
Fico a saber porém outras coisas também importantes para concluir que o jornal Público piora de dia para dia e um dia destes afunda-se em irrelevância e dívidas. Por causa exclusiva deste tipo de jornalismo que nem sequer tem a decência de assumir erros.
Aliás, até o provedor do jornal acaba por dar razão aos leitores que protestaram contra este tipo de jornalismo de causas escondidas.
O assunto que traz a notícia era o teor das declarações de Manuela Ferreira Leite num programa da Sic-Notícias de há oito dias, conduzido por essoutra expoente deste tipo de jornalismo apressado que pare notícias coxas. Não sei, repito, onde é que esta gente aprendeu a particular noção de jornalismo que têm, mas que vem acompanhado por uma dose de arrogância incrível lá isso é notório. Esta gente não se enxerga, não se vislumbra no espelho das vaidades a não ser em reflexo côncavo que lhes aumenta um ego já de si mesmo inflacionado pela mania que sabem tudo.
O tal jornalista do Público entendeu "pegar" nas declarações televisivas de Manuela Ferreira Leite, produzidas num contexto muito preciso e isolá-las para o efeito pretendido: " Ferreira Leite defende que doentes com mais de 70 anos paguem hemodiálise", foi o título que incendiou comentários variados, mesmo do sítio do jornal. Alguns detectaram logo a aldrabice, o erro básico e a descontextualização anti-jornalística. Caíram em cima do jornalista, mas este, escorado nas declarações verbais e incisivas da dita cuja, não remendou, não corrigiu nem se arrependeu, como se pode ler no pequeno extracto do texto do provedor do Leitor do Público, José Queirós.
À laia de justificação ainda "ponderou mudar o título" mas recuou na putativa ideia porque " Apesar de compreender o argumento (...) que destaca o facto de Ferreira Leite ter acabado por se explicar melhor mais à frente no debate, entendi que isso não apaga o que anteriormente disse uma ex-candidata a primeiro-ministro de Portugal, ex-titular de diversos cargos públicos(...)". E porquê, afinal? Porque essa era " a novidade que sempre se procura na construção de um título."
Perceberam a ideia deste jornalista do tipo para quem é bacalhau basta? É isso mesmo: manipular uma afirmação para fazer um título. Quem lhe ensinou esta noção de jornalismo em que o título vale uma notícia per se? Foi o Armando Vara que disse em telefonema escutado que o Público vendia pouco mas fazia títulos?
Na verdade o jornalista em causa nem tem a culpa toda do efeito do título que escolheu. Os restantes jornalistas que lhe ampliaram o título manipulador é que devem sufragar este tipo de jornalismo vergonhoso. O pior é que escolhem para atacar, em bando, quase sempre as mesmas vítimas e Manuela Ferreira Leite é uma delas. Diga o que disser, e provavelmente dará azo a mais títulos destes, é um pitéu para estes apaniguados de um jornalismo que não presta mas lhes sabe bem.
P.S. Outra das vítimas deste jornalismo em bando é o ministro da Economia Álvaro Santos Pereira. Tomaram-no de ponta e com apoio de dois ou três comentadores já o zurzem por tudo e por nada. Os que o fazem, de Economia percebem pouco ou nada. Mas de bacalhau à Zé o pipo, isso, é um alento para o arroto.