O Expresso conseguiu a reportagem sobre a "misteriosa vida de Sócrates em Paris". Daniel Ribeiro, correspondente do jornal em Paris, sem falar com o visado e sem nada de especialmente relevante que não tivesse sido já revelado pela revista Flash, aqui há mês e meio, relata o suposto dia a dia comezinho do emigrado de luxo que se recata porque não pode revelar como vive e de que vive. Triste vida. E ilustra-a do modo que se vê...em tom de capa de disco de Elton John.
Em artigo separado, trata o "curso" que José Sócrates frequenta na Sciences Po, "que tem a má reputação de funcionar de forma opaca". Escreve-se que Sócrates é "auditor livre", num ensino superior em que tal categoria desapareceu ( "os alunos livres já não existem oficialmente em Paris, há vários anos", escreve o jornal); que a direcção da Po faz segredo de Estado do seu estatuto e apenas confirma a inscrição. Sócrates, para todos os efeitos tem um estatuto especial na Sciences Po: "só vai a exames se quiser, mas pode apresentar dossiês ou trabalhos de pesquisa" . E portanto, não compareceu aos exames semestrais, no primeiro semestre do curso de M1 em Ciência Política, variante Teoria Política. Nada de Filosofia, como anunciou aos quatro ventos, para se dar uns ares. Nada de estudos que isso parece não ser o seu campo de trabalho. Nada de nada, afinal. Mais uma grande aldrabice e ninguém a querer reconhecê-lo. É espantoso como este indivíduo passa entre os pingos da chuva do descrédito.
Mas, segundo o Expresso, para integrar tal "escola doutoral", teve que apresentar um dossiê de candidatura com o currículo escolar e profissional completo, foi recomendado por dois académicos ( quem, santo Deus? Quem?!) e "em princípio pagou as propinas no valor de alguns milhares de euros e a sua inscrição foi aprovada pessoalmente pelo director da instituição Richard Descoings. Este Descoing, assim que descobrir quem é este personagem vai fazer como aquele director do London School of Economics, aqui há uns meses. Mas enquanto tal não sucede, Sócrates, certamente por especial favor, "Não efectuou prova escrita nem foi avaliado por júri". "O curso que segue exige conhecimento aprofundados de francês e Sócrates está longe de os ter."
Portanto, um mundo de fantasia todo para José Sócrates voar e planar, de bicicleta, pelas ruas de Paris.
E como se alimenta uma fantasia destas, digna do reino de OZ?
A vida no bairro 16 na rive droite, margem direita, é cara. Sócrates, aliás, identifica-se mais com Sarkozy do que com Hollande. O embaixador Seixas da Costa, em Paris, reconduzido recentemente, é amigo do dito cujo e ajudou-o na fixação no terreno. Foi o embaixador quem o orientou na escolha dos dois padrinhos universitários...mas nega qualquer ajuda relevante.
José Sócrates em Paris faz vida de rico, secreta e pura e no outro dia foi o convidado de honra da Confraria dos Financeiros, uma elite de luso-franceses dos negócios.
O Expresso relata depois a vida quotidiana do emigrado em Paris, rematando com uma pergunta singela que nenhum dos nossos jornalistas de tv se atreve a colocar em prime-time:
"quem paga as suas despesas na excessivamente cara cidade de Paris"?
Quem paga? Ora, quem paga...isso agora não tem interesse nenhum. Aliás, as dívidas desse género, tais como a dos estados não são para se pagar. São para se irem pagando...
José Sócrates entrou definitivamente no reino de OZ, na universidade de Po. Tal como no relato de fantasia, anda à procura de uma qualidade perdida, no caso a respeitabilidade académica.
Do modo que se vê, assume a figura do homem da palha, a quem a faísca do julgamento da UnI ainda vai chamuscar. Descoings, na figura de protector improvável que prepare as mangueiras de água, porque quem se vai queimar é mesmo ele. E será muito bem feito se o parquet de Paris se inteirar do diploma fictício do homem de palha.
14 comentários:
Há coisas inacreditáveis. Este vigarista tem pancada e da grande.
Como a do Vale e Azevedo, tal qual o José disse.
Quem conhece bem estes mestrados conducentes a doutoramento sabe que daqui a uns meses o mimoso está com a tese feita (como o Khadafi filho). Isto já deu o que tinha a dar...
O Rui Verde devia mandar o seu livro ao Parquet de Paris. Pode ser que haja lá quem saiba ler portugues...
Eu não!!!
Nem sei para que precisa de mestrado ou doutoramento se já é 'agregado'! O Vale e Azevedo é um senhor ao pé deste gabiru. Andou no S. João de Brito, tem um curso tirado em dias úteis e só aliviou o psd da quinta de riba fria e o benfica do que calhou. Ora estas apropriações, ao psd e benfica, honram quem as pratica. Já o peralvilho de massada fana sem olhar a quem.
frequentei a École Normal Supérieure
mas morava inicialmente em Massy (perto dum bidonville) e depois na Cité (casas da Bélgica, Marrocos, Brasil). viajava a pé e de metro, ás vezes na minha bagnole. jogava ténis no PUC
diziam de nós os gauchistes 'metrô, bulô, dôdô'. agora temos o 'méquedô'
merde alors
A comparação com o Vale e Azevedo era no sentido da forma como aldrabam meio mundo e outro tanto.
A mentira neste tipo de indivíduos é estruturalmente compulsiva. Mentem tão completamente que chegam a fingir que é mentira a verdade que deveras deturpam.
Este fenómeno que os psicólogos conhecem bem, é capaz de ludibriar muitas pessoas e associado a um indivíduo com sede de poder e um misto de habilidade no métier, é a desgraça. Temos exemplos na História. Escuso de os enunciar porque entraria nas enormidades.
O facto de ter muitos apaniguados colocados em lugares de relevo na intelectualidade só prova uma coisa: esta intelectualidade é rasca. Muito rasca. Basta ver o tal Luís Arouca. Segundo Rui Verde, é um perfeito traste que procurou obter vantagem do governante através de jeitos que lhe fez, ao conceder-lhe a licenciatura do modo como agora o mesmo anda na Sciences Po: a flanar e sem estudar seja o que for. Aldrabando completamente e sem o mais leve pejo de vergonha.
O José que me desculpe...mas está a perder a pedalada, para mais - o Dr. Anibal, agora Provedor, ficou sem reformas.
Valha-me Deus, José. - O Sócrates fez aquilo que governo indicou - Emigrem
Este emigrante é especial em tudo. Até na própria especialidade que afinal nem é Filosofia nem porra nenhuma. É apenas um título de frequência, que lhe assegura um prestígio de fachada. Típico, aliás.
Ah! E obrigado pela defesa que fez aqui do je, no blog dos cretinos-mor da Câmara Corporativa. Fui ler e reparei que me insultaram.
Fiquei aliviado.
São Blogues politicos, o que é que se pode esperar - eu por mim, faço-o entre dentes - mas estou satisfeito - o dr. Anibal foi nomeado Provedor dos Pobres, em que ele faz parte - O Assis Ferreira, empregado do Casino Estoril, já se ofereceu, um dia ou outro, dar-lhe as sobras do Jantar.
Ai ai, não internem o Homem e qualquer dia aparece em cima do telhado à procura do Gato
Com gente patareca e garotos, a governar o nosso País - qual vai ser o nosso fim?
Falem com o Zandiga, por favor,ele já não me atende.
Sempre a considerá-lo.
O Zé Boné,
O Zandiga já morreu.
Quanto ao pobre do A.C., coitado, já nem dá p'rá dose mensal!
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