sábado, janeiro 07, 2012

Mário Soares e a verdade

José António Barreiros e o livro de Mário Soares em recensão crítica. Vale a pena ler, porque J.A.B. hesita em contar a verdade que conhece e não hesita em denunciar Mário Soares como aldrabão. Obviamente nenhum Público, Expresso, D.N ou mesmo i vai pegar neste comentário ao livro daquele e publicar o que diz J.A.B. em nome da verdade e contra a aldrabice. Fica aqui a amostra:

Para enxovalhar Rui Mateus, Soares diz que o conheceu empregado de um restaurante e que teve uma ambição tal que quis ser ministro dos Negócios Estrangeiros do seu Governo. Mente por omissão da verdade. A ligação entre os dois é muitíssimo mais vasta, próxima, e, é só ler o livro que aquele escreveu, para concluir que em matéria de "comedorias" o conhecimento não se limitou a restaurantes.
Remata, enfim, dizendo que envolveram no assunto o então Governador de Macau, Carlos Montez Melancia, que seria absolvido judicialmente. Mente por adulteração da verdade. A história do processo judicial ainda está para ser contada, como a história dos processos judiciais que nunca existiram em torno do caso. E como é que a absolvição do Governador neste processo deu em condenação em outro, o "caso do fax".
No momento em que escrevo estas linhas hesito se contarei ou não toda a história desse aproveitamento político, económico e pessoal da televisão de Macau que o livro tenta branquear.
Confesso que o descaramento do livro me incendeia um sentido de revolta pessoal. Que a "reconstrução" da História me repugna como cidadão, como o faz tanta historiografia oficial arregimentada que tem andado a ser escrita em relação ao que nem regime político chegou sequer a ser e hoje está em estilhaços, o estado cadaveroso do País.
Sei que se o fizer, contando o que sei, serei sujeito aos efeitos da difamação e do enxovalho, porque ele e este estilo de obra são o rosto de um modo de ser que define a actual Situação, o verso dos que a criaram, o anverso dos que a consentiram. Talvez haja um direito à tranquilidade, minha e dos meus, que eu deveria saber preservar.
Por outro lado estou perante uma figura pública idolatrada a quem tantos perdoaram tudo, à direita e à esquerda, com quem tantos se arranjaram para tanto. Ficarei isolado e à mercê.
Talvez haja, enfim, o respeito devido à idade, se não houvesse o respeito devido à Nação de todos nós. Apodar-me-ão de desapiedado, logo quanto a um livro em que o seu autor se fez cercar, no lançamento, da imagem inocente dos seus netos.
Vou tentar tranquilizar o espírito e logo verei. Até passar o hálito da sordidez do caso e do perfume barato com que agora o vejo contado.

14 comentários:

Karocha disse...

Ele que comece a falar José.

Floribundus disse...

obreiros da loja a que pertenci fundaram a loja de Macau. no meio de tanta sujeira há um nome que respeito. deixo escrito no meu espólio da BNP.
houve que comprasse altos graus maçónicos até ao 33 e acabasse em gm.
não conseguiram lixar Ricardo Cardoso. sofreu enxovalhos que não merecia. esse facto amedronta Barreiros e outros.
cala-te boca ou também sou 'fudido'

Portas e Travessas.sa disse...

Tem pouco interesse e é perda de tempo, escrever sobre os azedumes entre pessoas - nunca liguei o que fazia o vizinho do lado.

Tenho pelo dr. Barreiros estima e consideração - foi advogado do Gica, para os conhecidos, e perdeu tudo aquilo que tinha para ganhar -

Candidato a CMSintra perdeu para uma "candidata" de saias.


Enfim, uma vez disse~lhe - porque não assume a carreira de escritor?, isto, num lançamento de um livro.

Ficamos conhecidos

Como escritor é optimo e não é nada escarlate, é amarelado . com tons da china.

Portas e Travessas.sa disse...

Disse, o Joseph Goebbels da porcalhota, esta coisa fantastica, o original, não dizia melhor

Miguel Relvas elogia "juventude bem preparada" que emigra.

No Público de hoje.

Acaba por fazer um grandessíssimo elogio aos Governos do Sócrates.

Está porreiro, pá.

Vai ficar na história como o "besuntas"

Valha-me Santa Ingrácia, peço-te, acende a vela a esta gente.

Manuel Vessadas disse...

