Para limpar o ar político do cheirete a Machete coloco mais umas páginas do livro de Marcello Caetano, Minhas Memórias de Salazar. As páginas são sobre o fascismo, epíteto que pegou de estaca nos media e ambiente geral para classificar o regime de Salazar e Caetano, indistintamente. Até ficou na Constituição de 1976, por obra e graça dos comunistas com apoio tácito dos socialistas e social-democratas tendência Machete.
Evidentemente que pouco ou nada adianta pregar ao vento sobre as razões e o fundamento do regime de Salazar, vindo da Ditadura que se seguiu à balbúrdia e desordem da I República, de tal ordem que até os da Seara Nova ansiavam por essa supressão da Democracia. Nada adianta dizer aos Rosas&Pereira que o fascismo é outra coisa que não o regime de Salazar. Nada adianta.
Marcello classificava Rolão Preto, o autêntico fascista nacional, como um "pobre diabo que um momento de popularidade transtornou para o resto da vida"...
Em bónus, mais umas páginas do opúsculo Estado Novo. Sobre a política económica e os fundamentos da mesma. A Junta Autónoma de Estradas que João Cravinho ( um dos maiores bluffs nacionais) arrasou, para dar lugar a uma junta de ladroagem espalhada pelos beneficiários das PPP´s, foi criada em 1927. Era uma entidade pública que o comunismo actual devia apreciar...
8 comentários:
A Rolão Preto pregou o irmão do dr. Tertuliano uma medalha ao peito pela luta anti-... -- Ia dizer fascista, mas lá está, não faz sentido.
Cumpts.
http://portugaldospequeninos.blogs.sapo.pt/3440688.html
Fiquei com curiosidade quando, numa conversa entre Mário Crespo e Maria João Avillez na sicn (onde esta "analisou" um a um os escolhidos para o novo Governo, não se poupando em acrisolados "elogios" aos recém chegados: um era "sage", outro um "desequilibrado emocional" mas com muito a dar à pátria, um terceiro que sabe "da vida" como ninguém e um quarto de que não retive o delíquio) foi mencionado um trabalho do hebdomadário Expresso, de Abril de 1992, de que Avillez, apesar de à altura colaborar com o dito jornal, não se recordava. Fui pesquisar, dado o meu apreço pela memorabilia jornalística em papel. E encontrei os vestígios que reproduzo. Basta dar um toque nas imagens para ampliar e ler.
Este texto do Caetano é muito bom.
Acabei de dar uma vista de olhos no texto da moção de confiança a apresentar.
Num momento destes, é apenas mais um exercício de retótica absolutamente vazio e inconsequente.
Não sei qual dos novos ministros é sage mas não deve ter participado nisto.
Permita que um analfabeto como eu acrescente umas coisas:
1- Rolão Preto nunca foi fascista nenhum: http://ftradicional.blogspot.pt/2012/11/recensao-antonio-jose-de-brito-ensaios.html
Marcelo Caetano não se lembra dos fascistas dos anos '60 e '70? Precisa de ir buscar Rolão Preto porquê?
2- Quanto a Salazar ser ou não fascista, há um pré e um pós 1945:
Mas houve alguma altura em que Salazar não falou à vontade?
A partir de 1945, pode ter a certeza que ele não falava muito à vontade. Embora sob reserva porque é uma informação em terceira mão que me foi contada por um grande amigo e poeta chamado Amândio César, digo-lhe que o Salazar terá enviado uma carta ao Alfredo Pimenta, na qual, a propósito do discurso do “bendigamos a paz, bendigamos a vitória”, teria escrito uma coisa deste género: “Engula esta que eu também a tenho de engolir”.
http://www.thephora.net/forum/showthread.php?t=33146
3- Sobre isto tudo, mais vale acreditar em historiadores, mesmo de esquerda, do que em blogueiros:
«Só para dar outro exemplo de como a história, enquanto disciplina, que procura interpretar uma realidade do passado multifacetada, sem se preocupar com a influência que ela possa ter sobre o presente, difere do jornalismo, sobretudo aquele que por vezes é praticado em Portugal, que pretende por via indirecta actuar sobre a actualidade, veja-se como a jornalista Ana Sá Lopes pergunta a dado momento: «Porque é que na sua opinião não faz sentido falar de Salazar como "fascista"? Isto é uma heresia para a esquerda».
Esta pergunta é absurda para um historiador, e este não tem como responder, seja ele de esquerda, de direita, ou ao centro, porque felizmente já não se está em Portugal na fase em que dizer que Salazar era ou não fascista distingue quem o diz, enquanto anti-fascista e fascista. No início dos anos oitenta, escassos anos após 25/4/1974, isso acontecia nos debates, em que se misturava história com política. Hoje, há historiadores, enquanto cidadãos de direita política que consideram o regime salazarista como fascista e historiadores, enquanto cidadãos de esquerda, que o consideram autoritário. Ou seja, consoante os períodos, o Estado Novo foi considerado “fascista” ou “tendencialmente totalitário” por aqueles que realçaram as suas semelhanças com o fascismo italiano, ou foi caracterizado como uma ditadura “autoritária” na qual não se teria feito sentir a “tensão totalitária” pelos que, pelo contrário, valorizaram as diferenças entre os dois regimes.
Ninguém entre todos estes historiadores está a “branquear” ou “desculpabilizar” um regime que, sem qualquer dúvida, foi nefasto para os portugueses, está antes a caracterizá-lo. Certo e pacífico para todos é que o Estado salazarista pertenceu à corrente comum de ideologias antiliberais e de ditaduras nacionalistas autoritárias e fascistas que, em reacção contra-revolucionária à crise do liberalismo, assolaram a Europa no período entre-guerras. Por outro lado, quer se responsabilize Salazar por ter recusado voluntariamente, por razões ideológicas, o fascismo e o totalitarismo, quer se atribua a ausência destas características ao tipo de sociedade rural e à história específica de Portugal, também é um facto que o regime português se distinguiu, na sua essência, por exemplo, do nacional-socialismo alemão.»
http://irenepimentel.blogspot.pt/2010/09/salazar-democrata-cristao.html
Ainda bem que ninguém aqui disse que o Salazar era anti-fascista:
«Mas voltando a Salazar, lembro-lhe que José Hermano Saraiva disse há pouco tempo que Salazar era antifascista...
Eu sei, eu sei, e até julgo que disse mal, mas foi por bem. Mas deixe-me dizer-lhe uma coisa: até 1945, o Salazar tinha o retrato do Mussolini na sua banca de trabalho. Dizer que ele era antifascista só por graça, pelo amor de Deus! A menos que ele só tivesse o retrato para lhe cuspir.»
http://www.thephora.net/forum/showthread.php?t=33146
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