Foi anunciado ontem que o empresário Manuel Fino entregou 10% do capital da Cimpor (metade da participação por si detida) para amortizar uma parte de empréstimos contraídos junto da Caixa Geral de Depósitos. As condições desse acordo com o banco público, assumindo que os detalhes referidos nos media são correctos, é que para esse efeito a participação será avaliada acima do actual valor de mercado (não se sabe muito bem em quanto mais) e que o empresário terá a possibilidade, a qualquer momento e durante três anos, de poder recomprar a referida participação ou transferir esse direito para terceiro (não é claro em que condições) sendo que a CGD não poderá alienar a participação antes do fim desse período.
Há até quem diga que é bom negócio...para o PS. Mas isso, deve ser a má-língua, habitual.
Aliás, não é a primeira vez que a CGD dá crédito amplo ao tal Manuel Fino. Aquando da turbulência no BCP, já Manuel Fino e outros, como o comendador da Bacalhôa, tiveram acesso a dinheiro em caixa, da Caixa, para comprar acções do BCP. Muitas. Para controlar o banco. Controlaram e depois, essas acções cairam a pique. O comendador está sem cheta que se veja. Este, pôs-se mais fino.
Fantásticos saltos à vara, nesta sociedade lusa de negócios com o que é de todos.
16 comentários:
Não sei se devo rir ou disponibilizar-me para participar numa revolução qualquer.
Levou um pequeno remake, para tornar a coisa esteticamente mais apelativa.
A prisão é para pilha-galinhas que sejam apanhados muitas vezes ( sim porque meia dúzia delas não chega).
Estes, fartam-se de rir à nossa custa.
Alerta à navegação...
A seguir à "campanha negra", seguem-se as propostas para a partilha da "manta". Esta sim, uma verdadeira campanha negra, que visa o estancar o oculto das escandaleiras destes vampiros.
C. S.
José
Se quiser vá aqui
http://sublegelibertas.wordpress.com/
E veja o que o meu rapaz, escreveu!
Há milhares de portugueses entalados na bolsa.
Acreditam na ilusão de que "só se perde depois de vender" e foram ficando com as acções nas mãos, enquanto semana após semanas foram vendo as suas carteiras a desvalorizem.
Mas a CGD só anda a desentalar os amigos do PS a quem o (des)Governo emprestou dinheiro, através da CGD, para tomarem de assalto o BCP...
Mas para desentalar os amigos, vai colocando a CGD em situação periclitante e prejudicando o volume de concessão de crédito aos pequenos investidores ou aos cidadãos que pretendem comparar uma casa.
A Máfia está no poder!...
Karocha:
O seu rapaz é mais fino que o outro. Ahahahah!
Fica aqui para leitura, o que o Guilherme Diaz-Bérrio escreveu no seu blog:
"O Manuel Fino pede empréstimo à CGD para especular no BCP e entrega acções do BCP e Soares da Costa como garantia. As acções descem de valor, logo ele ou coloca mais capital ou o banco executa-lhe a garantia. So far so good…
Agora expliquem-me como é que se deixa que ele largue na CGD [Banco financiado com dinheiro dos nossos impostos que já teve quase 2 mil milhões de euros em "aumentos de capital", desde o início da crise] 10% das acções que tem na Cimpor acima do seu valor de mercado, para servir de garantia ao empréstimo? Acima do valor de mercado? Durante 3 anos? Com uma opção de recompra “grátis”?
É que, ou eu deixei de perceber de finanças ou isto é um grande subsidio!
Na prática o que está a acontecer é isto: [Com valores ficticios]
Imaginem que o valor em dívida é 90 milhões, e o especulador X tem 10 milhões. O especulador compra as acções, e entrega-as como garantia. Ok, activos do cliente são maiores que dívida. Já de sí má gestão [bancária] de risco aceitar acções tão volateis como garantia, mas adiante. As acções descem de valor, por exemplo, 10 por cento. Garantia vale 90 milhões, mas a dívida é 100 milhões. O Capital do especulador X (10 milhões está em risco). O banco, por regra básica de prudência, tem duas opções: ou informa o cliente que tem de colocar mais capital [dado que Activo = Dívida, o que é muito risco de balanço] ou executa a garantia, e vende as acções e termina o empréstimo.
