No Diário de Notícias de hoje, suplemento Qº , em quatro páginas refaz-se pela enésima vez o discurso politicamente correcto sobre o salazarismo, sempre na mesma tónica e sempre com a afinação devida da música de ouvido politicamente romântica e lobotomizada. A modernidade dodecafónica ainda não chegou a estes herdeiros tipo durex do "durável" que detestam mas lhes tem servido para ganhar uns cobres; rejeitam mas lhes condiciona o pensamento único e repenicam ideias refasteladas na indigência analítica da sociedade portuguesa.
Ler Fernando Rosas ou a Flunser a escrever pela enésima vez sobre as proezas de Salazar com vista a preservar-lhe os efeitos duráveis ( o cognome ajustado a Salazar, será, para os mesmos, o de "durável") é um exercício deletério porque dali não sai uma ideia nova. Estes durex da História nacional escrevem sempre com preservativo para se resguardar dos vírus da inteligência crítica.
Um deles, o Rosas ex-maoista, sendo aparentemente parente (sobrinho, parece) de um ex-ministro de Salazar mostra não ter compreendido a essência da figura de cera que inventou para uso próprio e mostrar aos outros em redoma antifassista.
A Flunser descobriu agora que Salazar " deteve todas as pastas importantes para o regime: presidente do Conselho, ministro das Finanças, ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro da Defesa" e não tira as devidas ilações: Salazar, mesmo com todas essas pastas endireitou as finanças, tornou Portugal um país respeitado no exterior da época, evitou a entrada numa guerra devastadora e logrou preparar umas Forças Armadas que no início dos anos sessenta tiveram que intervir num Ultramar que era nosso por descoberta e colonização nos séculos anteriores e fizeram a única guerra em que um país europeu esteve envolvido durante tanto tempo como 14 anos, para defesa de uma noção de Patria que aqueles não têm, mas querem sempre depor em nome de um internacionalismo comunista em que acreditaram e porventura acreditam ainda.
São estes os Historiadores durex que têm sempre audiência marcada em programas de tv e orientam a ideologia da visão histórica falsificada e esquerdista.
São incapazes de olhar para o outro lado e de tentar compreender a idiossincrasia essencial do salazarismo ou mesmo do povo português da primeira metade do século vinte e anos vindouros e nem sequer tentam.
Por isso mesmo não espanta que um dos historiadores recenseados- Bernardo Futscher Pereira, um diplomata que escreveu sobre Salazar dizendo coisas como esta: "certamente era matreiro, mas não desonesto na forma como agia, pois havia uma directriz: a distinção entre as suas preferências ideológicas e os condicionamentos estratégicos do país", muito ligados à aliança com o Reino Unido" , diga agora coisas assim: " Não se pode fazer nunca um juízo global sobre o Estado Novo por se tratar de um período muito longo com múltiplos cambiantes internos e externos que se transformam ao longo do tempo".
Vejamos: o tal período muito longo aproxima-se já do tempo que decorreu desde a queda do regime do tal período, até agora. Desde o 25 de Abril de 74 já lá vão quase 40 anos, sensivelmente o mesmo tempo em que Salazar ocupou a cadeira do poder, antes de cair dela.
Seriam esses historiadores capazes de comparar o que se passou em Portugal nos últimos 40 anos, em termos de desenvolvimento relativo, com o que ocorreu naquele tal "período muito longo"?
Penso que não serão capazes porque teriam que concluir coisas muito desagradáveis para si mesmos e precisamente porque pretendem preservar o mito do eterno fassismo associado ao salazarismo nunca conseguirão entender porque é que o Portugal de Salazar não era tão cinzento como o pintam e porque é que as pessoas tinham outra ordem de valores que agora abandonaram.
Bastar-lhes-ia, porém, pensar numa coisa muito simples: porque é que Salazar, detendo as rédeas de vários poderes que lidavam com influências várias e riquezas imensas nunca aproveitou pessoalmente do facto nem permitiu que outros o fizessem ilegitimamente e agora, nestes últimos 40 anos, o pessoal tipo durex se apoderou do mando de um modo que estragaram irremediavelmente uma noção de valores que paradoxalmente deveriam ser aqueles por que lutaram? O que vale a Honra hoje em dia, quando se elegem primeiros-ministros que são o que foram? O que vale a Honestidade, hoje em dia, quando se elegeram presidentes da República que abandonaram o pensamento de juventude apenas para lograrem alcançar esse poder? O que vale a valentia daqueles que fugiram à guerra sob pretextos vários e influências diversas e depois regressam para perorar sobre a pátria ou a coragem em livros de versos? O que vale a Integridade quando os próceres do novo regime são em boa parte, uma cambada de ladrões de casaca e banca estabelecida?
