quarta-feira, julho 03, 2013

Mário Soares, o pai da primeira bancarrota e padrinho da segunda.

Em 16 de Setembro de 1976 Mário Soares era o primeiro-ministro de um primeiro governo constitucional. Portugal estava na bancarrota iminente por causa das aventuras políticas da Esquerda, a maior parte com aval socialista de Mário Soares. Um pouco mais de dois anos antes, com Marcello Caetano, tínhamos uma balança de pagamentos equilibrada. Depois, foi logo o descalabro e as causas eram conhecidas: diminuição da produtividade ( apesar da "batalha da produção", incentivada pelo PCP e sem greves porque eram criminosas e a Inter não se atrevia a desobedecer) e aumento do consumo, com aumentos salariais significativos ( tal como hoje, a Esquerda acha sempre que "o dinheiro aparece").

Mário Soares, tendo Medina Carreira como ministro das Finanças sabia que andávamos a viver acima das possibilidades e dizia-o então, abertamente e sem complexos, como se escreve neste artigo da Opção de 16.9.76. Os argumentos do articulista ( Bettencourt Resendes, um apoiante de Soares, já falecido) são exactamente os mesmos de agora...

 Poder-se-ia pensar que Mário Soares aprendera com a experiência governativa de 1976, mas infelizmente não está na sua capacidade, isso de aprender depressa os fenómenos económicos porque só se formou em...política, ou seja na arte de conquistar e conservar o poder a todo o custo democrático.

Assim, ainda que durante alguns anos fizesse uma cura de jejum governativo, em 1984 já lá estava outra vez, impante de palavreado oco e ideias vazias a não ser a de socialismo democrático, liberdade, tolerância e pouco mais que para o indivíduo que anda por aí a disparar em todas as direcções para o governo, é tudo o que um político precisa para governar.

Entretanto a Economia sobrevivera com empréstimos externos, como agora e a dívida pública atingira números estratosféricos. como agora. A partir de 1978, a dívida pública atingira mais de 50% do PIB. E que fazia então Soares?
Nada como agora, a não ser manter o paleio oco e as ideias vazias. E por isso teve que chamar outra vez o FMI.

o Jornal de 13 de Janeiro de 1984 conta como foi.

E o que fazia Cavaco Silva nessa época, depois de ter sido governante na AD? Era director do Gabinete de Estudos do Banco de Portugal. E sabia o que se passava porque em 19 de Dezembro de 1983 disse-o num colóquio da APE, publicado pelo O Jornal em 6 de Janeiro de 1984. Até sabia como nasciam os "buracos" e a Assembleia da República era sistematicamente enganada.
Ainda assinm, sabendo tantas coisas, quando se processou a revisão da "carta de intenções" com o FMI ( coisa que para Soares era chinesice) não pôde estar presente. Tinha gripe e acabou por ir a sua colega Teodora Cardoso. Está documentado num jornal que tenho por cá e que coloco se alguém duvidar...





10 comentários:

Floribundus disse...

lamento que nas primeiras 10 semanas de gestação as Mães dos profissionais não tivesse decidido abortar.

tinha sido um alívio para os contribuintes

como sempre ouvi com prazer Medina Carreira falar da terapêutica a aplicar a um estado falido ad aeternam

naoseiquenome usar disse...

E??? !!! No contexto actual, de contorcionismo político execrável de políticos profissionais das Jotas sem espinha dorsal???!!

lusitânea disse...

Entretanto o Estado Social Internacionalista mantém-se.Isso e a nossa colonização salvadora...
Não parem isso e vão continuar escravos...

Kaiser Soze disse...

Há algo que pulula neste blog com bastante razão e que é nesta altura que deve ser enaltecido, sublinhado e propagandeado (ainda que o termo propaganda não me agrade mas...):
As pessoas esqueceram-se o que é o Comunismo.

Já ouço com uma frequência preocupante que não interessa quem vem desde que faça melhor, mesmo que sejam Comunistas!
Concordo com a afirmação mas nunca seriam melhores os Comunistas.

As pessoas não sabem que os Comunistas fazem as greves mas proíbem-nas quando mandam;
As pessoas não sabem que a polícia Comunista será incomparavelmente pior que a temida PIDE (uma associação de benfeitores quando comparada com os repressores comunistas);
As pessoas não sabem que estes gajos que por cá andam são iguais aos Chineses...ou pior porque ainda nem o capitalismo entendem.