Agora imagine-se que especulador X têm 10% de uma empresa cotada. Entrega esses 10% mas acima do valor a que está cotado. O Banco aceita, ou seja, o banco está implicitamente a amortizar dívida com activos inflaccionados, ou seja, a conceder um “empréstimo implicito”. Pior, o banco fica obrigado a manter essas acções em balanço, tornando-se susceptivel a esse risco [de desvalorização], mas não o pode largar pois entregou [sem prémio] uma opção de compra ao especulador…
O que me tira do sério não é a especulação [nada contra] ou um banco financiar este tipo de actividades [nada contra]. O que tira do sério é ser um banco público, gerido e mantido com dinheiro dos meus impostos.
PS: Alguém continua a acreditar que é preciso um Banco Público?"
Esta legislatura é capaz de ser um dos maiores "assaltos" à banca alguma vez executado ao nível do planeta.
Loollll
Acabou a gravação agora!
Segunda-Feira, vai estar na RTPN, no programa, do Camilo Lourenço:
E muito mais se descobrirá após a partida, mas a onda será muito maior que este caso dos bancos.
http://aeiou.expresso.pt/estado_vende_a_estado_para_compor_contas=f498134
Isto numa contabilidade privada seria crime.
1. Não é incomum uma empresa industrial ou financeira adquirir fora de bolsa importantes posições noutras empresas a preços superiores aos do mercado. Aliás é assim que normalmente ocorre. Por um lado pode haver normas legais, normas estatutárias ou acordos para-sociais que a isso obriguem. Por outro lado, tentar comprar 10% do capital de uma empresa em bolsa, em situações normais, fará pressionar o valor do título para cima.
Há ainda a acrescentar que a capitalização bolsista das empresas cotadas, neste momento, anda abaixo do valor contabilístico da maioria das empresas.
Pode ainda alegar-se que a CGD, por esta via, garantiu boa parte dos créditos que tinha para com o empresário Manuel Fino.
Mas tendo em conta o modo muito politizado como funciona a CGD e as amizades políticas de certas personagens envolvidas, há que estar desconfiado.
Além do mais, a tendência-mãe dos mercados continua descendente e é previsível que a CGD pudesse dentro de 6 meses comprar a mesma quantidade de títulos a um preço inferior, mesmo que indo ao mercado.
2. Pior do que tudo isto é o que veremos daqui a uns largos meses.
Como o empresário Manuel Fino fica com opção de recompra das acções, não nos admiremos que daqui a largos meses, quando os mercados recuperarem, a CGD volte a vender as acções com um novo prémio, a um preço abaixo do mercado.
Sobre esta escandaleira, leia-se:
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS_OPINION&id=355248
Já foi ao blog do meu filho Tino?
O José ontem foi, vá lá, comente e se for preciso ele responde-lhe, tal como o José nos ensina Direito, o meu Rapaz faz o mesmo com Economia :-)
Clientes do BPP ocupam agência e exigem o pagamento do dinheiro em atraso in SOL on line, foi à pouco!
Karocha
Já visitei o blogue. O autor tem grandes conhecimentos sobre Economia e Mercados Financeiro.
Peca pela demasiada extensão dos posts, que se assemelham mais a artigos da imprensa.
Na blogosfera convém que os posts seja mais curtos, para não afastar os leitores.
Quando comecei a escrever, dizia-me o director de um jornal: «Não escreva artigos demasiado longos. Ninguém os lê!».
Vou passar a frequentar o blogue.
2. Afinal parece que o negócio ainda é mais escandaloso do que pensei. Já tem garantido um prémio na recompra, se os mercados recuperarem como é expectável no prazo de 3 anos.
Tino
Eu também já lhe disse isso, e ele respondeu-me que tem que ser assim para as pessoas perceberem!!!
Não posso fazer mais nada :-)
Karocha
Como os jornais andam muito fechados a artigos de pessoas independentes, faz bem em escrever na blogosfera. É uma boa tarimba.
Quanto mais se escreve, melhor se escreve. O treino da escrita é uma das melhores escolas que temos.
Pela minha experiência, raramente leio posts longos.
Um dos melhores blogues pela qualidade literária é o "Tempo que Passa". Mas o autor escreve cada lençol que eu raramente tenho paciência para chegar ao fim.
Há tantos textos disponíveis que o tempo torna-se escasso.
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