Saberá essa gente o que significa a expressão "recta intenção"? Revêem-na em alguns dos que aproveitaram pessoalmente com o advento dos novos tempos depois daquele "período muito longo"?
Quando estes historiadores durex acentuam a sílaba sobre a Liberdade, fazem-no em nome de quê? Do autoritarismo totalitário que cegamente seguiam à época? Que coerência devemos esperar desta gente?
Lê-los? É o mesmo que ler ateus a escrever sobre religião. Nunca entenderão a essência da crença.
Apetece-me citar um dos que foram no logro, O´Neill que escreveu isto sobre os próceres do tal "período muito longo", sem ter tido o tempo de se dar conta que os herdeiros são piores que a encomenda. Muito piores:
País
dos gigantones que passeiam
a
importância e o papelão,
inaugurando
esguichos no engonço
do
gesto e do chavão.
E
ainda há quem os ouça, quem os leia,
lhes
agradeça a fontanária ideia!
12 comentários:
O Rosas é uma personagem que me deixa nervosíssimo... é um mistério como tanto o Assis como, agora, o pequeno Napoleão partilham um programa com ele.
quando frequentava a BNP tinha por vezes o azar de encontrar o 'gelatinoso' róseo.
recebem a alcunha de historiadores.
confundem a realidade com o que gostariam que tivesse acontecido.
não gostei do 'Estado Novo', mas verifico que esta ... que alguns vão comemorar é muito pior e detestável:
há liberdade para afundar 'socialisticamente' o rectângulo pelos séculos dos séculos.
esta esquerda parece o 'cão de Pavlov', começam a ganir mal ouvem falar em Salazar.
Rilhafoles continua aberto ... e recomenda-se
Ainda hoje li o MEC a dizer coisas parecidas numa entrevista.
Onde?
Aqui:
http://www.ionline.pt/boa-vida/miguel-esteves-cardoso-hoje-guarda-se-segredo-escrevendo-uma-cronica-ninguem-le
Os pobres exploradíssimos que acreditavam nos padres; as pessoas que adoeciam e morriam; a censura e assim.
Já estive a ler. Sobre a censura é uma cretinice dizer que "Fazia programas de rádio e tinha de levar as coisas aos censores. Cortava as músicas do Elton John, do James Taylor, do Neil Young. Parecia uma coisa dos anos 30."
Pura e simplesmente é mentira. Não houve qualquer censura de músicas do Elton John ou do Neil Young em Portugal antes de 25 de Abril de 74.
O gajo deve estar avariado dos neurónios.
E já que o tipo falou no assunto vou desafiá-lo a provar o que diz.
Sei que não lê mas vai mesmo assim.
Interesseiros e oportunistas até à medula, não param de dizer mal de Salazar mas 'adoram-no'. Ou não fosse o nome "Salazar" a única coisa que lhes tem rendido bom dinheiro através dos escritos, artigos, crónicas e livros. Se eles o detestassem de verdade estaríam calados. Da boca desta gente sem categoria alguma para sequer mencionar o nome do Estadista, só se detecta maldade, inveja, ódio.
O José diz que os ex-maoístas e esquerdistas em geral, não largam as suas crenças enraízadas que estão mais do que ultrapassadas. Peço desculpa de discordar. Eles sabem isso perfeitamente, são estúpidos mas não ignorantes. Eles têm a perfeita noção de que é essa pseudo-crença (uma máscara que afivelaram desde o início e não a podem tirar sob pena de caírem no descrédito total em que de um modo ou outro já estão mergulhados há várias décadas, perdendo os tachos que já não podem dispensar) o que os mantém na crista da onda, polìticamente falando - vide as horas e horas em que eles têm estado em cena em todas as televisões desde Abril/74. Sem a dita crença eles sentir-se-iam perdidos por não terem outra ocupação na vida. Aliás o contrato entre os autores do golpe e os restantes intervenientes que se lhes juntaram, foi esse: uns precisam dos outros para levar por diante esta comédia trágica que já dura há demasiados e dolorosos anos. Foi/é esta vida de párias, sem outro futuro que não este, que lhes motiva a continuação da cruxada criminosa empreendida, que lhes garante a sobrevivência para a vida. O povo português tem um enorme poder de encaixe para conseguir aguentar tanto corrupto e ladrão este tempo todo.