Kaiser Soze disse...

Ontem entrei em tal estado de irritação com o "nem que sejam os Comunistas" que, apesar de não possuir nem o conhecimento enciclopédico necessário nem os documentos que por aqui se encontram, contei dois episódios para que se entenda quem são estas bestas:

1) Depois do massacre de Tiananmen, num discurso dado nesses encontros "democráticos", Cunhal afirmou veementemente que o regime Chinês devia ser defendido a qualquer custo porque era o baluarte comunista!
Cunhal, esse herói nacional! Um herói que me amedrontaria num dia de nevoeiro.
2) Quando Liu Xiaobo ganhou o Nóbel da paz, os Comunistas (este mesmo Jerónimo mumificado) entendeu e expressou claramente que isto era uma ofensa ao Governo Chinês e um ataque do mundo capitalista.

As pessoas a quem contei isto desconheciam o primeiro facto porque é, de facto, antigo mas desconheciam também o segundo que tem menos de meia dúzia de anos.

As pessoas esquecem-se e é preciso lembrá-las antes que o vivam.

lusitânea disse...

E deviam ser lembradas de que os comunistas passaram a vidinha a fazer o jogo de Moscovo traindo no 25 pelo menos um milhão de Portugueses que havia em África.E a maioria nunca foi "colonialista".Eram operários, agricultores, pintores enfim pessoas que preferiram ir fazer pela vida naquilo que era "nosso" a ir lavar pratos para França.Pois quer os comunistas de cá quer os de lá por eles formados fizeram tábua raza neesa coisa internacionalista da "fraternidade entrepovos" e expulsaram toda a gente só para lhes ficarem com as propriedades, muitas das vezes compradas com o dinheiro metropolitano.E depois esses comunistas querrearam-se entre eles e fuzilaram cerca de 100000 pessoas das suas fileiras.Até o fugido Costa Martins esteve para ser.E a Cita Vales aquela monhé que por cá foi camarada do Costa de Lisboa até foi.Quando os ouço a pfalar em "patriótico" foco logo com pele de galinha...uns vendidos de merda que só querem o seu, as suas dachas e escravizar o resto como se vê pela "nova política" de agora nos andarem a colonizar com os africanos que nos expulsaram e com subsídios da segurança social...e já são 1000000.Percebem porque é que o Estado Social não pode ser posto em causa?Um milhão passava fome...

muja disse...

Estava para escrever que faria o papel do lusitânea nesta, mas ele adiantou-se!

Depois, foi logo o descalabro e as causas eram conhecidas: diminuição da produtividade ( apesar da "batalha da produção", incentivada pelo PCP e sem greves porque eram criminosas e a Inter não se atrevia a desobedecer) e aumento do consumo, com aumentos salariais significativos ( tal como hoje, a Esquerda acha sempre que "o dinheiro aparece").

Falta a descolonização. Milhões de contos (e posso pôr aqui os números, porque estão no livro da Alexandra Marques) foram enviados da Metrópole para Angola, para nada mais que andar a pagar e a remendar o prejuízo que a guerra imediata entre os três ML logo começou a causar.
Ele era transporte aéreo de tropas dos ML daqui para ali e de ali para acolá, era pagar salários às Forças Integradas, evacuar os feridos e mortos (portugueses, angolanos, brancos e pretos) que os selvagens (não há como descrevê-los de outra forma, porque o que faziam também se não pode chamar senão selvajaria) causavam. Basicamente, os ML pilhavam, assaltavam, estropiavam, matavam e a Metrópole a pagar...

Isto para não falar no inúmero material de guerra, de viaturas a armas e munições roubados ou cedidos pelas FAP aos ML que os matavam; nas bases militares e fortes (muitos de elevado valor patrimonial histórico) cedidos para os ML instalarem os seus selvagens.
Ainda a acrescentar ao dinheiro que, aberta ou veladamente, fluiu da Metrópole para o MPLA, com vista a assegurar a vitória das forças progressistas (alinhadas com o MFA) e nos meios locais das FAP que muitas vezes foram usados para benefício exclusivo do MPLA em violação do acordo do Alvor (não que houvesse alguma coisa para violar desde logo, mas pronto).

