
“Descobrimos, sem surpresa, que Mello e Champallimaud são a mesma família, que também se cruzam com os Espírito Santo, com os Pinto Basto, com os Ulrich. As famílias da burguesia portuguesa são quase todas a mesma família”.
“É uma oligarquia financeira fortíssima, protegida pelo Estado, apoiada pelo Estado, financiada pelo Estado, vivendo de rendas do Estado, uma grande família que tem dominado Portugal ao longo de 100 anos”, sustentou.
Estes ingénuos da nossa Esquerda não sabiam com quem andavam a lidar...
Por outro lado, a leitura de tão interessante livro ( sans blague) deve ser acompanhada paripassu da leitura destoutro, em que a personagem principal se ri destes ingénuos e daqueles finórios da alta finança. No livro, magnífico ensaio da autoria de um jornalista, Pedro Jorge Castro, retrata-se uma certa idiossincrasia do ditador que mostra até que ponto nos degradamos moral e eticamente. Com a complacência e até instigação daqueles próceres desta esquerda miserável que vamos tendo.
O livro deles é um repositório/requisitório contra os capitalistas portugueses, retomando uma velha e relha questão dos comunistas portugueses: a das grandes famílias que dominavam o capitalismo português. O livro é um repositório de morteiros escritos contra esse capitalismo, com dados estatísticos eventualmente irrefutáveis, opiniões esportuladas à maneira do velho Sempre Fixe ( onde alguns colaboraram eventualmente) e dirigidas a uma tese final: Portugal sem esses capitalistas seria um oásis para essa Esquerda. Talvez uma nova Coreia do Norte, a não ser que a Albânia fosse o eldorado com que sempre sonharam. A alternativa que nos legariam estes bravos militantes do comunismo serôdio, seria o regime de cooperativismo num colectivismo esforçado que seria imposto com rigor aos que não o aceitassem.
Alguém duvida disso? É que Estaline, Trotsky, Rosa Luxemburgo e os modernaços da Esquerda não dizem outra coisa...