Salazar, fascista? Uma grandessíssima ova. Os verdadeiros fascistas são estes, que têm que continuar a bater na mesma tecla para manterem os tachos assegurados. Salazar foi um Estadista e um Patriota de primeiríssima linha. Nem um só elemento deste bando de traidores lhe chega sequer à sombra, muito menos à sola dos sapatos. E porque eles o sabem de cor e salteado, eis porque passados tantos anos ainda lhe devotam um ódio e uma inveja viscerais que os deixa possessos e incapazes de os superar.
E ainda bem. A História reservará ao Estadista o lugar que por mérito próprio lhe pertence. Salazar está finalmente vingado e a sua memória reposta.
Obs.: Sou insuspeita. Fui educada entre um republicano convicto e uma monárquica. O meu pai não gostava de Salazar mas nunca disse mal dele. A minha mãe (e toda a sua família) apreciava Salazar como governante. Talvez por ter crescido neste meio de respeito, integridade, educação, lealdade e patriotismo e comparando a política séria, honesta e patriótica daquele Regime com a deste em que somos obrigados a viver há demasiadas décadas, em que os principais actores políticos foram/são quase todos ladrões, pedófilos, corruptos e traidores, me tenha tornado muitos anos depois do 25/4 numa apologista incondicional do Estado Novo e de quem o personificou. Regime que proporcionou aos portugueses paz, alegria, trabalho, segurança e respeito internacional. Éramos pobres? Pois éramos. Mas em contrapartida tinhamos orgulho em ser portugueses, vivíamos em paz e éramos felizes. E é aqui que reside toda a diferença entre ser-se um povo pobre e feliz ou ser-se rico(?) e infeliz. Para quê que nos serviu uma riqueza que não passa de fictícia, se para alcançá-la o País perdeu a alma?
E agora porventura somos ricos? Não, não somos. E pior, esta ditadura-democrática/maçónica, só nos trouxe infelicidade, tristeza, insegurança, violência, criminalidade, quase um milhão de desempregados, para cima de um milhão de mortos nas Províncias Ultramarinas, droga, tráficos de toda a espécie, raptos de crianças e mulheres, depressões e MEDO em todas as suas vertentes. Medo que nos foi propositadamente inculcado porque é nele que se baseiam os socialismos pós-comunistas. Sem esse medo somado aos ingredientes criminosos acima citados, imprescindíveis para a implementação das ditaduras maçónicas, estas simplesmente inexistiríam.
Nem um só elemento deste bando de traidores lhe chega sequer à sombra, muito menos à sola dos sapatos. E porque eles o sabem de cor e salteado, eis porque passados tantos anos ainda lhe devotam um ódio e uma inveja viscerais que os deixa possessos e incapazes de os superar.
Concordo perfeitamente.
Do tempo em que Portugal tinha fronteiras com países como a Tanzânia, o Malawi, a Rodésia, a África do Sul, o Congo, a Zâmbia... China, Austrália... :
« Eu estava para regressar a África e nessas vésperas de viagem o Doutor Salazar procurava fazer o ponto da situação, no seu jeito sereno de xadrezista, por forma a que pudéssemos ficar sincronizados sobre os problemas, permitindo-me actuar dentro das suas directivas mesmo quando as questões se agudizavam bruscamente e o contacto não era fácil.
« Importa muito esclarecer que raramente dava ordens concretas e nem sequer gostava de o fazer. Preferia transmitir o seu pensamento orientador, com vista à mais conveniente execução perante o evoluir das circunstâncias. Aceitava o diálogo e sempre me consentiu que formulasse sugestões, discutisse programas ou discordasse de pontos de vista. Não foram poucas as vezes em que transigiu sem constrangimento.»
Jorge Jardim, Moçambique Terra Queimada, Intervenção, Lisboa, 1976, p. 34.
Salazar assombra certas cabeças de piolho que lhe só alcançam o nome de até ao cifrão. E é ouvi-los: $alazar! $alazar! $alazar! Dá dó.
Cumpts.
Que magnífica citação/opinião do Dr. Jorge Jardim sobre o Prof. Salazar e quão verdadeira terá sido. Acredito nela plenamente.
Parabéns ao ilustre comentador que me precede;) por ter trazido este extracto bem ilustrativo de uma personalidade sui generis e de um intelecto superior, dois dos seus vários atributos políticos de altíssimo nível, os mesmos que o tornaram no brilhante Estadista que efectivamente foi. E este é um facto indesmentível porque consensual entre admiradores e inimigos.
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"...cabeças de piolho..."
Ahahahah!
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