O Público e o i de hoje escrevem sobre o mesmo assunto: o Parque Escolar e a dívida colossal que engendrou em poucos meses: mais de 900 milhões de euros.
O Público titula: "cancelamento de obras da Parque Escolar põe em perigo 15 mil postos de trabalho."
O i por sua vez, titula: "Criada para incentivar PME, aproveitada pelas gigantes." E cita uma dessas gigantes, a Mota-Engil, que no artigo do Público nem aparece mencionada.
O Público, aliás, trata o assunto de um ponto de vista sindical e situacionista. É a causa actual deste jornalismo.
O i, de um ponto de vista do cidadão pagante e independente do sindicalismo, denuncia o desmando que consistiu em serem os "grandes consórcios a dominar os concursos da Parque Escolar" quando não o deveriam ser. Para tal, aldrabaram-se as regras, o que o i denuncia e o Público nem cheira em modo noticioso. Aliás, este jornal até se dá ao luxo de mencionar os ajustes directos sem explicar como e a quem, o que o i faz de modo a que toda a gente fique a saber que "os projectistas foram designados sem que os critérios de escolha tivessem sido públicos." indicando ainda expressamente a Mota-Engil de Jorge Coelho ( e Dias Loureiro, por onde anda?!) como uma das principais beneficiárias do esquema de requalificação das escolas, gizado pelo executivo Sócrates mai-la senhora dona Rodrigues.
Este tipo de jornalismo do Público era muito habitual antes de 25 de Abril de 74 em que as pessoas para saberem as coisas tinham que ler nas entrelinhas. Aqui, no artigo do Público nem isso. Já nem as entrelinhas salvam este jornalismo com capote de censura em modo de causa.