Não leio jornais. Pouco têm de essencial. Trazem ao nosso conhecimento as besuntas "maquilhas". Não quero saber de lixo.Mas tenho de admitir que o José faz um verdadeiro serviço público ao corroer esse lixo.
M Soares?! que se cosa "à la maniére de José Pacheco".
Desde 1974 que sabemos de toda a "representação qu ele monta" - mise en scéne.

Portas e Travessas.sa disse...

Infeli mente, temos o Padroeiro Boliqueime que, tudo sabe e nunca se engana - será, que o Padroeiro sabe -deve saber- o que disse o Elísio Soares dos Santos - ou, está virado para os torneios de golf - torneios, esses, de ajuda aos pobrezinhos - a caridade na ponta do taco, digo eu.

A Supico Pinto, deve dar uns sonuros risus com esta caridade -
penso, que a senhora ainda é viva,a última informação de há 6 meses, assim o dizia.

Tenho gratas recordações da Senhora - infelizmente, já não se fabrica

A Caridade? é um negócio como outro qualquer - o Nobre que o diga.

É aconselhável, que fizesse uma auditoria a AMI, penso eu

Na Net, nada está publicado, mas, já esteve

Monchique disse...

Ao que chegou Portugal: até o Dr. José António Barreiros tem receio de escrever e de falar. Porque não escreve ele mais um romance policial a contar o caso? J.A.Barreiros escreve bem e seria mais um êxito editorial.

Gallagher disse...

Admiro José António Barreiros mas não consigo ler tudo o que escreve, para além dos seus 22 (vinte e dois) blogs individuais:

A Velha Mansarda
Não se brinca com facas
A Provisória Translação
As Muralhas do Silêncio
Labirinto de Letras
Clarice e Elisa Lispector
O Culto do Oculto
Patologia Social
António Rebelo da Silva
Irene Lisboa
Passeio pelo Parque
José António Barreiros
A Reciclagem do Ser
24 LAND
O ser fictício
Espantosa Língua
O Mundo das Sombras
Maria Ondina Braga
And then went down to the ship
Geometria do Abismo
A Revolta das Palavras
A Fantástica Livraria

José António Barreiros disse...

Meu caro: obrigado pela citação. Ao ler os comentários constato duas coisas.
Primeiro, que os "valentes" que se atrevem a tentar enxovalhar-me são todos "anónimos". Tenho muitos blogs é verdade mas em todos assino com o meu nome, como assinei aliás este escrito.
Segundo, que à falta de enfrentarem a questão que tive o cuidado de colocar nos precisos termos, os quais demonstram onde está a inverdade, tentam emporcalhar-me, gozando, aflorando associações despropositadas, enfim, o costume ataque "ad hominem".
Eis aqui a melhor demonstração pela qual hesito em contar tudo. Levaria muito tempo porque é uma longa história. E ficaria à mercê deste tipo de baixo nível em que até palavrões de tasca surgem à mistura com erros de palmatória na ortografia.
Obrigado, repito, mas às vezes concluo que, de facto, não vale mesmo a pena.
É deixá-los com quem eles merecem estar. Alguns estão bem uns para os outros.
Abraço,
jab

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...
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zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
josé disse...

Caro José António Barreiros:

Que não seja por causa dos anónimos que desancam sem tino que a verdade fique por conhecer.

Quem sabe o que aconteceu e vê agora uma processo revisionista em curso, tem uma obrigação moral: denunciar a aldrabice. Já o fez, aliás.

Falta agora escrever o que sabe e pode ser comprovado, para além da mera opinião.

Isso é um serviço público que atesta a honradez e sobre isso não tenho dúvidas que ninguém duvidará. Nem mesmo os anónimos.

Gallagher disse...

Não me compete comentar os comentários, mas dei-me ao trabalho de os reler e, ao contrário do que diz JAB, nenhum o tenta "enxovalhar".

Apenas um parece apontar algo, talvez "entre irmãos" e outro, conhecido contracorrente neste blog, classifica negativamente uma faceta da personalidade de JAB. Em nenhum dos casos vejo tentativa de enxovalho.

Quanto à minha listagem dos títulos dos blogs, posso garantir-lhe que o fiz com admiração, porque considero tal lista, só por si, bastante significativa da criatividade do seu autor, independentemente da qualidade, óptima quanto a mim, dos respectivos conteúdos.

Para se completamente sincero, não posso senão manifestar a minha desilusão ao ler o que vinha encabeçado com
"José António Barreiros disse..."
mas acredito que o que eu esperava ler não caberá num simples comentário.
Não me resta senão continuar a seguir os seus 22 blogs.

A obscenidade do jornalismo televisivo