A RTP mobilizou avultados meios públicos ( recebe mais de um milhão de euros por dia, só em "compensações" numa época muito descompensada em tantos sectores) para transmitir em directo um programa Prós & Contras, que decorre a partir de Angola.
A apresentadora intitulou o programa como "Reencontro". Reencontro de quê, afinal?
De um Estado de Direito como o nosso, com outro Estado de Direito como deveria ser Angola? De uma democracia em que de há muitos anos a esta parte é parte fundamental a família Dos Santos, com a democracia do actual regime português, pluripartidária e de alternância? Será isso?
Um reencontro dos antigos colonizadores com os colonizados entretanto enriquecidos pelo petróleo e outros recursos naturais?
E a democracia da família Dos Santos, para o caso, será mais ou menos democrática que a ditadura do tempo de Marcelo Caetano tão vilipendiada ainda hoje? Angola, então, segundo esses critérios, será ou não um Estado de Direito?
Este programa, patrocinado pelo menos por um membro do governo ( Miguel Relvas, com o pelouro da RTP) é uma espécie de reflexo da "realpolitik" de há quarenta anos em que o Leste europeu era aceite pelas democracias europeias porque não havia alternativa e tal se revelava vantajoso.
Nessa altura ainda Portugal vivia em ditadura anti-democrática, embora com liberdade porventura superior à que se verifica em Angola, nos tempos que correm. Essa ditadura era sempre denunciada por aqueles que agora acolhem o "reencontro".
Enfim.
8 comentários:
o rectângulo anda pelas esquina a pedir esmola
'quem dá pão, é pai'
Portugal, um Estado de Direito? Só se fôr no papel.
Neste aspecto, já disfarçámos melhor. Agora julgo que a maioria dos portugueses já vê que isto não passa de África, no domínio do direito.
O reencontro com Angola está aqui. Enquanto eles lá têm o clã governamental, nós temos a maçonaria. A influência é a mesma.
Acho que o problema não é a maçonaria: são os partidos. E isto é duro de dizer...
"Era una vez um lobito bueno al que mal faziam todos los corderos. E havia tambiem, una bruxa hermosa,um principe malo e um pirata honrado . E todas estas cosas havia una vez quando eu pensava o mundo ao revez"
Assim canta Paco Ibáñez, que tive o prazer de acompanhar (no público) na abertura de uma feira do livro em Braga.
Isto, a propósito da adoração por ditaduras de raízes comunistas, por parte deste governo de direita.
É duro de dizer, é. Mas é uma tremenda realidade.
Por falar em reciclados do comunismo.
O nojo do coiso (VM)
VM, "posta-se" indignado sobre a suposta campanha do CM, contra J. Magalhães e relativa à sua habitação no Brasil.
Curiosamente, nem uma palavra sobre o nojo na utilização de dinheiros públicos para a construção de uma colunata iluminária no seu gabinete, aquando a sua passagem pela governança.
é isso mesmo, a desgraça a que chegámos, por causa dos partidos e, neste caso preciso, pelo senhor Relvas, ministro da propaganda... e davenda da rtp aos que mais poderão vir a oferecer!...
Pensei exactamente o mesmo: uma lavagem descarada de uma cleptocracia onde entram dezenas de dolares por cabeça e muitas cabeças vivem com menos de 1 dólar. Vale o PCP que valoriza "os avanços"
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