Em Agosto de 1981 a crise política estava, como hoje, instalada em Portugal. O FMI continuava a "ajudar" Portugal e o presidente do PSD era Pinto Balsemão. A Constituição era a mesma de 1976, com a proclamação solene de que caminhávamos para a "sociedade sem classes" e as nacionalizações eram "irreversíveis". Mário Soares e o PS, depois do banho eleitoral do ano anterior estavam a banhos. Começava-se a falar de Cavaco Silva mas o "pogresso" ainda demoraria uma boa dúzia de anos. Pelo meio ficou a experiência do Bloco Central dos interesses instalados e basta ver o que sucedeu com o primeiro governo de bloco central, precisamente o IX chefiado por Mário Soares em tandem com Mota Pinto e com os do costume no sítio de sempre. Machetes e companhia, claro está.
Ainda assim, Portugal nessa altura era um país em que os jovens poderiam ter alguma esperança. E hoje?
O Expresso de 15 de Agosto de 1981 é um pequeno espelho dessa realidade e do que nos viria a oferecer o futuro de então.Até no conteúdo das declarações de Mota Pinto: "chefia do governo", moi? "Não sei nada"...dali a dois anos era vice-primeiro ministro, com son ami, o desmemoriado de agora, também um pouco atoleimado. Já deve andar pelo Vau, como na época. Há uns que desaparecem e faziam muita falta; outros que permanecem e fazem tanta falta como uma viola em enterro.
Só como legenda: a imagem que mostra, à esquerda, Cavaco Silva tem também o acompanhante Morais Leitão. Isto foi há um pouco mais de trinta anos. Morais Leitão, tal como Vieira de Almeida, tal como Galvão Teles, tal como Júdice, tal como Proença de Carvalho, dedicaram-se todos à pesca...perdão, à advocacia.
Uma advocacia de negócios, com firmas que empregam dezenas de advogados e volume de negócios em que o Estado é parte importante.
Não haverá alguém que explique este fenómeno? Ou será que se explica por si?
Então uma pergunta: no tempo de Marcello Caetano isto seria possível? Não, não é por ter sido no tempo do fassismo. É por outro motivo...
11 comentários:
Creio que foi por esta altura, que apareceu um social democrata, a cantar loas ao cavaco silva, como que a empurra-lo, porque na altura era um desconhecido. O jornal era "O Tempo" e o rapaz dos fretes era o paulo portas. as voltas que a vida dá.
Cumprimentos.
há reuniões de 'faz de conta'
donde sairá um acordo semelhante ao de PPC-PP.
já há cenas de canibalismo no ps, psd e cds
Adorava ler essas prosas do Portas a elogiar o que seria mais tarde tratado carinhosamente por Dr. Cavaco:
http://4.bp.blogspot.com/-IbNom1_DwG0/Td7J4RY24BI/AAAAAAAADSI/K6prndZya38/s1600/5%2Bde%2Bmaio%2Bde%2B1995%2Bpaulo%2Bportas%2Bcavaco.JPG
O que me chateia é que as gajas boas andam todas pelo BE.
Se não fosse isso, nem saberia quem eram os inergumenos comunistas.
É natural- o BE é um clube para barbies (de ambos os géneros).
"Tenho a certeza de que não vai haver acordo entre PS e a direita do Governo, porque isso ia criar uma cisão no PS e só iria beneficiar o PCP". Mário Soares dixit
Um momento de lucidez que, infelizmente, não teve por génese a preocupação com o País mas sim a costumeira tachice partidária.
Acho o mesmo. Não sei se feliz ou infelizmente.
O ex-líder da seita de Macau "14 K" (quilates) Wan Kuok Koi - mais conhecido por "Dente Partido" - afirmou ter dado cerca de 100 milhões de patacas (9,5 milhões de euros) a governantes portugueses, em entrevista à revista Next.
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3329549&seccao=%C1sia&page=-1
O Mário Soares e o Manuel Alegre juram de mãos dadas que vão entregar o cartão de militante se o Tó-Zero aceitar o compromisso de salvação nacional...
:)
nas próximas duas semanas não tenho net no Alto Douro
entretanto a 'oeste nada de novo'
'adeus e até ao meu regresso'
"nem saberia quem eram os inergumenos comunistas".
Nem eu.
Lixo.
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