E no meio disto as populações a serem depredadas e massacradas, sem que se levantasse um dedo para o evitar. É absolutamente vergonhoso. Aquele livro é uma colecção de páginas atrás de páginas de infâmias.
Da recusa de eleições e a opção por um regime de partido único (assim mesmo, porque a democracia pluri-partidária - pelos vistos sempre há outras - era inviável em África - em Portugal já não) até à recusa do apelo à ONU (para não afectar o prestígio de Portugal, ou uma qualquer outra nojenta justificação que para lá se dá) quando o Governo português e MFA há muito sabiam que a situação era incontrolável de todo e as pessoas estavam a morrer, acho que nunca li coisa mais repugnante na minha vida, palavra de honra...

Chegou-se ao cúmulo de os portugueses se verem forçados a desfilar na rua a pedir auxílio - evacuação de suas mulheres e filhos! ao que se chegou... - aos consulados americano e brasileiro, porque do seu próprio país não recebiam senão conivência com o crime que lhes era cometido...

Tudo isto, mai-los orgãos de fantochada - Alto-Comissário, Comissão de Descolonização, etc - pago pelo contribuinte português! Os portugueses metropolitanos estiveram (ainda estão?) a pagar para que os seus compatriotas ultramarinos - brancos, pretos, mestiços, monhés, todos - fossem roubados, espancados, violados, torturados e massacrados.

Falta acrescentar isto à conta. E falta pagar-se e cobrar-se a quem o deve. Até lá, por mais verniz democrático com que o tentem cobrir, Portugal estará coberto de infâmia e essas pessoas do sangue de milhares de compatriotas inocentes.

Carlos disse...

Tenham paciência, mas hoje deu-me para isto:

Este país...

Este país, não suportou o Salazar nem o Caetano;
este país, ganhou uma democracia no "euromilhões",
este país, é um jogo sobre qualquer pano;
este país, é uma coutada para os ladrões.
Este país, é um imenso mar onde poucos sabem nadar;
este país é sol, paisagem e muita vilanagem;
este país, não tem gente nem coisa como tal;
este pais...diz ser PORTUGAL.

Carlos

Anónimo disse...

Obrigado, caro José. Aproveitei um pedacinho do seu texto para mostrar noutro blogue as cabalas que se inventam sobre Mário Soares. Uma delas é a sua culpabilidade na primeira vinda do FMI. O seu governo tomou posse em julho de 1976 e em setembro, como explica o José neste post, começou a negociação com o FMI, era Medina Carreira (MC) ministro das Finanças. Ou seja, segundo o boato, Soares provocou o descalabro económico e financeiro num simples mês: agosto! MC explica numa entrevista as razões da crise política económica e política a que se acrescenta a integração de quase um milhão de retornados.
Depois foi a vinda do FMI em 1983. Ora Soares tomou posse em junho e começaram quase imediatamente as negociações. Ou seja, Soares tomou posse, provocou a crise nesse mesmo dia e chamou imediatamente o FMI. A AD, por seu lado, tinha governado impecavelmente até junho de 1983 e deixou os cofres cheios.
Estes mitos são dececionantes por aquilo que demonstram da natureza humana. Já agora, queria lembrar o José que alguns textos que tem por aqui no blogue, como aquele da Clara Ferreira Alves que arrasa Soares, foi desmentido há anos pela própria jornalista nas páginas do Expresso, na internet. Renovo o meu obrigado.

Pedro Silva disse...

Permita-me que lhe diga - Ignorante e mentiroso.
É o que o autor deste texto tendencioso diz.
Efetivamente, Mário Soares pediu o auxilio do FMI em 78 e 83 mas basta consultar o site do FMI e ver as razões de tais auxilios, nomeadamente fatores externos.
Mas já agora, vamos à política.
A primeira ajuda deveu-se grande parte ao choque petrolífero e foi solicitada num governo PS/CDS. Sim, a tal direita estava bem representada nesse pedido.
A segunda ajuda foi pedida 2 meses após Mário Soares ter tomado posse e depois de 3 anos de governos de Sá Carneiro e Balsemão, num governo do Bloco Central com esses "socialistas" chamados Mota Pinto, João Deus Pinheiro, Ferreira Amaral, Carlos Melancia, António Capucho.
Dizer que a culpa é dos Socialistas é tudo muito bonito, mas saber a realidade e assumi-la é de facto mais dificil.

O Público activista e relapso