Económico:
O antigo ministro das Finanças Miguel Cadilhe considerou uma "parolice" o guião para a reforma do Estado, apresentado pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, e defendeu uma "negociação honrada da dívida", num debate em Lisboa.
"Para lá da pesada herança que Sócrates entregou a Passos, pergunto, em que é que o Governo não esteve bem? Não esteve bem em reaparecer sem soluções estruturais, integradas, permanentes, autenticamente reformistas do domínio das funções e dos regimes públicos do Estado, como aliás o tribunal avisava e bem", apontou Cadilhe esta quarta-feira, referindo-se também aos acórdãos do Tribunal Constitucional (TC), na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
O ex-responsável pelas contas públicas de dois governos liderados por Cavaco Silva apelou a que os membros do actual executivo da maioria PSD/CDS-PP "apresentem ao país um projecto de reforma do Estado que seja um gesto de consideração para com o país e não aquela coisa a que se chamou o guião para a reforma do Estado, que é uma ofensa, uma parolice, é uma desconsideração".
"Os acórdãos do TC desabaram sobre o Governo. O tribunal terá, por certo, alguma razão, muita razão, segundo outros. Posso estar enganado, mas não ouvi o tribunal bradar quando deslizávamos para a derrocada de 2011. Não o ouvi sobre o excesso da despesa. Ter-lhe-ia ficado bem esse brado", afirmou Cadilhe.
Para o economista, o TC "devia fiscalizar a constitucionalidade das leis do orçamento cujos défices feriam normas dos tratados europeus como o Pacto de Estabilidade e Crescimento de 1997 e de 1995" ou "Orçamentos do Estado que exibiam desrespeito pela lei de enquadramento orçamental, uma lei de valor reforçado, importantíssima do ponto de vista das finanças públicas", pois, "se correctamente aplicadas, muito provavelmente, não teria ocorrido a derrocada de 2011".
Miguel Cadilhe defendeu que "Portugal não se aguenta nas pernas se não reduzir significativamente a dimensão do Estado, nomeadamente nas despesas correntes primárias" e sugeriu a "hipótese de negociação honrada da dívida"
"(Portugal) não tem capacidade para pagar a taxa de juro implícita ao 'stock' de dívida. Precisamos de dizer à Europa que pagamos a dívida, o seu valor nominal, mas com melhores condições, que em troca fazemos isto e aquilo, ou seja, a reforma do Estado", afirmou, rejeitando qualquer "cogitação" sobre o abandono da moeda única europeia.
11 comentários:
'quem tem filhes, tem cadilhes e pecadilhes'
emagrecer o MONSTRO é diagnóstico certo.
Como ? é o que gostava de ouvir da parte destes verdadeiros artistas
tornou-se banal todos se ficarem por generalidades
mais um costa
este engorda os penduras dos contribuintes na CML
atribuia-se ao meu prof de química da Fac Ciências de Lisboa
exmo sr prof dr d. António a expressão
« sábios éramos 7: 3 físicos, 3 químicos e 1 físico-químico que a modéstia me não permite dizer quem era »
O calista que viu Salazar cair da cadeira
http://observador.pt/especiais/o-calista-que-viu-salazar-cair-da-cadeira/
Pois… a reforma do Estado.
Quem quer repor a escolaridade obrigatória nos nove anos de escola?
Quem quer fundir (pelo menos) um terço dos concelhos?
Quem quer acabar com os subsídios e benefícios fiscais às fundações?
Quem quer pôr os bancos e os partidos políticos a pagar IMI pelo património imobiliário?
Quem quer acabar com as Parcerias Público-Privadas?
Quem quer acabar com os pareceres e outras “fugas” de dinheiro para os escritórios de advogados do regime?
Quem quer pôr todos os benificiários de subsídio de desemprego e rendimento social de inserção (desde que em condições de saúde para tal) a trabalhar para o Estado, no período em que beneficiam desses apoios?
Do MRPP ao CDS são todos socialistas (republicanos, laicos… e primatas muito cabeludos) desde pequeninos!
Pelo discurso de Cadilhe, parece que a reforma do Estado são os ministérios, municípios, enfim ... os funcionários públicos. Parece que a reforma do Estado Social não está compreendida quando é a maior componente da despesa pública. Há algum tempo falava num imposto(4-5%)sobre todo o património (casas, carros, empresas, acções, depósitos, etc.) a aplicar na diminuição da Dívida Pública. Caminhos não faltam.
O comentador Apache está 100% certo!
Ao rol por ele elencado, eu acrescentaria ainda a extinção de institutos públicos, mormente as famigeradas entidades reguladores, que duplicam inutilmente as funções das direcções-gerais dos ministérios e a despesas pública, servindo apenas para serem - em abuso da autonomia administrativa e financeira de que gozam - lugares onde as vorazes clientelas político-partidárias saceiam o seu voraz apetite.
O comentador Apache está 100% certo!
Ao rol por ele elencado, eu acrescentaria ainda a extinção de institutos públicos, mormente as famigeradas entidades reguladoras, que duplicam inutilmente as funções das direcções-gerais dos ministérios e a despesas pública, servindo apenas para serem - em abuso da autonomia administrativa e financeira de que gozam - lugares onde as vorazes clientelas político-partidárias saceiam o seu voraz apetite.
“Há algum tempo falava num imposto (4-5%) sobre todo o património (casas, carros, empresas, acções, depósitos, etc.)” [Dudu]
Quem, o Cadilhe? Um imposto de 5% sobre as casas? Qual seria a base de cálculo do imposto? O Valor Patrimonial? Um andar de 100 mil euros, pagaria de imposto (com uma taxa de 5%) 416,67 euros por mês?
Espero que ele, entretanto, já tenha tomado as gotas.
Também concordo com a sua proposta, José Lima.
Enquanto os portugueses virem o seu sucesso economico a ser punido, eles nunca terao vontade de produzir.
Diminuam os impostos às pequenas e médias empresas e reduzam o estado.
Claro que para a maçonaria uma reduçao do estado é impensável portanto, nada vai mudar. Nada.
Apache: se quiser confirmar a proposta de Cadilhe, pode consultar
- http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/cadilhe_defende_imposto_extraordinaacuterio_e_venda_de_submarinos_para_abater_diacutevida.html
- http://www.publico.pt/economia/noticia/miguel-cadilhe-propoe-imposto-de-4-sobre-riqueza-liquida-para-pagar-divida-publica--1551038
Aliás não é nada que o Banco Central Europeu não tenha já pensado.
A dívida há-de vir a ser equacionada em termos europeus, mas não na praça pública.
Neste momento a taxa de juro Média é já inferior aos 3%, mas os "caloteiros" querem taxa zero, o pagamento nominal da dívida sem limite de tempo e os défices anuais sem fim à vista.
Obrigado pelo link (só o primeiro funciona) que deixa claro que Cadilhe, de facto, esqueceu-se de tomar as gotas e debitou uma série portentosa de disparates. Temos xuxalista.
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