quarta-feira, julho 03, 2013
O ser, o parecer e a credibilidade política
Foto da Sapo. Ao lado da ministra, Pedro Lomba.
Visão:
António Albuquerque, jornalista da área económica dispensado pelo Diário Económico há cerca de dois meses, começou recentemente a prestar serviços de consultoria nos projectos fora de Portugal do grupo EDP, segundo apurou a VISÃO. Albuquerque é casado com Maria Luís, a nova ministra das Finanças que, no último dia de 2011, enquanto secretária de Estado do Tesouro, concluiu a venda de uma participação de 21,35% na eléctrica aos chineses da Three Gorges, por 2 700 milhões de euros. A EDP, presidida por António Mexia, é hoje uma empresa 100% privada, maioritariamente detida por aquele grupo estatal chinês.
(...)
O ex-jornalista ingressou no Diário Económico depois de uma passagem pela agência de comunicação Cunha Vaz & Associados. Após a nomeação da mulher para o Tesouro, no final de Junho de 2011, deixou de exercer cargos executivos naquele diário especializado em economia, detido pela Ongoing. Em finais de 2012, foi incluído numa lista de cerca de duas dezenas de funcionários a dispensar pela empresa, tendo chegado a um acordo de rescisão há cerca de dois meses. Seguiram-se algumas semanas no desemprego, até ser contratado a prazo pela EDP, com as funções de consultor. Esta informação foi prestada por um porta-voz da eléctrica, sem precisar, no entanto, a data nem o âmbito do processo de recrutamento a que o marido da ministra das Finanças foi sujeito. Contactado pela VISÃO, António Albuquerque disse nada ter a acrescentar ao que a EDP já tinha confirmado.
Mas será que estas pessoas que agora estão no Governo não entendem os sinais dos tempos? Ou será que os sinais mudaram, para eles e elas?
Pedro Lomba o que escreveria sobre isto, na sua crónica no Público? Não se trata de ser ou não ilegal ou menos ético. Trata-se apenas de decência política mínima, porque sendo a novel ministra casada com um indivíduo que arranjou colocação na EDP por motivos que parecem, o assunto passa a ser. E não devia ser assim.
Estas pessoas não se dão conta disto e do efeito deletério que isto tem para a credibilidade seja de quem for?
Aditamento: diz que a novel ministra é licenciada pela Lusíada. Até ler o que este pseudo-anarca, sem problemas respiratórios na escrita, tem a dizer, nada direi. Se algo disser, sabe o que diz.
Outro aditamento:
António Albuquerque, marido da ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, pediu a antecipação do final do contrato que mantinha com a EDP, revelou hoje à agência Lusa fonte oficial da eléctrica.
"António Albuquerque pediu hoje a antecipação do final do contrato a prazo que tinha estabelecido com a EDP", disse fonte oficial da empresa.
A Visão noticiou hoje que António Albuquerque, ex-jornalista do Diário Económico e marido da nova ministra das Finanças, fora contratado pela EDP para prestar serviços de consultoria nos projectos fora de Portugal.
Em declarações à Lusa, António Albuquerque declarou que se demitiu para "não por em causa" quer o nome de Maria Luís Albuquerque quer o da EDP.
O agora ex-consultor da eléctrica disse ainda que saiu sem qualquer indemnização.
A Visão recorda que Maria Luís Albuquerque, enquanto secretária de Estado do Tesouro, concluiu no final de 2011 a venda de uma participação de 21,35% na eléctrica aos chineses da Three Gorges por um valor de 2.700 milhões de euros.
Lusa/SOL
Comentário: é assim que deve ser mas já devia ter sido. Ainda assim, é bom sinal, porque não estou a ver alguém do PS a fazer o mesmo. E agora pergunta-se: e o indivíduo não tem direito a um emprego, preferencialmente bem colocado e a ganhar bem? Claro que tem. E até por ser marido de uma ministra com tanto poder, poderá ser visto com outros olhos, pelos empregadores. Mas isso é assim mesmo e acaba por ser um problema do próprio.
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