António José Saraiva, um intelectual de quem Eduardo Lourenço ( é só para o tornar insuspeito porque Lourenço é o intelectual do livro O fascismo nunca existiu, com um "x" a enganar para dizer que sim...) dizia ser "durante meio século. uma referência-chave da cultura portuguesa" e José Mattoso considerava "um dos espíritos mais fascinantes da cultura portuguesa" deu em 1982 uma entrevista ao jornal O País.
Vale a pena ler por causa da noção que o mesmo tinha do comunismo e do PCP em particular. O PCP continua o mesmo de então e o estratagema para conseguir aceder ao poder ( autarquias e lugares na A.R) a mesmíssima de sempre com tácticas aprimoradas de mudança de linguarejar. Em vez da cassete, já gravam em mp3...mas é sempre o mesmo discurso bolorento e fossilizado. O BE, esse, ainda é pior mas todos os media acham que não. Que tristeza de país!
Destaco uma passagem:
"E quando Salazar fez consagrar na Constituição de 1933 o princípio do equilíbrio orçamental, estava simplesmente a defender algo que hoje vemos ser elementar: que o país não pode endividar-se, da mesma forma que um homem pobre não o pode fazer. Só os ricos podem ter dívidas!"
Esta sabedoria do senso comum não fez eco nos lugares de poder nos anos oitenta e seguintes. Em 1982, escassa meia dúzia de anos do pós-Prec, o discurso cavaquista e depois soarista e a seguir outra vez cavaquista e mais uma vez soarista-guterrista e ainda por último, inenarrável, nunca foi esse. O discurso que prevaleceu foi o de gastar sempre acima das possibilidades porque éramos e somos pobres, mas queríamos fazer figura de ricos. Os exemplos do devorismo e do novo-riquismo são às dúzias nessa fauna política. Dias Loureiros, Jorges Coelhos, Proenças de Carvalhos etc. etc...é só escolher.
Quem gastou e quem teve essa noção errada de Economia e Desenvolvimento , quem tendo responsabilidades políticas de relevo não quis ou não soube impor um modelo correcto, é o responsável directo pela nova bancarrota em que o país se encontra. O mais recente exemplo inenarrável é...Paulo Portas. Um líder que nos vai afundar ainda mais, tal como os demagogos de feira. E sem vergonha, porque o caso dos submarinos devia ser suficiente para o afastar de vez da política. Os jornalistas e media em geral, esses, continuam sempre como dantes: não percebem. não querem perceber e vão atrás dos flautistas panúrgicos que aparecem.
Que miséria!