrado de 30 de Abril de 1966, praticamente na mesma altura da época que hoje. Duas páginas singelas, com fotos e era geralmente todo o destaque que era dado ao futebol. Nas décadas anteriores tinha havido a revista Stadium, com imagens fotográficas fantásticas ( lembro-me de  folhear no início dos sessenta, números antigos que o meu pai tinha guardados ) das jogadas mais emociantes dos jogos de futebol. Em 1966 era mais ou menos assim:

Em 12 de Maio de 1967 ( faz hoje 46 anos) a revista Flama publicou este número que é bem um exemplo do que era o dito do nacional-esquerdismo ambiente: Fátima, Fado e Futebol encontravam nesse número, concentrados exemplificativos do fenómeno.

Em primeiro lugar a capa aludia à vista do então Papa Paulo VI, a Fátima, por ocasião do cinquentenário das aparições.  Larga reportagem fotográfica sobre a vista.
Estas duas páginas dão um "apanhado" interessante do modo como era tratado o fenómeno "Fátima", mesmo pela Igreja e que contrasta e desmente o que o nacional-esquerdismo dos rosas e flunseres escrevem habitualmente para enganar papalvos.  É ler...

E sobre o Fado da trilogia? Ora, Amália e não só, era motivo de notícia no mesmo número. Espectáculos no Olympia e até um jovem Vítor de Sousa ( depois convertido ao nacional-esquerdismo) dava ar da graça...



Sobre o Futebol o menu era de facto mais completo, até porque se estava no fim do campeonato. Era assim, com o Barreirense em destaque:

Mas não só. Também o grande Eusébio teve honras de duas páginas sobre um comportamento digno de um Cantona, décadas depois...e só apetece dizer que se fosse hoje, Eusébio nunca teria a estátua no recinto da Luz. E aposto que esta foto não consta do museu do estádio do "glorioso". Isso era certo, mas então o senso comum era outro. Nestas como noutras matérias. Hoje, o sentido politicamente correcto não permitiria que Eusébio se safasse apenas com um comentário de bom senso.




Por exemplo, no mesmíssimo número dessa revista apareciam duas páginas sobre uma instituição da época que o nacional-esquerdismo estuporou em dois tempos a 11 de Março de 1975 e hoje gostaria de voltar a fazer o mesmo se pudesse e houvesse mais cufs. Como não há, o bolchevista Arménio mais o comparsa Jerónimo, electricista de folga há décadas, lembram-se apenas do Marques dos Santos, do Belmiro e do Amorim como ovelhas negras da sociedade portuguesa que  preferem.

E ainda no mesmo número que hoje faz 46 anos, do tempo de Salazar, aparece este artigo muito, mas mesmo muito interessante sobre o ensino universitário em Portugal e comparado com outros países...é ler para desfazer mitos do nacional-esquerdismo:


Portanto, para desfazer mitos bacocos do nacional-esquerdismo continuemos para mostrar outras imagens do Futebol antes de 25 de Abril de 1974.
Por exemplo, em 1968,o Benfica era capa da Flama de 17 de Maio desse ano. Era o tempo em que no Porto apenas se trabalhava e Pinto da Costa ainda andava a vender candeeiros.




 O Século Ilustrado de 22. 2 1969

 A Flama de 8 de Janeiro de 1971 volta ao Benfica, com um Artur Jorge que fora da Académica...

É deste Benfica que um Mexia tem saudades e quer que ganhe para dar incremento ao PIB...

E os jornais diários, como tratavam o futebol? Com duas páginas no máximo e muito menos espavento que hoje em dia. Por exemplo, o Diário Popular de 31 de Dezembro de 1971, um Domingo :

O Diário de Lisboa, reduto do nacional-esquerdismo já na época, era mais sucinto nas notícias do desporto-rei. No número de 16 de Outubro de 1972, uma Segunda-Feira:

E no dia 2 de Dezembro de 1973, um Domingo, o Diário de Lisboa, outra vez, por ocasião de um clássico ( ou será um derby?):


E na televisão, como era? "Se bem me lembro" ( e o Século Ilustrado de 14 de Fevereiro de 1970 ajuda)  era assim: vinte minutinhos, ao Domingo. E era tudo...



Mas não é tudo, nacionais-esquerdistas de todos os matizes: tenham vergonha quando falarem dos três "fff". Lembrem-se que quem "alienou" o povo, fostes vós. Vós mesmo.

Questuber! Mais um escândalo!